Ucrânia/Rússia diz que territórios ucranianos anexados são "inegociáveis"
Bissau, 27 Fev 25(ANG) - A Rússia reafirmou hoje que
a anexação dos territórios ucranianos é inegociável, apesar de não reconhecida
pela Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional, numa altura em que
se intensificam esforços para resolver o conflito.
Os
territórios que se tornaram súbditos da Federação Russa estão consagrados na
Constituição do nosso país, são parte integrante do nosso país", disse o porta-voz do
Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.
A Rússia anexou a Península da Crimeia em 2014 e, já depois de
ter invadido a Ucrânia há três anos, as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e
Zaporijia, embora não controle a totalidade destes quatro territórios.
"Isto
é absolutamente indiscutível e inegociável", insistiu, na sequência de comentários
do Presidente norte-americano, Donald Trump, de que a Rússia terá de fazer
concessões nas negociações de paz.
Na primeira reunião do seu gabinete, na quarta-feira, Trump
disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, terá de fazer concessões durante
as negociações.
Também garantiu que Washington vai ajudar Kiev a "recuperar
o máximo [de território] possível", embora tenha admitido que será
complicado, segundo a agência espanhola EFE.
Foi a primeira vez que Trump falou nestes termos sobre as
negociações com a Rússia sobre a Ucrânia, que deverão iniciar-se quando
Washington e Moscovo normalizarem as relações diplomáticas.
A segunda ronda de conversações russo-americanas para a
normalização das relações afetadas pela guerra na Ucrânia realiza-se hoje na
cidade turca de Istambul.
Apesar das afirmações do Presidente norte-americano, Peskov
disse que Trump admitiu publicamente que está disposto a ouvir.
"É muito importante e diferencia-o radicalmente da anterior
administração em Washington", comentou, referindo-se ao antecessor de
Trump na presidência, Joe Biden.
Peskov considerou que "ninguém espera que as decisões sejam
fáceis e rápidas, porque o problema em causa é demasiado complexo e
complicado".
"Mas se a atual vontade política dos dois países, a vontade
de se ouvirem mutuamente, se mantiver, acredito que conseguiremos levar este
processo de trabalho a bom porto", acrescentou.
Após a primeira ronda de conversações bilaterais na semana
passada em Riade, Putin disse que o aumento da confiança entre a Rússia e os
Estados Unidos era essencial para a resolução do conflito na Ucrânia.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já tinha levantado a ideia de uma "troca de territórios" com Moscovo, que o Kremlin recusou.ANG/Lusa
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