EUA /Deportadas três crianças que são cidadãs
americanas
Bissau, 28 Abr 25(ANG) – As autoridades dos EUA deportaram nos últimos dias uma mãe cubana de uma menina de 1 ano, separando-as indefinidamente, e três crianças de 2, 4 e 7 anos, cidadãs americanas com as suas mães hondurenhas, revelaram hoje os advogados.
Os três
casos levantam questões sobre quem está a ser deportado e porquê, e surgem num
momento em que se trava uma batalha nos tribunais federais sobre as medidas
contra a imigração da administração do Presidente Donald Trump.
Os
advogados descreveram como as mulheres foram detidas em controlos de rotina nos
escritórios da polícia de imigração (mais conhecida na sua sigla inglesa, ICE)
e adiantaram que estas praticamente não tiveram oportunidade de falar com
representantes legais ou familiares, sendo deportadas em três dias ou menos.
A União
Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla inglesa), o Projecto Nacional
de Imigração e vários outros grupos disseram, em comunicado, que a forma como o
ICE deportou crianças, que são cidadãs americanas, e as suas mães é um “abuso
de poder chocante, embora cada vez mais comum”.
Gracie
Willis, do Projecto Nacional de Imigração, disse que as mães, no mínimo, não
tiveram uma oportunidade justa de decidir se queriam que as crianças ficassem
nos Estados Unidos.
A
criança de 4 anos - que sofre de uma forma rara de cancro - e a de 7 anos foram
deportadas para as Honduras um dia depois de serem presas com a mãe, disse
Willis.
No caso
envolvendo a menina de 2 anos, um juiz federal da Louisiana levantou questões
sobre a deportação da criança, e considerou que o governo não provou que o fez
de forma correcta.
Os
advogados do pai da menina insistiram que ele queria ficar com a criança nos
EUA, enquanto o ICE alegou que a mãe queria que a menina fosse deportada com
ela para Honduras, alegações que não foram totalmente examinadas pelo
respectivo juiz.
Num
despacho de sexta-feira, o juiz do caso marcou uma audiência para 16 de Maio.
Esta audiência tem “como objectivo dissipar a forte suspeita de que o governo
acabou de deportar uma cidadã americana sem nenhum processo significativo”,
escreveu.
A mãe
de origem hondurenha, que está grávida, foi detida na terça-feira por causa de
uma ordem de deportação pendente, juntamente com a menina de 2 anos e a sua
irmã de 11 anos, nascida nas Honduras, durante uma consulta num escritório do
ICE em Nova Orleães, disseram os advogados. A família morava em Baton Rouge.
O juiz
contactou os advogados do governo na sexta-feira para falar com a mulher, mas
recebeu uma ligação de volta menos de uma hora depois, dando conta de que era
impossível conversar com ela porque “tinha acabado de ser libertada nas
Honduras”.
Enquanto
isso, na Flórida, uma mulher nascida em Cuba, casada com um cidadão
norte-americano e mãe de uma menina de 1 ano de idade, também ela cidadã, foi
detida numa entrevista agendada para um escritório do ICE.
Heidy
Sánchez foi detida sem qualquer comunicação e levada de avião para Cuba dois
dias depois, quando ainda estava a amamentar a filha, que sofre de convulsões,
disse sua advogada, Claudia Cañizares.
ANG/Inforpress/Lusa

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