Faixa de Gaza/"Violação do cessar-fogo". Israel 'abre fogo' em Gaza e faz vários mortos
Bissau, 14 Out 25 (ANG) - As Forças de Defesa de Israel anunciaram, esta terça-feira, que abriram fogo contra pessoas suspeitas que se tentavam aproximar dos seus militares junto à Faixa de Gaza.
Segundo esta força de segurança,
o ato em causa representa uma "violação ao acordo" de cessar
fogo e que a sua ação constitui um ato de defesa contra uma ameaça.
Fontes médicas palestinianas declararam que vários drones abriram fogo
contra um grupo de pessoas que observavam as suas casas no leste da Cidade de
Gaza (norte), matando três destas, de acordo com a agência de notícias
palestiniana WAFA.
Fontes locais citadas pelo jornal palestiniano Filastin elevaram o número
de mortos para cinco.
Já Reuters, citando autoridades locais, falam em, pelo menos seis
vítimas mortais.
As vítimas são palestinianos que estariam a tentar regressar ao bairro de
Shujaiya, no leste da Cidade de Gaza, e aos arredores de Khan Yunis, divulgou a
imprensa local.
Separadamente, pelo menos uma pessoa foi morta noutro ataque com drones à
cidade de Al-Fakhari, a leste de Khan Yunis (sul), sem mais detalhes revelados
e sem qualquer declaração do Exército israelita sobre o incidente.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram vários alertas à população de
Gaza contra a aproximação de zonas onde os militares permanecem presentes após
a sua retirada parcial antes do cessar-fogo, que está em vigor desde domingo e
após o qual já houve relatos de ataques por parte das forças israelitas.
Os ataques ocorreram depois de Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas
terem concordado em começar a aplicar a primeira fase do plano de paz para a
Faixa de Gaza do Presidente norte-americano, Donald Trump, que incluía um
cessar-fogo e a libertação de israelitas sequestrados durante os ataques de 07
de outubro de 2023 e centenas de palestinianos presos em território israelita.
Na segunda-feira, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, sublinhou na
cimeira de lideres mundiais que o plano de Trump representa a "última
oportunidade" para a paz na região.
A cimeira na cidade turística egípcia de Sharm El-Sheikh, no mar Vermelho,
teve como objetivo apoiar o cessar-fogo alcançado em Gaza, pôr fim à guerra
entre Israel e o Hamas e desenvolver uma visão a longo prazo para governar e
reconstruir o devastado território palestiniano. O encontro pareceu planeado
para angariar apoio internacional para a visão de Trump de pôr fim à guerra.
Mais de 20 líderes mundiais participaram na cimeira, incluindo o rei
Abdullah da Jordânia, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o
primeiro-ministro britânico, Keir Starmer. Entretanto, permanecem grandes
questões sobre o que acontecerá a seguir, aumentando o risco de um regresso à
guerra.
A cimeira ocorreu pouco depois de o Hamas ter libertado os 20 reféns
israelitas ainda vivos e de Israel ter começado a libertar centenas de
palestinianos das suas prisões, medidas cruciais ao abrigo do cessar-fogo.
ANG/Lusa

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