Marrocos/Protestos de jovens levam a confrontos em várias cidades do país
Bissau, 01 out 25(ANG) - Protestos convocados por
jovens em Marrocos, para exigir reformas nos setores da educação e da saúde,
eclodiram em várias cidades do país e levaram a confrontos, após três dias de
mobilização policial para impedir manifestações.
Na cidade de Oujda, no leste de Marrocos, eclodiram confrontos entre manifestantes e a polícia de choque, na terça-feira, resultando em um ferido, atropelado por um veículo das forças de segurança, segundo a agência de notícias oficial marroquina MAP.
Em Temara, 17 quilómetros a sul da capital, Rabat, também eclodiram tumultos embora as autoridades tenham conseguido controlar a situação, encerrando a principal avenida do centro da cidade.
Na cidade de Beni Mellal, 240 quilómetros a sudeste de Rabat, também se registaram tumultos, com os manifestantes a bloquearem ruas e a queimarem contentores de lixo.
Os confrontos resultaram em ferimentos tanto para os manifestantes como para a polícia, de acordo com os meios de comunicação locais.
Separadamente, os manifestantes atacaram a polícia de choque com pedras na
cidade de Inzegan e na aldeia de Ait Amira, ambas situadas 550 quilómetros a
sul da capital, e destruíram e incendiaram vários veículos policiais.
Estavam a circular nas redes sociais vídeos transmitidos em direto, mas não
verificados, de confrontos entre jovens manifestantes e a polícia, juntamente
com imagens de veículos capotados, destruídos e em chamas.
Um vídeo mostra um agente policial ferido, com o rosto coberto de sangue, a
recuar do local. Um canhão de água também pode ser visto a apagar as chamas de
um dos carros incendiados.
Os confrontos surgem após três dias em que as autoridades marroquinas
detiveram dezenas de pessoas, para tentar impedir protestos convocados por
jovens, que se identificam como 'Geração Z', em diferentes cidades, para exigir
reformas nos setores da educação e da saúde.
O Ministério Público anunciou na terça-feira a detenção de 24 pessoas,
incluindo seis menores, depois de terem bloqueado a circular de Casablanca no
sábado.
Um total de 37 manifestantes foram detidos nos últimos três dias em Rabat.
O Ministério Público decidiu libertar 34 sob fiança e manter três em prisão
preventiva.
Os partidos que compõem a coligação governamental em Marrocos manifestaram
na terça-feira disponibilidade para dialogar e responder às exigências dos
protestos.
Os manifestantes, autodenominados movimento 'GENZ212', não fazem parte de
qualquer partido político, mas organizaram-se nas últimas semanas através da
aplicação de mensagens instantâneas 'Discord', onde chegaram a consenso sobre
um documento com as suas reivindicações.
Entre as suas exigências estão a melhoria da qualidade educativa, a
formação e a melhoria das condições laborais dos docentes, bem como a
universalidade da cobertura de serviços de saúde e a modernização dos centros
hospitalares bem como o acesso a medicamentos a preços acessíveis.
Além disso, os jovens exigem a luta contra a corrupção a todos os níveis do
Governo, justiça social e económica, igualdade de oportunidades, criação de
emprego jovem e apoio a pequenas empresas.ANG/Lusa

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