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Portugal/Protesto junto ao Parlamento denuncia política migratória do governo

Bissau, 18 set 25(ANG) -  Em Portugal centenas de pessoas manifestaram-se esta quarta-feira em Lisboa, junto à Assembleia da República, pedindo "documentos para todos". Este é um protesto contra a política migratória do governo organizado pela associação Solidariedade Imigrante. 

Timóteo Macedo, o respectivo presidente, alega que as autoridades policiais, neste mesmo dia, levaram também a cabo rusgas junto de comunidades estrangeiras em localidades do Alentejo, no sul, que concentram muita mão de obra imigrante.

O protesto da Solidariedade Imigrante de Lisboa, em frente à Assembleia da República, coincidiu com operações policiais no Alentejo que, segundo a agência Lusa, se traduziram na detenção de dois estrangeiros por permanência ilegal em Portugal, dois homens de 26 e 27 anos.

A operação realizada pela Guarda Nacional Republicana no concelho de Odemira, distrito de Beja, no sul do país, teria implicado a fiscalização de 580 estrangeiros em diversas explorações agrícolas de Odemira.

Timóteo Macedo, presidente da associação Solidariedade Imigrante, descarta qualquer coincidência e denuncia um suposto "estado de terror" que viveriam os imigrantes actualemente em Portugal.

Nós estamos num estado de terror. Você sabe o que é que está a acontecer agora no Alentejo, em Odemira? Estão dezenas e dezenas de GNR [Guarda Nacional Republicana], polícias; acompanhados pela ACP [Autoridade para as condições do trabalho] a fiscalizarem os trabalhadores imigrantes que ali estão a trabalhar, nomeadamente em Vila Nova de Milfontes e não só.

Portanto, a perseguição vive-se efectivamente num estado de terror, de medo implementado por estas políticas que são políticas efectivamente aliadas à extrema direita que é caça ao imigrante. Sabendo que hoje iria haver uma grande manifestação, uma grande concentração em frente à Assembleia da República para as pessoas falarem do que lhes diz respeito, pela sua própria voz: os imigrantes, nomeadamente. 

Isto não é coincidência nenhuma e isso é para evitar, se calhar, que muita gente do Alentejo venha até à manifestação em Lisboa. Isso é propositado. Não há coincidências aqui. Portanto, é um estado de terror que nós estamos a viver, nomeadamente as políticas públicas dirigidas à imigração, que tem a ver com a Lei da Imigração.

Que tem a ver com a ameaça da direita e da extrema direita deste governo de que possivelmente não respeitarão todas as recomendações do Tribunal Constitucional em relação às alterações que eles querem fazer na Lei de Imigração. E mais tarde vai ser também, naturalmente, à lei da nacionalidade.ANG/RFI