segunda-feira, 21 de julho de 2025

CPLP/  XVª Cimeira termina com impasse na escolha do sucessor da Guiné-Bissau na presidência na Comunidade

Bissau,  21 Jul 25 (ANG) – A XVª Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) terminou na sexta feira passada, dia 18 do mês em curso, em Bissau, com o impasse na escolha de quem irá suceder à Guiné-Bissau na presidência da Comunidade, noticiou a Lusa.

Segundo à Lusa, que cita  fontes da organizações, os  Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa(PALOP) de um lado e Portugal, Brasil e Timor do outro na escolha da Presidência da CPLP ou seja a Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP terminou sem uma decisão sobre quem irá suceder na presidência à Guiné-Bissau, com os Estados-membros divididos em dois blocos.

A Lusa revela que  o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa esteve ausente da cimeira que decorreu em Bissau por divergências com o ponto da agenda que atribuiria à Guiné Equatorial a presidência da CPLP entre 2027-2029. Portugal foi representado apenas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

Segundo as mesmas fontes, na discussão do ponto, que decorreu à porta fechada, a Guiné-Equatorial reclamou para si a presidência da CPLP entre 2027 e 2029, afirmando ser a sua vez. Do outro lado, o Brasil assumiu-se como candidato.

Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa  apoiaram a pretensão da Guiné-Equatorial, enquanto Lisboa, Brasília e Díli mantiveram-se juntos na ideia de entregar ao Brasil a presidência pós-Guiné-Bissau.

O impasse manteve-se durante horas – sem que os Estados-membros consensualizassem uma solução – com o ponto que esteve agendado para o Conselho Ministros, mas que não chegou sequer a ser discutido na sessão que os chefes das diplomacias dos Estados-membros realizaram na quinta-feira.

A decisão foi adiada para uma próxima reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), adiantaram fontes da organização à Lusa, mas nem isso foi comunicado no final dos trabalhos que se atrasaram mais de duas horas, com a conferência de imprensa final agendada a ser trocada por uma declaração breve, sem direito a perguntas e sem que este assunto fosse sequer mencionado.

A XV Conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP ficou marcada pela ausência do Presidente e do primeiro-ministro portugueses. Ou seja, pela primeira vez, Portugal não se fez representar ao mais alto nível. A representação ficou a cargo do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel.

O presidente da República terá decidido recusar participar na XV Conferência dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) devido a este ponto - o único a não ser discutido - perante a possibilidade da presidência ser atribuída em 2027-2029 à Guiné Equatorial, que tem sido acusada da violação sistemática de direitos humanos, noticiou na quinta-feira o Expresso.

Apesar de os estatutos não definirem que a rotatividade da presidência segue uma ordem alfabética, esta tem sido uma prática normalmente adoptada entre os Estados-membros, mas com algumas exceções.

Numa resposta à Lusa, noticiada na quinta-feira, um responsável da diplomacia brasileira já afirmava a ambição do Brasil em assumir a presidência da CPLP após a Guiné-Bissau.

"Tencionamos apresentar candidatura [e] contar com o apoio dos demais Estados-membros", apontou o embaixador brasileiro Carlos Sérgio Sobral, Secretário de África e do Médio Oriente do Ministério das Relações Exteriores, que representou o Brasil no encontro de Bissau.

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

ANG/ LUSA

 

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