segunda-feira, 24 de novembro de 2025

  Suíça/Esforço diplomático para pôr fim à guerra na Ucrânia entra em nova fase

Bissau, 24 Nov 25 (ANG) - O esforço diplomático para pôr fim à guerra na Ucrânia entrou numa nova fase, com Estados Unidos, Ucrânia e União Europeia a apresentarem visões distintas, mas complementares para um possível acordo de paz.

Do lado de Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia ainda não recebeu qualquer informação oficial sobre as negociações em Genebra. 

Os Estados Unidos e a Ucrânia anunciaram ter desenvolvido um quadro de paz actualizado e aperfeiçoado, após novas conversações em Genebra. De acordo com o comunicado conjunto, Washington e Kiev reafirmaram que qualquer futuro acordo deve respeitar plenamente a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, sublinhando que o processo de negociação continuará a ser condicionado pelas exigências ucranianas.

Por seu lado, o Reino Unido, a França e a Alemanha elaboraram uma contraproposta ao plano de paz originalmente apresentado pelos Estados Unidos, introduzindo várias alterações consideradas significativas.

Segundo um rascunho avançado pela agência Reuters, entre as mudanças mais relevantes está a remoção de referências à limitação futura da expansão da NATO, um ponto sensível para vários Estados-membros.

O documento europeu destaca ainda que a adesão da Ucrânia à NATO dependerá do consenso interno da Aliança, consenso esse que, neste momento, “não existe”. Embora a NATO não planeie estacionar tropas permanentes na Ucrânia em tempos de paz, o plano prevê que caças da Aliança permaneçam destacados na Polónia, reforçando a segurança no flanco oriental.

Outro ponto central da contraproposta europeia é a criação de um diálogo estruturado entre a Rússia e a NATO após a assinatura de um eventual acordo de paz. Este diálogo teria como objcetivo abordar questões de segurança, promover a distensão e criar condições para maiores oportunidades económicas e de conectividade no espaço euro-atlântico.

Os europeus removeram também qualquer referência a concessões territoriais, rejeitando implicitamente a proposta norte-americana que reconhecia a Crimeia, Donetsk e Luhansk como territórios sob controlo russo de facto.

Além disso, o rascunho europeu estipula um limite superior mais elevado para as forças armadas ucranianas em tempos de paz, permitindo que o efetivo chegue aos 800 mil militares.

Esta segunda-feira, 24 de Novembro,  o presidente do Conselho Europeu, António Costa, afirmou ter conversado com Volodymyr Zelensky para “obter a sua avaliação da situação” antes da reunião informal de líderes europeus agendada para segunda-feira, em Luanda, Angola, no âmbito da cimeira UE–África.

Numa mensagem publicada nas redes sociais, António Costa sublinhou que uma posição coordenada e unida da União Europeia será essencial para garantir um resultado positivo nas negociações de paz, tanto para a Ucrânia como para a Europa.

A  presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declaraou que existe uma base sólida para fazer avançar as conversações de paz entre a Ucrânia e a Rússia,. A chefe do executivo europeu reafirmou ainda que a soberania e o território da Ucrânia devem ser respeitados.

Os líderes europeus realizaram várias consultas durante o fim de semana para alinhar posições e chegaram hoje a Luanda para continuar as discussões em torno da resposta europeia ao plano norte-americano.

Do lado de Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a Rússia ainda não recebeu qualquer informação oficial sobre as negociações em Genebra, embora reconheça ter conhecimento de que foram feitas modificações às propostas apresentadas pelos Estados Unidos.

As declarações surgem após um primeiro rascunho apresentado pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, ter incluído várias exigências de Moscovo, motivando a convocação urgente das conversações entre norte-americanos, europeus e ucranianos.

A Comissão Europeia anunciou que a  Coligação de Voluntários para a Ucrânia reune-se amanhã, 25 de Novembro, no âmbito dos esforços de paz para pôr fim ao conflito russo-ucraniano. ANG/RFI

 

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