Cultura/Cantor
guineense Américo Gomes encontrado morto na sua casa em Lisboa
Bissau,21 Fev 25(ANG) - O
cantor guineense Américo Gomes, 51 anos, foi encontrado morto na sua residência
em Lisboa, na tarde de quarta-feira, revelou o irmão, Elísio Gomes Sá, numa
nota publicada nas redes sociais.
A ministra da Cultura,
Juventude e Desporto guineense, Maria da Conceição Évora, escreveu, numa rede
social, que, "Diguidaz", como o próprio gostava de ser chamado,
"teve uma passagem curta" na terra, mas deixou "um grande
legado".
"Os artistas não
morrem. A tua música será tocada e ouvida sempre em todos os cantos do
mundo", escreveu Conceição Évora.
O economista guineense e
antigo subsecretário-geral das Nações Unidas e diretor de assuntos políticos da
organização, Carlos Lopes, escreveu, também nas redes sociais, que ainda não
acredita que Américo Gomes morreu.
O cantor nasceu em
Canchungo, norte da Guiné-Bissau, de onde também é originário Carlos Lopes,
confessando este que, vivendo sempre longe do país, costuma ouvir as músicas de
Américo Gomes para se lembrar da sua terra natal.
Vários partidos e líderes
políticos também expressaram o seu pesar "pelo falecimento repentino"
de Américo Gomes.
As rádios de Bissau e as
páginas das redes sociais dos guineenses estão inundadas de músicas e
fotografias de Américo Gomes, que é considerado um dos mais talentosos músicos
do país dos últimos 30 anos.
Radicado em Portugal há
vários anos, o cantor visitava o país regularmente para participar em concertos
musicais ou em campanhas políticas.
Américo Gomes é conhecido
pela sua intervenção na vida política do país, não se coibindo de criticar os
dirigentes do país, mesmo aqueles que receberam o seu apoio nas campanhas eleitorais.
"Eu apoio sempre o meu
povo", declarou recentemente num vídeo publicado nas redes sociais.
No comunicado da família, o
irmão Elísio Gomes Sá, secretário de Estado do Orçamento e Assuntos Fiscais no
atual Governo guineense, descreve o irmão como um "artista talentoso"
e "sempre atento aos que estavam à sua volta".
"Américo, conhecido por
todos como um cantor apaixonado pela sua arte e pelos seus fãs, deixa um legado
de memórias musicais que permanecerão imortalizadas nas ondas do rádio e nos
nossos corações", frisou.
Licenciado em gestão de
empresas, Américo Gomes publicou sete álbuns musicais.
Cantava em crioulo
guineense, em manjaco (o dialeto da etnia manjaca, a que pertence), em francês,
em inglês e em wolof, uma das línguas nativas do Senegal, país onde também é
bastante popular.ANG/Lusa
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