Sudão do Sul/Refugiados em risco de crise sanitária
Bissau, 23 Mai 25 (ANG) - A organização Médicos
Sem Fronteiras disse hoje que os refugiados do Sudão do Sul que
fugiram para a Etiópia enfrentam um risco iminente de catástrofe
sanitária.
A organização não-governamental Médicos Sem
Fronteiras (MSF), com sede em França, refere-se em particular a
uma epidemia de cólera e a casos de desnutrição graves.
O Sudão do Sul, o Estado mais jovem do mundo,
independente do Sudão em 2011, enfrentou numa guerra civil entre 2013 e
2018 sendo que o acordo de partilha de poder entre os beligerantes
alcançou uma situação de estabilidade muito precária e que se degradou de forma
grave.
Há vários meses registam-se violentos
confrontos entre as forças que apoiam o Presidente Salva Kiir e o
vice-Presidente Riek Machar, que foi detido em março.
De acordo com os MSF, entre 35 mil e 85
mil refugiados do Sudão do Sul fugiram para Mattar, uma cidade etíope
situada a algumas dezenas de quilómetros da zona de fronteira.
Através de um comunicado, a organização
não-governamental avisa que as infra estruturas locais estão
sobrecarregadas acrescentando que perante o ressurgimento de doenças
transmitidas pela água, como a cólera e a diarreia, o risco de uma catástrofe
sanitária é iminente.
Os Médicos Sem Fronteiras anunciaram que
trataram cerca de 1.200 pessoas que sofrem de cólera e malária.
Segundo o mesmo comunicado, mais de 40% dos
testes rápidos de diagnóstico da malária são positivos e cerca de 7% das
crianças com menos de cinco anos de idade apresentam sinais de desnutrição
aguda grave.
O organismo que presta ajuda humanitária
transferiu os serviços médicos de Burbeiye, uma cidade etíope na fronteira com
o Sudão do Sul, para Mattar, devido aos confrontos armados entre "o
exército sul-sudanês e um grupo da oposição".
Por outro lado, os MSF afirmaram ter
recebido mais de 200 pessoas com ferimentos de guerra, em Burbeiye, desde
o início dos combates, em fevereiro.
Os Médicos Sem Fronteiras instaram as
várias partes envolvidas no conflito no Sudão do Sul a garantirem uma zona
humanitária segura e capaz de proteger os civis e os funcionários que
estão envolvidos na ajuda de emergência.
A organização apelou também aos doadores
internacionais para que reforcem a ajuda, porque, disseram, em
Mattar "não há abrigo, água e cuidados médicos suficientes para as
pessoas que fugiram da violência". ANG/Lusa

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