Angola/Mais de mil detidos começam a ser julgados após caos em Luanda
Bissau, 31 Jul 25 (ANG) - As autoridades angolanas começaram a julgar os autores das pilhagens e do vandalismo após três dias caóticos durante a greve dos taxistas, muitos dos quais menores de idade e que serão devolvidos às respetivas famílias.
No Tribunal de Luanda
iniciaram-se na quarta-feira cinco julgamentos, envolvendo 22 arguidos acusados
do crime de participação em motim. No tribunal de Belas decorrem outros cinco
processos sumários, com 15 pessoas acusadas da prática de roubo e vandalismo.
Na jurisdição do Dande, são esperadas 61 pessoas.
Hoje prosseguem julgamentos em Luanda e em Belas, no Kilamba
Kiaxi (onde estão a ser julgadas seis pessoas, incluindo um menor) e em Icolo e
Bengo, onde nove pessoas respondem por furto em supermercados.
Entre os casos está também o de uma mulher acusada de instigação
pública ao crime, e mais nove pessoas acusadas de roubo e vandalismo.
O Ministério do Interior anunciou igualmente que iniciou, na
noite de quarta-feira, a entrega às famílias de um primeiro grupo de 17
menores, de um total de 83 detidos "em consequência dos atos de arruaça,
destruição, pilhagem, perturbação da ordem pública e vandalização de bens"
na província de Luanda.
"O Ministério do Interior reafirma que a situação de
segurança pública é estável e apela à população para que se abstenha de
participar ou incentivar esse tipo de ações e colabore com as autoridades,
denunciando quaisquer atividades suspeitas", salienta a instituição.
A Ordem dos Advogados de Angola apelou na quarta-feira à
mobilização dos seus membros para integrarem as equipas que estão a ser
formadas com o objetivo de garantir o cumprimento das garantias legais nos
julgamentos, face ao "elevado número de cidadãos detidos nos últimos
dias".
No âmbito da paralisação de três dias decretada pelos taxistas,
em protesto contra o aumento do preço dos combustíveis, registaram-se episódios
de violência, tumultos, e saques em armazéns e estabelecimentos comerciais, bem
como a destruição de bens públicos e privados.
O balanço mais recente das autoridades aponta para 22 mortos,
197 feridos e 1.214 detenções. Ainda não foi feita a contabilização oficial dos
prejuízos materiais causados pelos atos de vandalismo e pilhagem.ANG/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário