Diáspora l/Guineenses no Irão pedem apoio para sair do país devido à guerra
Em entrevista telefónica à agência Lusa a partir da cidade
iraniana de Qom, Idrissa Ganó, guineense formado no Irão em Relações
Internacionais, afirmou que "alguns guineenses querem sair do Irão"
porque "temem que a guerra se intensifique".
O também professor universitário da língua portuguesa, árabe e
ciências discursivas, descreveu dificuldades para as pessoas se deslocarem, com
estradas fechadas, depois de domingo os Estados Unidos terem entrado no
conflito, iniciado a 13 de junho com ataques de Israel ao Irão, bombardeando
instalações nucleares naquele país do Médio Oriente.
Ganó ressalvou não ser representante oficial da Guiné-Bissau na
República Islâmica do Irão, mas disse que tenta ajudar os guineenses valendo-se
do conhecimento que tem no país e da língua persa.
De acordo com Idrissa Ganó, o número de cidadãos guineenses no
Irão "não ultrapassa 50 pessoas, contando com crianças
recém-nascidas" e que a sua maioria são estudantes.
As pessoas que estariam interessadas em regressar à Guiné-Bissau
seriam na sua maioria estudantes residentes na cidade de Qom, a 156 quilómetros
a sudeste de Teerão, detalhou o representante da Câmara do Comércio guineense.
O próprio Ganó vive e trabalha em Qom, cidade que, além de
albergar grande número de estrangeiros, também é onde ficam as instalações de
uma central de enriquecimento do urânio, bombardeada pelos Estados Unidos, no
domingo.
O professor guineense disse à Lusa que "não deu para ouvir
as explosões" na zona onde se encontrava no dia do ataque norte-americano,
mas que a vida em Qom "sofreu mudanças" ao ponto de o próprio não
conseguir viajar para Teerão como costuma fazer.
"Não se consegue viajar. Algumas estradas estão
cortadas", afirmou Ganó que pede às autoridades guineenses para
providenciarem apoios para os cidadãos que querem sair do Irão.
Idrissa Ganó observou que as embaixadas de países africanos como
Nigéria, Senegal e Serra-Leoa estão a recensear os seus cidadãos em Qom no
sentido de os tirar do país assim que possível.
Em agosto de 2010, o então presidente guineense, Malam Bacai
Sanhá, entretanto falecido, efetuou uma visita de Estado ao Irão e anos depois
os dois países estabeleceram relações diplomáticas que resultaram na abertura
de uma embaixada do país africano em Teerão.
Na entrevista à Lusa, Idrissa Ganó avançou, contudo, que a
embaixada guineense "fechou as portas há muitos anos".ANG/Lusa

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