Sudão/Número de mortos na queda de avião militar sobe para 46
Bissau, 26 Fev 25 (ANG) - O número de mortos na
queda de aeronave militar sudanesa, que se despenhou, na terça-feira, numa área
residencial em Omdurman, perto de Cartum, no Sudão, subiu e 19 para 46,
anunciaram hoje as autoridades militares e de saúde.
De
acordo com o Gabinete de Comunicação Social do estado de Cartum, estas últimas
vítimas foram encontradas sob os escombros de edifícios danificados.
"Após a contagem final, o número de
mortos subiu para 46, com 10 feridos", afirmou o gabinete, em comunicado.
O avião Antonov despenhou-se sobre um bairro
populoso de Omdurman, quando descolava da base aérea de Wadi Sayidna, a norte
de Omdurman, que é a cidade irmã da capital, Cartum.
O acidente também danificou várias casas no
distrito de Karrari, em Omdurman, informou o gabinete de imprensa.
O Ministério da Saúde informou que alguns
corpos foram transferidos para o hospital de Nau, em Omdurman.
Os meios de comunicação locais noticiaram que
o avião estava a caminho da cidade de Porto Sudão, no Mar Vermelho, sede do
Governo apoiado pelos militares.
Os residentes relataram fortes explosões
provocadas pelo acidente, que gerou nuvens espessas de fumo e poeira em
Omdurman.
O avião transportava oficiais de alta
patente, segundo a agência noticiosa Sudan Tribune, mas esta informação não foi
confirmada oficialmente.
Os acidentes aéreos são frequentes no Sudão,
sobretudo devido ao fraco historial de segurança aérea do país. Em 2020, pelo
menos 16 pessoas morreram quando um avião militar, um Antonov An-12 russo, se
despenhou na região ocidental do Darfur.
Em 2003, um avião civil da Sudan Airways
despenhou-se contra uma encosta quando tentava efetuar uma aterragem de
emergência, matando 116 pessoas, incluindo oito estrangeiros. Apenas um rapaz
sobreviveu ao acidente.
O Sudão está em guerra civil desde 2023,
quando as tensões entre os militares e um grupo paramilitar, as Forças de Apoio
Rápido (RSF, sigla em inglês), aumentaram.
Os combates devastaram as áreas urbanas e
foram marcados por várias atrocidades, incluindo violações em massa e
assassínios por razões étnicas, que constituem crimes de guerra e crimes contra
a humanidade, especialmente na região ocidental do Darfur, de acordo com as
Nações Unidas e grupos de direitos humanos internacionais.
A guerra intensificou-se nos últimos meses,
com os militares a fazerem avanços constantes contra as RSF em Cartum e noutras
partes do país.
As RSF, que controlam a maior parte da região
ocidental do Darfur, disseram ter abatido uma aeronave militar, na
segunda-feira, em Nyala, capital provincial do Darfur do Sul. ANG/Lusa
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