Turquia/Rússia considera positivas negociações humanitárias com ucranianos
Bissau, 24 Jul 25 (ANG) - O Governo russo afirmou hoje que a terceira ronda de negociações com a Ucrânia foi positiva, especialmente na questão humanitária, embora tenha afirmado que a Rússia continua a avançar com os seus planos de conquista do país vizinho.
"Diante da difícil situação provocada pela
resistência ucraniana, repito, mais uma vez, que é impossível esperar qualquer
tipo de progresso [nas negociações]. Assim, é apropriado avaliar positivamente
as conversações em relação às questões humanitárias", disse o porta-voz
presidencial, Dmitri Peskov, à imprensa local.
De seguida, Peskov elogiou as propostas russas, que eram
"concretas, construtivas e essenciais para os cidadãos de ambos os países:
a continuação das trocas, o regresso de civis que estão praticamente reféns e a
continuação da devolução dos corpos dos soldados mortos".
O porta-voz russo considerou ainda importante a sugestão russa
de criar três grupos de trabalho online, "cujo trabalho seria tão intenso
e regular quanto à disposição das partes".
No entanto, o porta-voz garantiu que o exército russo está a
"fazer tudo o que é possível para criar uma zona de segurança" no
norte da Ucrânia e "destruir as infraestruturas militares e semi-militares
do regime ucraniano", enquanto Kyiv "tenta levar a guerra para
território russo".
Nas suas declarações anteriores, o Kremlin lamentou o atraso na
convocação da terceira ronda de negociações com a Ucrânia, mas, assim que foram
anunciadas, manifestou ceticismo.
"Não esperávamos progressos. É difícil esperar qualquer
avanço", declarou Peskov, sobretudo devido às "abordagens
diametralmente opostas dos projetos de memorandos trocados" na segunda
ronda, que aconteceu em 02 de junho.
A Rússia mantém-se firme nas suas exigências iniciais,
continuando a atrasar o processo de paz à medida que avança para território
ucraniano.
A terceira ronda de negociações entre a Ucrânia e a Rússia
aconteceu na quarta-feira, em Istambul, na Turquia.
O chefe da delegação russa às conversações de paz, Vladimir
Medinsky, afirmou na quarta-feira ter proposto a Kiev tréguas de "24 a 48
horas" nas linhas da frente e aceitado nova troca de prisioneiros.
O chefe da delegação negocial ucraniana, Rustem Umerov, afirmou
ter proposto à Rússia durante a ronda de negociações que o Presidente russo,
Vladimir Putin, e o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se reunissem
antes do final de agosto, na presença dos seus homólogos turco e
norte-americano, Recep Tayyip Erdogan e Donald Trump, para promover uma solução
negociada para a guerra. Umerov adiantou que Kiev voltou também a propor um
cessar-fogo que, no mínimo, acabaria com os ataques às infraestruturas civis.
No final, o negociador-chefe russo rejeitou uma possível cimeira
entre Putin e Zelensky, sem antes ser alcançado um acordo de paz.
As últimas duas rondas de conversações, em 16 de maio e em 02 de
junho, acabaram sem resultados sobre um acordo para um potencial cessar-fogo.
Kyiv e Moscovo conseguiram acordar trocas de prisioneiros de guerra e de corpos
de combatentes.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, numa nova
fase do conflito, que começou com a anexação da península ucraniana da Crimeia
pelos russos em 2014. ANG/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário