China/Pequim condena sanções contra empresas alegadamente ligadas à Rússia
Bissau, 23 Out 25 (ANG) - A República Popular da China
condenou hoje as sanções impostas pela União Europeia (UE) contra empresas
chinesas no âmbito do novo pacote de medidas contra a Rússia, em resposta à
guerra na Ucrânia.
Em conferência de imprensa, o porta-voz da diplomacia chinesa Guo Jiakun afirmou que Pequim apresentou "um protesto formal" junto da parte europeia, após a inclusão de doze empresas chinesas na lista de entidades visadas pelas sanções europeias.
Guo reiterou que a China "não é parte envolvida
nem responsável" pelo conflito e sublinhou que o país "não forneceu
armas letais a nenhuma das partes" e "mantém um controlo rigoroso
sobre exportações de bens de dupla utilização".
"A China tem
trabalhado ativamente para promover o diálogo e a negociação", afirmou o
porta-voz, acrescentando que "muitos países, incluindo os europeus e os
Estados Unidos, mantêm intercâmbios comerciais com a Rússia".
"A UE não tem
o direito de fazer comentários sobre a cooperação normal entre empresas
chinesas e russas", declarou Guo, instando Bruxelas a "deixar de usar
a China como pretexto" e a "pôr fim a ações que prejudicam os
legítimos interesses chineses".
Pequim avisou ainda
que adotará "todas as medidas necessárias" para defender os seus
direitos.
O protesto surge na
sequência da decisão da UE, tomada na quarta-feira, de incluir doze empresas chinesas,
três indianas e duas tailandesas entre as 45 novas entidades sancionadas por
alegado envolvimento no apoio à evasão de sanções ocidentais por parte da
Rússia, nomeadamente através da transferência tecnológica e produção militar.
O pacote agora aprovado
é o 19º conjunto de sanções da UE contra Moscovo e inclui o alargamento de
restrições à frota russa de transporte de hidrocarbonetos, bem como uma
proibição progressiva das importações de gás natural liquefeito russo até 2027.
As medidas
coincidem com novas sanções norte-americanas contra as petrolíferas russas
Rosneft e Lukoil, anunciadas também esta semana.
Desde o início do
conflito, em fevereiro de 2022, a China tem reiterado a sua oposição às sanções
contra a Rússia, por considerar que "não resolvem os problemas" e
"não têm base no direito internacional".
Pequim tem mantido
uma posição ambígua face à guerra, apelando ao respeito pela "integridade
territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e pelas
"legítimas preocupações de todos os países", numa referência à
Rússia.ANG/Lusa

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