Nigéria/ Tribunal
obriga tiktokers a casar após vídeo "indecente"
Bissau, 21 Out 25 (ANG) - Um tribunal da cidade de Kano, no norte da Nigéria, ordenou à polícia islâmica que celebre o casamento entre duas celebridades da rede social TikTok por terem publicado um vídeo considerado "indecente".
Na segunda-feira, um juiz ordenou
a polícia religiosa de Kano, conhecida como Hisbah, a realizar o casamento
entre dois utilizadores de TikTok por terem publicado
vídeos em que apareciam a beijar-se - um ato considerado pela
sociedade muçulmana conservadora da cidade como imoral e depravado - no prazo
de 60 dias, afirmaram hoje fontes judiciais e policiais à agência de notícias
France-Presse.
"O tribunal ordenou à Hisbah que casasse o
homem e a mulher, uma vez que estão tão apaixonados que exibem o seu romance no
TikTok", declarou o
porta-voz judicial do estado de Kano, Baba-Jibo Ibrahim.
Idris Mai Wushirya e Basira Yar Guda
divulgaram vídeos onde se estão a beijar e a abraçar. Wushirya, que já teve
confrontos com as autoridades por vídeos semelhantes, foi detido e colocado em
prisão preventiva.
Um responsável da polícia religiosa confirmou
ter recebido a ordem do tribunal na segunda-feira e que os preparativos do
casamento já começaram.
"Embora o tribunal tenha determinado que
o casamento deve ocorrer dentro de 60 dias, estamos determinados a realizá-lo o
mais rápido possível", afirmou o diretor-geral da Hisbah, Abba Sufi, que
acrescentou que ambos "deram o seu consentimento".
Os pais de Idris Mai Wushirya foram
convocados na segunda-feira pela Hisbah, onde deram também o seu
"consentimento explícito", enquanto as autoridades tentavam contactar
a família de Basira Yar Guda, que vive no estado de Zamfara, a mais de 300
quilómetros.
Kano é um dos 12 estados da Nigéria de
maioria muçulmana onde a sharia - lei religiosa - coexiste com o direito comum.
A Hisbah, criada em 2001 para garantir o cumprimento das disposições da lei
islâmica no estado, detém e condena com regularidade influenciadores cujos
conteúdos publicados nas redes sociais considera imorais.ANG/Lusa

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