quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

                    Obituário/Morre o músico guineense Américo Gomes

Bissau, 20 Fev 25(ANG) – Os guineenses foram surpreendidos na manhã desta quinta-feira, pelas informações que dão conta da morte do músico guineense, Américo Gomes, em Portugal, aos 51 anos.

A informação já foi confirmada por fontes familiares e que indica que o músico foi encontrado sem vida em sua residência.

As fontes não souberam precisar a causa da morte e prometem mais informações sobre o ocorrido, nas próximas horas ou nos próximos dias.

Américo Gomes nasceu em 1974 e em vida gravou sete álbuns discográficos, tendo vencido o disco de prata com o álbum "Nha Nome", tornando-se no primeiro artista guineense a conseguir, individualmente, esse feito.

Américo Gomes, nasceu em 20 de Janeiro de 1972, no setor de Caió, região de Cacheu, no norte da Guiné-Bissau. Iniciou sua carreira musical aos 13 anos e, em 1990 gravou o seu primeiro álbum, Mundo Mein, em Portugal. Viveu na Alemanha por oito anos, onde aprofundou seus estudos musicais, antes de regressar a Portugal, onde fundou sua própria editora, A. Gomes Lda.

Ao longo de sua trajetória lançou diversos álbuns, entre os quais se destacam Parlamento K (1993), Nha Nomi (2001), Ultra Deguedazz (2008) e Megadeguedazz (2012), consolidando-se como uma das grandes referências da música guineense.ANG/ÂC//SG

Cooperação/”Criação de uma Instituição Provedora de Justiça será vantajosa para a Guiné-Bissau”, diz  Maria Luísa Amaral

Bissau, 20 Fev 25 (ANG) – A  Presidente interina da Rede Provedora da Justiça e das Comissões  Nacionais de Direitos Humanos da Comunidade de Países de Língua Portuguesa(CPLP), disse que a  criação de uma Instituição Provedora de Justiça terá vantagens para a Guiné-Bissau.

Maria Luísa Amaral que falava à imprensa, quarta-feira, à saída de uma audiência com o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, destacou que o encontro, serviu para informar ao Chefe de Estado guineense sobre as vantagens de criação de uma Instituição Provedora de Justiça no país, acrescentando  que o Presidente da República  ficou satisfeito com a ideia.

Luísa Amaral acrescentou  que, apesar de não existir ainda na Guiné-Bissau uma instituição homóloga, Portugal tem uma estreita cooperação com todos os países da língua portuguesa, e  que alguns já instituíram provedorias de justiça nos seus países,  assim como as Comissões Nacionais dos Direitos Humanos.

Segundo realçou, no quadro desta cooperação , Portugal tem especiais responsabilidades de secretariar  a rede que engloba todos os países de expressão portuguesa.

“Enquanto Secretariado Executivo, estamos a organizar uma ida conjunta a Suíça , no próximo mês, para apresentar uma Rede da língua portuguesa, perante as autoridades dos Direitos Humanos do sistema Internacional sedeadas, em Genebra”, revelou Maria Luísa Amaral.

Questionada sobre como a Guiné-Bissau será representada em Genebra uma vez que ainda não criou a referida instituição, Maria Luísa Amaral disse que, desde início da criação da referida rede, a Guiné-Bissau sempre foi representada pela Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), apesar de o país ainda não ter a instituição criada.

“A missão desta rede como eu digo é informar e dar aos seus membros apoios politécnicos, por exemplo, caso um dia a Guiné-Bissau venha a pretender instituir a Rede Provedora de Justiça no país, a nossa missão é vir orientar os técnicos locais”, salientou. ANG/LLA/ÂC//SG

 

Capacitação/UNICEF promove seminário de dois dias para Jornalistas no domínio da promoção dos Direitos das Crianças

Bissau, 20 Fev 25 (ANG)- O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) promove a partir desta quinta-feira um seminário de capacitação dos jornalistas e técnicos da Comunicação Social, de dois dias, no domínio da comunicação e advocacia para a promoção dos Direitos das Crianças, sobretudo das zonas rurais da Guiné-Bissau.


“Durante dois dias de formação serão debatidos os  temas: Convenção sobre Direitos da Criança, Assessoria da Comunicação Sensível aos Direitos das Crianças, Fronteira entre Assessoria de Imprensa e Jornalismo”, refere o programa do evento à que a ANG teve acesso.

No segundo dia de formação, indica o programa,  serão  desenvolvidas os temas: Produção de Conteúdos para Jornalistas, Modelos de Comunicado de Imprensa e Redação, pilares éticos em assessoria de imprensa, entre outros.

O UNICEF colabora com a Guiné-Bissau desde 1976 para salvar vidas das crianças, promover seus direitos, e capacitá-las para atingirem o seu pleno potencial.

ANG/AALS//SG

 

Sociedade/ II edição da Semana Sociocultural e Gastronómica Guiné-Bissau/Costa do Marfim decorre em Bissau

Bissau, 20 Fev 25(ANG) – O Presidente da Câmara Municipal de Bissau(CMB) José Medina Lobato recomendou hoje a valorização dos produtos agrícolas nacionais.

Medina Lobato  falava à imprensa à margem da visita à II edição da Semana Sociocultural e Gastronómica Guiné-Bissau/Costa do Marfim, que decorre entre os dais 19 e 22 de Fevereiro, em frente à sede da CMB, em Bissau.

Medina Lobato convida à todos para visitarem o espaço e comprar produtos naturais, transformados e embalados em sacos, frascos e engarrafados.

O evento, regularmente organizado, trouxe, este ano, à Bissau, mais de 40 empresários ivoiriense para troca de experiência e estabelecimento de parcerias com congéneres  guineenses.

Fernando Gomes, vice Presidente da CMB  e Cônsul Honorário da Costa do Marfim em Bissau salientou que este tipo de intercâmbio tem permitido não só a troca de produtos mas também de experiências entre os empresários dos dois países.

Gomes revelou  que a missão da Costa do Marfim fez se acompanhar, este ano, de uma equipa médica que desde quarta-feira dá consultas gratuitas às populações necessitadas. ANG/JD//SG

 

Regiões /Fogo de origem desconhecida destrói colheita de arroz na tabanca de Sucutó, região de Oio

Oio, 20 Fev 25 (ANG) – Fogo de origem desconhecida consumiu,  quarta-feira, uma colheita de arroz numa bolanha na Aldeia de Sucutó, Setor de Nhacra, região de Oio norte da Guiné-Bissau, deixando toda a família sem alimento principal da sua dieta diária.

Em declarações ao correspondente da ANG na região de Oio, que visitou o local, a vítima, dono do arroz destruído, Bidansanta Nanghun Bissica ,disse que neste momento esta sem alimento para sustentar a sua família, sem precisar a quantidade do arroz destruído .

Declarou  que não sabe da  origem do fogo que consumiu, por completo, o que seria o meio de subsistência de toda a família para este ano.

Bidansanta  pede ajuda ao  Governo para  ele e sua família constituída de 10 elementos inclusive crianças.

 “Fui alertado pelo fumo que vinha do arroz que estava a queimar, mas não vi ninguém por perto”, disse Quadé Sanhá, quem alertou a família sinistrada da queimança. ANG//MSC//SG

   África do Sul/Cimeira do G20 : Desafios geopolíticos e ausência dos EUA

Bissau, 20 fev 25 (ANG) – A África do Sul recebe até sábado, 22 de Fevereiro, a reun
ião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20, uma cimeira que se realiza pela primeira vez no continente africano sob a presidência rotativa da África do Sul.

Contudo, a cimeira fica marcada pela ausência do chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, que decidiu boicotar o encontro, em protesto às posições da África do Sul sobre questões como a expropriação de terras e a acusação de genocídio contra Israel. 

A cimeira decorre num momento de instabilidade geopolítica, com um clima de tensão alimentado pelas declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A sua política de ameaças de taxas alfandegárias e decisões controversas, como a proposta de deslocar à força a população da Faixa de Gaza, está a aumentar as divisões. A África do Sul, por sua vez, tem adoptado uma postura independente, alinhando-se com outras potências, como a Rússia, em questões como o conflito na Ucrânia e conflitos regionais.

A ausência do chefe da diplomacia norte-americana, Marco Rubio, que justificou a sua decisão por considerar que a África do Sul está a agir de forma "muito errada", nomeadamente ao apresentar uma queixa contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, agravou as tensões diplomáticas entre os dois países. A ausência dos EUA será o “elefante na sala” durante a cimeira, e pode ser vista como uma tentativa de enfraquecer a agenda de desenvolvimento proposta pela África do Sul, que quer apostar numa maior solidariedade, especialmente entre países em desenvolvimento.

