Israel/ Governo aprova projecto que visa "enterrar" criação do Estado da Palestina
Bissau, 15 Ago 25 (ANG) - O ministro israelita das
Finanças, Bezalel Smotrich, aprovou na quinta-feira, um plano para a construção de milhares de
novas habitações entre Jerusalém e o colonato israelita de Ma`ale Adumim.
O projecto visa "enterrar" a criação de um Estado palestiniano.
O plano de Bezalel Smotrich prevê a
construção de mais de três mil casas na zona e inclui também o desenvolvimento
de uma nova estrada para separar o tráfego palestiniano e israelita e ligar a
cidade de Belém, na Cisjordânia, ao sul de Jerusalém, com Ramallah, a norte.
O responsável pela pasta das Finanças
explicou que “qualquer
pessoa --no mundo de hoje-- que tente reconhecer um Estado palestiniano
receberá a nossa resposta no terreno. Não com documentos, decisões ou
declarações, mas com factos. Factos concretos, como casas e bairros".
O ministro israelita de extrema-direita
acrescentou que este plano “enterra
finalmente a ideia de um Estado palestiniano, porque não há nada a ser
reconhecido e ninguém para ser reconhecido".
O grupo Peace Now, organização israelita
contrária ao estabelecimento de colonatos, criticou as posições do Governo de
Benjamin Netahyahu, incluindo o anúncio de Bezalel Smotrich e do gabinete
militar responsável pela gestão dos novos colonatos.
"Estamos
à beira de um abismo, e o Governo está a avançar a todo o vapor", denunciou.
O porta-voz da Autoridade Palestiniana,
Nabil Abu Rudeineh, pediu aos Estados Unidos que pressionem Israel para que
interrompa a construção de colonatos.
O Hamas classificou o plano como
"colonialista e extremista" e pediu aos palestinianos que se
opusessem a ele.
O Qatar, que actuou como mediador entre
o Hamas e Israel nos esforços para garantir um cessar-fogo em Gaza, condenou as
acções de Bezalel Smotrich, considerando-as como uma "flagrante violação
do direito internacional".
O Egipto já veio exigiu explicações
sobre uma ideologia defendida pelo executivo do primeiro-ministro, Benjamin
Netanyahu, do "Grande Israel", que contempla a ocupação de
territórios destinados ao Estado Palestiniano e, potencialmente, da Jordânia e
do Egipto.
A porta-voz da Comissão Europeia, Anitta
Hipper, afirmou que “a
União Europeia rejeita qualquer alteração territorial que não faça parte de um
acordo político entre as partes envolvidas. A anexação de território é,
portanto, ilegal segundo o direito internacional".
Durante vários anos, as autoridades
israelitas evitaram a implementação do projecto de construção, conhecido como
E1, devido à pressão da comunidade internacional, que teme que a expansão dos
colonatos impeça o estabelecimento de um Estado palestiniano contíguo a
Jerusalém Oriental.
O ministro das Finanças agradeceu o
apoio do Presidente norte-americano, Donald Trump, e apelou a Netanyahu
para "fazer cumprir a
soberania israelita" na Cisjordânia para garantir que
"os líderes hipócritas da Europa não tenham nada para reconhecer".
No próximo mês de Setembro, durante a
Assembleia Geral das Nações Unidas, vários países, como França, Canadá,
Austrália e Portugal, devem reconhecer oficialmente o Estado palestiniano.
ANG/RFI

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