Rússia/"Eleitores romenos foram privados do direito de votar em quem quisessem"
Bissau, 05 Mai 25 (ANG) - O Kremlin considerou
hoje que os eleitores romenos foram impedidos de votar num dos favoritos das
eleições presidenciais de domingo após a exclusão do líder de extrema-direita
romeno Calin Georgescu.
Um dos
favoritos às eleições foi expulso da campanha de forma completamente
arbitrária", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov,
durante a sua conferência de imprensa diária.
Peskov acrescentou que, por esse motivo,
"os eleitores romenos foram privados do direito de votar em quem
quisessem".
Nas eleições presidenciais romenas,
realizadas no domingo, o candidato de extrema-direita George Simion venceu com
mais de 40% dos votos, muito à frente de Nicosur Dan, o atual presidente da
Câmara de Bucareste, mas ainda assim haverá uma segunda volta, marcada para 18
deste mês.
Simion obteve a vitória após receber apoio
explícito e repetido por parte de Georgescu, que foi desqualificado depois de a
primeira volta das eleições presidenciais de 24 de novembro ter sido anulada
porque o Tribunal Constitucional encontrou provas de irregularidades.
Entre as alegações para a anulação estava a
deteção de interferência russa no processo eleitoral.
O Kremlin já tinha criticado a decisão de
excluir Georgescu das eleições devido a essa alegada interferência russa,
afirmando que as eleições sem a participação deste candidato não seriam
legítimas.
Hoje, Peskov insistiu que, com esta decisão,
a Roménia optou por "desrespeitar a democracia" e rejeitou as
acusações de que a Rússia tem quaisquer ligações a Georgescu.
O porta-voz do Kremlin denunciou ainda as
"medidas restritivas" impostas aos partidos críticos do sistema, na
Europa, como o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD),
que Berlim declarou extremista.
"Por um lado, trata-se, naturalmente, de
uma questão interna da Alemanha. Não temos o direito nem a intenção de
interferir. Mas repito mais uma vez: o cenário político europeu está repleto de
diversas medidas restritivas contra as forças políticas e os indivíduos cuja
visão de mundo é inconsistente com a linha dominante", disse o porta-voz
presidencial russo.
Questionado sobre as relações com o futuro
chanceler alemão, Friedrich Merz, Peskov assegurou que a Rússia estará sempre
disponível para um bom relacionamento diplomático com Berlim, mas lembrou que
recentes declarações do futuro chefe de Governo da Alemanha não demonstram
vontade de normalizar as ligações com Moscovo. ANG/Lusa

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