Angola/ Amnistia Internacional apela ao respeito do direito à liberdade de reunião
Bissau, 18 Jul 25 (ANG) - A Amnistia Internacional
emitiu um comunicado nesta sexta-feira, em que
apela às autoridades angolanas para que respeitem e garantam o direito à
liberdade de reunião pacífica, especialmente no contexto das manifestações
nacionais previstas para os dias 19 e 26 de Julho.
Os protestos têm como objectivo denuncia
ar o elevado custo de vida que tem afetado a população angolana.
A Amnistia Internacional documentou,
recentemente, episódios que considera serem “preocupantes” de repressão
policial, durante os protestos realizados em Luanda no dia 12 de Julho.
De acordo com a organização, durante os
eventos, a Polícia de Intervenção Rápida e o Serviço de Investigação Criminal
intervieram de forma violenta, pelo menos duas pessoas ficaram gravemente
feridas e 17 foram detidas. A Amnistia Internacional denuncia o uso
desnecessário e excessivo da força contra manifestantes pacíficos e as
detenções arbitrárias ocorridas.
A diretora regional adjunta de
Campanhas para a África Oriental e Austral da Amnistia Internacional destacou
que "a polícia deve
abster-se de violar o direito à liberdade de reunião pacífica, nomeadamente
através do uso de força desnecessária e excessiva contra manifestantes".
Vongai Chikwanda exige ainda que as
autoridades angolanas conduzam uma investigação independente e imparcial sobre
as alegadas de violações dos direitos humanos, responsabilizando os
responsáveis em julgamentos justos.
Além disso, organização
não-governamental de defesa dos direitos humanos pediu que as autoridades
acabem com quaisquer práticas de intimidação ou assédio a cidadãos que exerçam
seu direito legítimo à reunião pacífica.
As manifestações convocadas para os dias
19 e 26 de Julho foram organizadas por várias entidades da sociedade civil,
incluindo o Movimento Fúria 99, o Movimento Estudantil Angolano e o partido da
oposição União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
Estas mobilizações pretendem denunciar o
aumento do preço dos combustíveis e dos transportes, que tem impactado
severamente o orçamento das famílias angolanas.
No protesto de 12 de Julho, milhares de
cidadãos participaram na manifestação que estava programada para começar na
Praça de São Paulo e terminar na Praça da Maianga, em frente à Assembleia
Nacional, em Luanda. Contudo, a acção foi interrompida pela polícia, que usou
da força para dispersar os manifestantes.ANG/RFI

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