Timor-Leste/Presidente quer ex-deputado filipino acusado de assassínio fora do país
Bissau, 27 Mai 25 (ANG) - O Presidente timorense,
José Ramos-Horta, disse hoje que, por razões de interesse nacional, Timor-Leste
não quer no país o ex-deputado filipino Arnolfo Teves Jr., acusado pelas
autoridades das Filipinas do assassínio de 10 pessoas.
"Independentemente de todas as considerações de
ordem legal, constitucional, há uma questão que todos os países do mundo
observam, o interesse nacional", afirmou o chefe de Estado, em conferência
de imprensa no Palácio da Presidência, em Díli.
"O interesse nacional é que impõe, é que
determina e, neste caso, não nos interessa alguém dessa natureza, para evitar
que Timor-Leste se torne o paraíso para todos os que cometem crime na
região", disse José Ramos-Horta.
O Tribunal de Recurso de Timor-Leste decidiu
em março não proceder à extradição do deputado Arnolfo Teves Jr. para as
Filipinas.
O filipino foi detido o ano passado em Díli
pela Polícia Científica de Investigação Criminal de Timor-Leste, na sequência
de um mandado de captura da Interpol, emitido a pedido das autoridades de
Manila.
Arnolfo "Arnie" A. Teves Jr.,
político e antigo deputado filipino, é acusado pelas autoridades filipinas de
ser responsável pelo assassínio de 10 pessoas, mas o político nega qualquer
envolvimento e critica os opositores pelas acusações.
Em maio de 2023, Timor-Leste rejeitou o
pedido de asilo político a Arnolfo Teves Jr. por considerar que não cumpria os
requisitos, dando-lhe cinco dias para sair do país.
"O caso de não extradição está
ultrapassado, o senhor não é elegível para asilo político. Se não é elegível
para asilo, se há mandado da Interpol, se há solicitação das autoridades
Filipinas para executarmos o mandato da Interpol, seria uma grave
irresponsabilidade deste país de não cumprir com o pedido da Interpol e das
autoridades Filipinas", salientou o chefe de Estado.
"Quero ver hoje o que a justiça e as
agências que têm de apoiar a justiça vão fazer", acrescentou o Presidente
timorense, sem avançar mais pormenores.
As relações das Filipinas com Timor-Leste têm
registado alguma tensão nos últimos tempos, depois de o Tribunal de Recurso
timorense ter recusado proceder à extradição do antigo deputado filipino.
Em março, o secretário da Justiça filipino,
Jesus Crispin Remulla, afirmou à imprensa que a recusa de extradição podia pôr
em risco a candidatura de Timor-Leste à Associação de Nações do Sudeste
Asiático (ASEAN), lembrando que as Filipinas são um membro fundador da
organização.
Na quinta-feira passada, as Filipinas
manifestaram oficialmente apoio à adesão plena de Timor-Leste à ASEAN.
Na cimeira de chefes de Estado da organização, realizada segunda-feira, em Kuala Lumpur, na Malásia, foi acordado que a adesão plena de Timor-Leste à organização se vai concretizar em outubro.ANG/Lusa

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