quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Etiópia/União Africana denuncia crimes de guerra civil no Sudão e milhões de deslocados

Bissau, 20 Fev 25 (ANG) - A União Africana denunciou hoje crimes incessantes de guerra e crimes contra a humanidade incessantes no Sudão dilacerado por uma guerra civil desde Abril de 2023 que já provocou dezenas de milhares de mortos e dezenas de milhões de deslocados segundo a ONU.

Terça-feira, um grupo de advogados pró-democracia disse que mais de 200 pessoas morreram no espaço de três dias em ataques de paramilitares contra duas aldeias no sul de Cartum, o governo apoiado pelo exército dá conta de um balanço duas vezes mais importante.

Doze milhões de pessoas foram deslocadas desde abril de 2023 no Sudão em consequência da guerra civil no país. Presente em Adis Abeba, na Etiópia, a União Africana condenou a situação num comunicado de imprensa e afirmou estar “preocupada com a escalada do conflito”, após uma reunião do Conselho de Paz e Segurança da UA. O conflito opõe as Forças de Apoio Rápido de Mohamed Hamdane Daglo ao exército do general Abdel Fattah al-Burhane, presidente do Conselho de Soberania de Transição do Sudão.

De acordo com a União Africana, o conflito é palco de “perpetração ininterrupta de crimes de guerra e crimes contra a humanidade”. Um grupo de advogados pró-democracia afirmou que mais de 200 pessoas tinham morrido em três dias após ataques paramilitares a duas aldeias a sul de Cartum. Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão anunciou um número de “433 mortos, incluindo bebés”. No entanto, as forças armadas do general Fattah al-Burhane foram também acusadas pelos advogados de execuções extrajudiciais, raptos e pilhagens generalizadas.

A ONU declarou que pelo menos 10.000 famílias tiveram de fugir do campo de deslocados de Zamzam em Darfur, no oeste do país, após dois dias de combates entre os rebeldes e o exército sudanês. O campo está situado a sul da capital do Darfur do Norte, El-Facher. A cidade está sitiada desde maio de 2024 pelos rebeldes da FSR, que não a conseguiram conquistar.

Há uma semana, a União Africana declarou que o conflito em curso no Sudão era “a pior crise humanitária do mundo” e alertou para a fome que afectava cinco regiões do país, com centenas de milhares de crianças a sofrer de subnutrição grave.ANG/RFI

 

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