Emirados Árabes Unidos/Rússia
e EUA em negociações desde segunda-feira em Abu Dhabi
Bissau, 25Nov 25 (ANG) - Negociadores dos Estados Unidos e da Rússia iniciaram na segunda-feira reuniões em Abu Dhabi sobre um acordo para terminar a guerra na Ucrânia, noticiaram hoje meios de comunicação social norte-americanos e britânicos.
As discussões decorrem enquanto Kyiv e Moscovo disseram hoje ter sofrido ataques aéreos, com três mortos na região russa de Rostov e seis no lado ucraniano, cujo setor energético e a capital foram novamente visados.
Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin
(presidência), Dmitri Peskov, não confirmou nem desmentiu a realização das
reuniões em Abu Dhabi.
"Não tenho nada para vos dizer. Estamos a acompanhar as informações
dos meios de comunicação", declarou Peskov
aos jornalistas dos 'media' estatais, segundo a agência de notícias
France-Presse (AFP).
O canal de
televisão norte-americano ABC News e o diário britânico Financial Times (FT),
noticiaram que o secretário do exército, Dan Driscoll, lidera a delegação dos
Estados Unidos em Abu Dhabi.
O FT disse ainda,
com base em duas fontes próximas das discussões, que o líder dos serviços de
informações militares ucranianos (GUR), Kyrylo Budanov, participa nas
negociações.
O diário referiu
não poder precisar se se trata de discussões tripartidas ou de encontros
separados.
Paralelamente, os
países da Coligação de Voluntários, que reúne os aliados da Ucrânia, deverão
retomar hoje as discussões por videoconferência sobre o plano norte-americano
para acabar com a guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022.
O encontro de Abu
Dhabi surge após um fim de semana de negociações em Genebra sobre o plano de 28
pontos do Presidente Donald Trump, entre ucranianos, norte-americanos e
europeus.
Segundo o FT e a
ABC, as discussões incidem agora sobre um
plano de 19 pontos.
A ABC disse
que, entre os pontos eliminados, figuram a
futura dimensão do exército ucraniano e a amnistia de princípio concedida às
partes em conflito.
Trump pareceu
regozijar-se na segunda-feira com o resultado do encontro em Genebra.
"Será realmente possível que grandes progressos estejam a ser feitos
nas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia? Acreditem apenas no que
veem, mas algo de bom poderá muito bem acontecer", escreveu nas redes sociais.
Em Genebra, o
secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, tinha-se manifestado
"muito otimista" sobre a possibilidade de concluir "muito
rapidamente" um acordo sobre a Ucrânia.
"Os pontos que
permanecem em aberto não são intransponíveis", afirmou sobre as
conversações de domingo.
O negociador
ucraniano Andrii Yermak, "braço direito" do presidente ucraniano,
também se referiu a "muito bons progressos", depois de Volodymyr
Zelensky ter indicado que a nova versão do plano norte-americano refletia
"já a maioria das prioridades-chave" de Kyiv.
Durante um contacto
telefónico na segunda-feira entre Vladimir Putin e o homólogo turco, Recep
Tayyip Erdogan, o líder russo reiterou que o plano inicial dos Estados Unidos
poderia "servir de base a um acordo de paz final".
Trump disse
anteriormente que queria que Zelensky assinasse o acordo de paz até
quinta-feira, Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
Já hoje, o
principal negociador ucraniano, Rustem Umerov, admitiu uma deslocação de
Zelensky aos Estados Unidos ainda em novembro, mês que termina no domingo, para
conversações sobre o plano.
"Ansiamos por
organizar a visita do Presidente da Ucrânia aos Estados Unidos o quanto antes,
em novembro, para finalizar as etapas restantes e alcançar um acordo com o
Presidente Trump", escreveu Umerov nas redes sociais.ANG/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário