CPLP/ XVª Cimeira termina com impasse na escolha do sucessor da Guiné-Bissau na presidência na Comunidade
Bissau, 21 Jul 25 (ANG) – A XVª Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) terminou na sexta feira passada, dia 18 do mês em curso, em Bissau, com o impasse na escolha de quem irá suceder à Guiné-Bissau na presidência da Comunidade, noticiou a Lusa.
Segundo à Lusa, que cita fontes da organizações, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa(PALOP)
de um lado e Portugal, Brasil e Timor do outro na escolha da Presidência da
CPLP ou seja a Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP terminou
sem uma decisão sobre quem irá suceder na presidência à Guiné-Bissau, com os
Estados-membros divididos em dois blocos.
A Lusa revela que o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de
Sousa esteve ausente da cimeira que decorreu em Bissau por divergências com o
ponto da agenda que atribuiria à Guiné Equatorial a presidência da CPLP entre
2027-2029. Portugal foi representado apenas pelo ministro dos Negócios
Estrangeiros, Paulo Rangel.
Segundo as mesmas fontes, na discussão
do ponto, que decorreu à porta fechada, a Guiné-Equatorial reclamou para si a presidência
da CPLP entre 2027 e 2029, afirmando ser a sua vez. Do outro lado, o Brasil
assumiu-se como candidato.
Os Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa apoiaram a pretensão da
Guiné-Equatorial, enquanto Lisboa, Brasília e Díli mantiveram-se juntos na
ideia de entregar ao Brasil a presidência pós-Guiné-Bissau.
O impasse manteve-se durante horas –
sem que os Estados-membros consensualizassem uma solução – com o ponto que
esteve agendado para o Conselho Ministros, mas que não chegou sequer a ser discutido
na sessão que os chefes das diplomacias dos Estados-membros realizaram na
quinta-feira.
A decisão foi adiada para uma próxima
reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), adiantaram fontes
da organização à Lusa, mas nem isso foi comunicado no final dos trabalhos que
se atrasaram mais de duas horas, com a conferência de imprensa final agendada a
ser trocada por uma declaração breve, sem direito a perguntas e sem que este
assunto fosse sequer mencionado.
A XV Conferência de chefes de Estado e
de Governo da CPLP ficou marcada pela ausência do Presidente e do
primeiro-ministro portugueses. Ou seja, pela primeira vez, Portugal não se fez
representar ao mais alto nível. A representação ficou a cargo do ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.
O presidente da República terá
decidido recusar participar na XV Conferência dos chefes de Estado e de Governo
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) devido a este ponto - o
único a não ser discutido - perante a possibilidade da presidência ser
atribuída em 2027-2029 à Guiné Equatorial, que tem sido acusada da violação
sistemática de direitos humanos, noticiou na quinta-feira o Expresso.
Apesar de os estatutos não definirem
que a rotatividade da presidência segue uma ordem alfabética, esta tem sido uma
prática normalmente adoptada entre os Estados-membros, mas com algumas
exceções.
Numa resposta à Lusa, noticiada na
quinta-feira, um responsável da diplomacia brasileira já afirmava a ambição do
Brasil em assumir a presidência da CPLP após a Guiné-Bissau.
"Tencionamos apresentar
candidatura [e] contar com o apoio dos demais Estados-membros", apontou o
embaixador brasileiro Carlos Sérgio Sobral, Secretário de África e do Médio
Oriente do Ministério das Relações Exteriores, que representou o Brasil no
encontro de Bissau.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste.
ANG/ LUSA

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