terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

      Bélgica/Líder da diplomacia europeia ameaça Ruanda com sanções

Bissau, 25 Fev 25 (ANG)  - Kaja Kallas, Alta Representante da Política Externa da União Europeia, disse na segunda-feira após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 que a situação na República Democrática do Congo foi discutida em Bruxelas e que estão a ser preparadas sanções contra o Ruanda.

A grava situação no Leste da Republica Democrática do Congo levou os 27 países da União Europeia a avançarem com sanções conjuntas contra o Ruanda devido ao apoio do pais aos rebeldes do M23 que já tomaram várias cidades-chave congolesas. O anúncio foi feito por Kaja Kallas, Alta Representante da Política Externa da União Europeia.

"A situação é muito grave e nós estamos à beira de um conflito regional. A integridade territorial não é negociável nem na República Democrática do Congo nem na Ucrânia. A Carta das Nações Unidas aplica-se da mesma forma em todo o lado. Nós apoiamos claramente os processos de paz de Luanda e Nairobi de forma a atingir resultados através dos meios diplomáticos. Mas nós estamos também a tomar outras medidas. Desde logo, as consultas entre a União Europeia e o Ruanda em termos de defesa foram suspensas. Há igualmente uma decisão política de fazer avançar as sanções em função da situação no território. Nós pedimos ao Ruanda para retirar as suas tropas e o protocolo sobre o tratamento de matérias primas será revisto”, indicou a líder europeia.

Mesmo se por enquanto ainda não há uma formalização destas sanções, a líder da diplomacia europeia indicou que as possíveis punições vão focar-se no Memorando de entendimento assinado entre a União Europeia e o Ruanda há cerca de um ano e onde os europeus prometiam cooperar com Kigali sobre diversificação económica, desenvolvimento sustentável da exploração de matérias-primeas e ainda treino e formação.

O Ruanda é rico em tântalo, um metal muito resistente à corrusão, muito utilizado na composição de telefones e computadores, sendo também utilizado em várias ligas metálicas empregues depois na fabricação de máquinas pesadas, motores de aviões ou ainda reactores nucleares.

Ao mesmo tempo que a União Europeia avisou o Ruanda sobre o seu apoio aos rebeldes, a primeira-ministra da República Democrática do Congo, Judith Suminwa Tuluka, disse hoje no Conselho dos Direitos do Homeme, em Genebra, que o conflito já custou a vida a mais de 7 mil congoleses, com muitos corpos a não terem sido ainda identificados.ANG/RFI

 

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