Médio Oriente/Media internacionais pedem a Israel mais acesso a Gaza para jornalistas
Bissau, 24 Jul 25(ANG) - As agências noticiosas France Presse, Reuters e Associated Press, bem como a televisão pública britânica BBC, pediram hoje ao Governo israelita para permitir a entrada e saída de jornalistas em Gaza, perante as crescentes dificuldades de acesso.
"Instamos mais uma vez as autoridades israelitas a permitir que os jornalistas entrem e saiam de Gaza. É essencial que a população receba alimentos suficientes", afirmaram os meios de comunicação social num comunicado conjunto, manifestando a sua "preocupação desesperada" com os respetivos jornalistas destacados no enclave palestiniano, "cada vez mais incapazes de conseguir alimentos para si próprios e para as suas famílias".
Na mesma nota conjunta, estes media internacionais sublinharam
que "durante muitos meses, estes jornalistas independentes têm sido os
olhos e os ouvidos do mundo em Gaza".
"Os jornalistas sofrem muitas privações e sofrimentos em
zonas de guerra. Estamos profundamente alarmados com o facto da ameaça de fome
ser agora uma delas", afirmaram, depois de denúncias de que alguns
jornalistas estavam a passar fome no enclave.
As autoridades da Faixa de Gaza, controladas pelo movimento
islamita Hamas, elevaram hoje para pelo menos 115 o número de mortes por fome
ou desnutrição desde o início da ofensiva israelita, em outubro de 2023.
Também o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de
Assuntos Humanitários (OCHA) alertou, na quarta-feira, para o aumento de mortes
de crianças por subnutrição.
"Os dados recolhidos (...) mostram que a subnutrição em
Gaza atingiu níveis muito críticos", disse a agência das Nações Unidas,
acrescentando que quase 5.000 das 56.000 crianças com menos de 5 anos
observadas durante as duas primeiras semanas de julho nas províncias de Deir
al-Bala (centro do enclave) e Khan Yunis (sul) estavam "gravemente
subnutridas".
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques
liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no
sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de
reféns.
A retaliação de Israel já provocou mais de 59 mil mortos, a
destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de
centenas de milhares de pessoas.ANG/Lusa

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