Suécia/Opositora venezuelana María Corina Machado vence Nobel da Paz
Bissau, 10 Out 25 (ANG) - O Prémio Nobel da Paz 2025 foi atribuído, esta sexta-feira, à líder da oposição venezuelana María Corina Machado.
O presidente do Comité do Nobel, Jørgen Watne Frydnes,
disse que María Corina Machado foi premiada “pelo seu incansável trabalho de
promoção de direitos democráticos para o povo da Venezuela e pela sua luta para
tentar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
O Comité do Nobel justifica que “enquanto líder do movimento pela democracia na Venezuela, María Corina
Machado é um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina
nos últimos tempos”. A organização do Prémio Nobel
lembrou “o seu incansável trabalho
de promoção de direitos democráticos para o povo da Venezuela e pela sua luta
para tentar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
María Corina Machado é descrita como uma “corajosa e empenhada defensora da paz”, “uma
mulher que mantém a chama da democracia acesa no meio da crescente escuridão” e como uma “figura-chave e unificadora numa oposição
política que anteriormente estava profundamente dividida”, exigindo
eleições livres e um governo representativo.
María Corina Machado, de 58 anos, foi deputada da Assembleia
Nacional da Venezuela entre 2011 e 2014. É fundadora da Súmate, uma organização
dedicada ao desenvolvimento democrático e tem defendido “eleições livres e justas há mais de 20 anos”. O Comité do Nobel lembra, ainda, que
ela “tem defendido a
independência judicial, os direitos humanos e a representação popular”
e que passou “anos a trabalhar pela liberdade do povo venezuelano”.
María Corina Machado entrou na política no início dos anos 2000
ao militar por um referendo contra Hugo Chavez e fez da queda do regime
"chavista" a causa da sua vida. É formada em Engenharia e foi
impedida de se candidatar às presidenciais de 2024 apesar da sua grande
popularidade. Favorita nas sondagens, ganhou o apelido de “libertadora” e é obrigada a viver na clandestinidade no seu país. A Venezuela
é dirigida desde 2013 por Nicolas Maduro, o herdeiro político de Hugo Chavez, e
o Comité do Nobel lembrou que “a
Venezuela passou de um país relativamente democrático e próspero a um estado
brutal e autoritário a braços com uma crise humanitária e económica”.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, tinha manifestado o
desejo de vencer, este ano, o Prémio Nobel da Paz. Desde que regressou à
Casa Branca para um segundo mandato, em Janeiro, trump disse, várias vezes, que
“merecia” o Nobel pelo seu papel na resolução de conflitos mundiais. O anúncio,
nas vésperas do Nobel da Paz, de que a primeira parte do seu plano de paz para
a Faixa de Gaza foi aceite ainda suscitou alguma expectativa. Afinal, o prémio
vai para uma mulher que tem dedicado a vida à luta pela democracia na Venezuela
e as Nações Unidas já disseram que este Nobel “reflecte as aspirações” do povo
venezuelano em ter eleições livres.ANG/RFI

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