Moçambique/Líder da Frelimo diz que estabilizou Moçambique ao fim de seis meses
Bissau, 15 Ago 25 (ANG) - O presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e chefe de Estado moçambicano, Daniel Chapo, afirma que conseguiu estabilizar o país em seis meses, após os protestos pós-eleitorais, embora reconheça que há ainda muito por reconstruir.
"Graças à visão e ao trabalho do nosso
partido, o engajamento dos membros dos órgãos do partido e do Governo a todos
os níveis, conseguimos estabilizar a situação do nosso país. Estamos neste
momento a viver uma paz, estabilidade social, económica e política. Estamos a
reconstruir o que foi destruído pelas manifestações violentas, criminosas e
ilegais, embora ainda exista muita coisa por reconstruir no nosso país",
disse o líder da Frelimo.
Daniel Chapo falava na quinta-feira, em Maputo, para assinalar
os seis meses desde que assumiu a presidência do partido no poder, em 14 de
fevereiro, pedindo o envolvimento de todos os membros da sua formação e de
todos os moçambicanos no desenvolvimento do país.
"A estabilização do país é um processo contínuo que exige
um esforço permanente de todos os moçambicanos, independentemente da sua origem
étnica, filiação religiosa, política e nós a Frelimo vamos continuar a dirigir
este processo de estabilizar o país", disse Daniel Chapo.
Nas mesmas declarações, o líder da Frelimo prometeu avançar com
ações para travar ataques terroristas em Cabo Delgado, província que é alvo de
ataques desde 2017, indicando que é uma condição indispensável para o
desenvolvimento do país: "Não há nenhum país no mundo que cresce e se
desenvolve sem a paz".
Pediu ainda aos servidores públicos para se focarem no combate à
corrupção, burocracia, favoritismo, 'amiguismo' e ao nepotismo que enfermam as
instituições públicas, referindo que é o caminho para a independência
económica.
Com seis meses na liderança do partido Frelimo, Daniel Chapo,
que é também Presidente de Moçambique - empossado no cargo em janeiro - disse
que enquanto chefe do executivo vai continuar a implementar medidas que
melhorem a vida dos moçambicanos na cidade e nas zonas rurais, apontando a
título ilustrativo o Fundo de Desenvolvimento Local a arrancar em setembro
financiando iniciativas empreendedoras juvenis como um dos avanços do seu
Governo.
Chapo lembrou também que nestes primeiros seis meses
enquanto líder do partido que governa e chefe do executivo lançou um projeto
habitacional para seis mil casas, o projeto de terra infraestruturada, a cidade
petroquímica, incluindo a suspensão de emissão de licenças para a produção de
bebidas de alto teor alcoólico com graves consequências na juventude.
"Estamos a trabalhar para tomar medidas mais duras porque
estas [bebidas] estão a estragar a nossa juventude", prometeu o líder da
Frelimo.
Na mesma cerimónia, Chapo anunciou a realização da 12.ª
conferencia nacional de quadros do partido a ter lugar entre 21 e 23 de agosto
de 2026 na cidade de Chimoio, província de Manica, evento que prepara o 13.º
congresso da Frelimo em 2027.
"A conferência nacional de quadros será o culminar de um
amplo movimento de reflexões profundas e debates abrangentes a escala
nacional", disse o líder da Frelimo.
Moçambique viveu desde as eleições um clima de forte agitação
social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato
presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram
vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique
(Frelimo), partido no poder.
A pior crise pós-eleitoral foi marcada também por confrontos
violentos entre a polícia e os manifestantes, além de vandalizações e saques.
Segundo organizações não-governamentais que acompanham o
processo eleitoral, morreram cerca de 400 pessoas em confrontos com a polícia,
conflitos que cessaram após dois encontros entre Mondlane e Chapo, com vista à
pacificação do país. ANG/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário