Médio Oriente/Israel abre nova rota durante 48 horas para evacuar Cidade de Gaza
Bissau, 17 Set 25(ANG) – Israel vai abrir hoje, às 12:00 (10:00 em Lisboa), e durante 48 horas, uma segunda estrada que atravessa a Faixa de Gaza, para obrigar a população a abandonar a Cidade de Gaza.
"Poderão
viajar pela autoestrada Salah al-Din e depois continuar para sul a partir de
Wadi Gaza [centro]", lê-se num comunicado do porta-voz do exército de
Israel em árabe, Avichay Adraee, na rede social X.
Salah
al-Din atravessa a Faixa de Gaza de norte a sul, no leste do enclave,
paralelamente à fronteira com o território israelita. A outra rota já aberta, a
autoestrada Rashid, também atravessa todo o enclave, mas no oeste, em paralelo
com a costa.
No
entanto, a maioria dos refugiados encontra-se no oeste da Cidade de Gaza, em
acampamentos à beira-mar, para onde o exército israelita lhes ordenou que se
deslocassem, à medida que a ofensiva na zona avança a partir de leste e norte.
Questionado
pela agência de notícias EFE se as forças armadas vão garantir algum tipo de
percurso seguro do oeste da Cidade de Gaza para leste, para que a população
possa chegar à estrada Salah al-Din, Adraee não comentou.
O
porta-voz do exército de Israel disse que esta rota permanecerá aberta até
sexta-feira, às 12:00 (10:00 em Lisboa).
Na
terça-feira, depois de o exército israelita ter iniciado uma operação terrestre
na capital e após um mês de intensos bombardeamentos contra a população,
milhares de pessoas dirigiram-se para a autoestrada Rashid para tentar fugir
aos ataques.
No
entanto, tal como em Agosto, a estrada estava congestionada com veículos e
pessoas que transportavam os pertences a pé, tentando escapar.
Quando
a EFE fez o mesmo percurso no sábado, demorou cinco horas a percorrer os cerca
de 25 quilómetros que separam as praias de Mawasi (sul) das da Cidade de Gaza
(norte).
A
sobrelotação da rota, somada aos preços exorbitantes de tudo o que envolve a
viagem e à falta de espaço na área designada pelo exército para os refugiados
em Mawasi, além do cansaço após mais de dois anos de constantes evacuações,
estão a levar muitos a regressar à Cidade de Gaza ou a simplesmente não partir.
Embora
o exército estime que cerca de 350 mil pessoas tenham deixado a capital desde
meados de Agosto, os dados divulgados pelo Gabinete das Nações Unidas para a
Coordenação de Assuntos Humanitários estimam o número em cerca de 150 mil.
Uma comissão independente da ONU, relatores de direitos humanos, organizações internacionais e um número crescente de países descreveram como genocídio a ofensiva militar de Israel contra a Faixa de Gaza, na qual morreram quase 65 mil pessoas, em resposta aos ataques do movimento islamita palestiniano Hamas contra solo israelita, a 07 de Outubro de 2023.
ANG/Inforpress/Lusa

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