Brasil/Juiz decide que Bolsonaro cometeu 'irregularidade isolada' e não será preso
Bissau, 24 Jul 25 (ANG) - O juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu hoje que o ex-Presidente Jair Bolsonaro cometeu uma irregularidade isolada das medidas cautelares que lhe foram impostas pela Justiça e não será preso.
Moraes respondeu às
alegações da defesa de Bolsonaro sobre o alegado incumprimento das medidas
cautelares e esclareceu que, perante os argumentos e a conduta do
ex-Presidente, não cabe decretar prisão preventiva.
"Por se tratar de irregularidade isolada, sem notícias de
outros descumprimentos até ao momento, bem como das alegações da defesa de Jair
Messias Bolsonaro da 'ausência de intenção de fazê-lo, tanto que vem observando
rigorosamente as regras de recolhimento impostas', deixo de converter as
medidas cautelares em prisão preventiva, advertindo ao réu, entretanto, que, se
houver novo descumprimento, a conversão será imediata", escreveu Moraes na
decisão.
Os advogados de Jair Bolsonaro tinham sido convocados para
comentar uma possível violação dessas restrições, depois do ex-Presidente ter
participado num evento na Câmara dos Deputados com dezenas de deputados na
segunda-feira, que foi transmitido nas redes sociais.
Moraes decretou, na semana passada, novas medidas
cautelares contra o ex-chefe de Estado brasileiro, incluindo o uso de uma pulseira
eletrónica, obrigatoriedade de permanecer em casa entre as 19:00 e as 06:00 de
segunda a sexta-feira e em tempo integral aos fins de semana e feriados, não
podendo também manter contacto com embaixadores e autoridades
estrangeiras.
O juiz justificou essa decisão com o argumento de que havia
indícios de crimes de "coação, obstrução" da Justiça e "atentado
à soberania nacional", segundo o relatório da Polícia Federal.
Bolsonaro e o filho e deputado Eduardo Bolsonaro, que está nos
Estados Unidos há cinco meses, procuraram "induzir, instigar e
auxiliar" o Governo de Donald Trump "na prática de atos hostis contra
o Brasil", com o objetivo de "arquivar" o processo do golpe,
segundo a investigação da polícia brasileira.
O ex-Presidente brasileiro e líder da extrema-direita no país
enfrenta um julgamento criminal sob a acusação de "liderar" um plano
golpista para se manter no poder e impedir a posse do seu sucessor, Luiz Inácio
Lula da Silva, depois de perder as eleições de 2022.
Esse processo, no qual enfrenta uma possível pena de 40 anos de
prisão, foi o principal motivo que levou o Presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, a anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre as importações
brasileiras a partir de 01 de agosto.
O líder republicano alegou que Bolsonaro está a ser vítima de
uma "caça às bruxas" e exigiu que o julgamento "termine
imediatamente".ANG/RFI

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