terça-feira, 4 de novembro de 2025

EUA/Trump ameaça intervir militarmente na Nigéria devido ao "assassínio de cristãos"

Bissau, 04 Nov 25 (ANG) - Donald Trump reiterou no domingo a ameaça, já proferida no sábado, de intervir militarmente na Nigéria por causa do que ele afirma ser uma perseguição aos cristãos, depois que o seu homólogo nigeriano ter proposto um encontro bilateral "nos próximos dias" para esclarecer a situação.

Questionado segunda-feira por jornalistas sobre a eventualidade de uma intervenção, Donald Trump disse que "pode ser muitas coisas". "Eles matam os cristãos e matam-nos em grande número. Não vamos deixar isso acontecer", declarou Donald Trump não respondendo, pela mesma ocasião, ao convite formulado pelo Presidente da Nigéria que propôs um encontro no seu país ou em Washington.

Bola Tinubu desmente que os actos terroristas perpetrados no seu país visem especialmente a comunidade cristã.

"O Presidente Trump ajudou muito a Nigéria ao autorizar a venda de armas para esse país, e o presidente Tinubu soube aproveitar esta oportunidade na luta contra o terrorismo, o que nos permitiu obter resultados consideráveis", escreveu ontem na rede social X Daniel Bwala, Conselheiro em comunicação da presidência nigeriana depois de ter declarado no sábado que Abuja "saúda a ajuda americana, desde que respeite a integridade territorial" do país.

Na sexta-feira, na sequência de uma intensa campanha de lobbying por eleitos conservadores e evangelistas, a Casa Branca ameaçou deixar de ajudar a Nigéria e colocou-a na sua lista de países cuja situação é considerada "particularmente preocupante", sendo que no sábado, o Presidente americano disse ter ordenado ao Pentágono para estar preparado para uma acção militar "rápida" naquele país, no intuito de responder ao "terrorismo islâmico".

Refira-se que a situação securitária da Nigéria tem sido problemática desde 2009, altura em que grupos armados como Boko Haram intensificaram as violências, especialmente no norte do país, de maioria muçulmana. Segundo estimativas das Nações Unidas, até ao momento, os ataques provocaram cerca de 40 mil mortos e mais de dois milhões de deslocados.

Para além deste grupo insurgente, gangues também atacam comunidades no norte, matam pilham e raptam para obter resgates, as autoridades considerando que a violência vigente naquela zona do país encontra essencialmente as suas raízes em práticas puramente criminosas ou conflitos pela posse de terras.ANG/RFI

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