A África do Sul, ao assumir pela primeira vez a presidência do G20, procurava um espaço para discutir questões como a inclusão social, a equidade, a sustentabilidade e as políticas de desenvolvimento, com um foco nas necessidades do continente africano. Esta presidência tinha como objectivo destacar a importância de uma economia mais inclusiva e de um esforço colectivo para combater as consequências das alterações climáticas, como a escassez de recursos e os desastres naturais, que afectam desproporcionalmente os países em desenvolvimento.

O boicote de Marco Rubio levanta questões sobre o futuro da diplomacia mundial, num contexto em que se criam reagrupamentos de blocos geopolíticos, com alianças emergentes a desafiar as estruturas tradicionais de poder, como o G7 e o próprio G20. Uma divisão que pode travar o desenvolvimento de algumas questões chave, como o combate às desigualdades , o financiamento do desenvolvimento e a resposta às mudanças climáticas entre os membros do G20.

Entre os participantes esperados para a reunião, está o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, e a Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas.ANG/RFI

Etiópia/União Africana denuncia crimes de guerra civil no Sudão e milhões de deslocados

Bissau, 20 Fev 25 (ANG) - A União Africana denunciou hoje crimes incessantes de guerra e crimes contra a humanidade incessantes no Sudão dilacerado por uma guerra civil desde Abril de 2023 que já provocou dezenas de milhares de mortos e dezenas de milhões de deslocados segundo a ONU.

Terça-feira, um grupo de advogados pró-democracia disse que mais de 200 pessoas morreram no espaço de três dias em ataques de paramilitares contra duas aldeias no sul de Cartum, o governo apoiado pelo exército dá conta de um balanço duas vezes mais importante.

Doze milhões de pessoas foram deslocadas desde abril de 2023 no Sudão em consequência da guerra civil no país. Presente em Adis Abeba, na Etiópia, a União Africana condenou a situação num comunicado de imprensa e afirmou estar “preocupada com a escalada do conflito”, após uma reunião do Conselho de Paz e Segurança da UA. O conflito opõe as Forças de Apoio Rápido de Mohamed Hamdane Daglo ao exército do general Abdel Fattah al-Burhane, presidente do Conselho de Soberania de Transição do Sudão.

De acordo com a União Africana, o conflito é palco de “perpetração ininterrupta de crimes de guerra e crimes contra a humanidade”. Um grupo de advogados pró-democracia afirmou que mais de 200 pessoas tinham morrido em três dias após ataques paramilitares a duas aldeias a sul de Cartum. Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão anunciou um número de “433 mortos, incluindo bebés”. No entanto, as forças armadas do general Fattah al-Burhane foram também acusadas pelos advogados de execuções extrajudiciais, raptos e pilhagens generalizadas.

A ONU declarou que pelo menos 10.000 famílias tiveram de fugir do campo de deslocados de Zamzam em Darfur, no oeste do país, após dois dias de combates entre os rebeldes e o exército sudanês. O campo está situado a sul da capital do Darfur do Norte, El-Facher. A cidade está sitiada desde maio de 2024 pelos rebeldes da FSR, que não a conseguiram conquistar.

Há uma semana, a União Africana declarou que o conflito em curso no Sudão era “a pior crise humanitária do mundo” e alertou para a fome que afectava cinco regiões do país, com centenas de milhares de crianças a sofrer de subnutrição grave.ANG/RFI

 

 Hungria/ Governo critica parceiros da UE por novas sanções contra Moscovo

Bissau, 20 Fev 25 (ANG) - A Hungria criticou esta quarta-feira os parceiros da União Europeia (UE) por aplicarem novas sanções contra a Rússia sem terem em conta as conversações russo-americanas sobre a guerra na Ucrânia.

A presidência polaca da UE e os burocratas de Bruxelas, com o apoio entusiástico de muitos Estados-membros, adotaram novas medidas punitivas, desafiando a nova realidade", declarou o chefe da diplomacia húngara, Péter Szijjártó, citado pela agência espanhola EFE.

O ministro húngaro encontra-se de visita a Washington e fez os comentários nas redes sociais, depois de a UE, incluindo a Hungria, ter chegado hoje a um acordo político sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia.

O pacote será formalmente adotado na segunda-feira, 24 de fevereiro, por ocasião do terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia.

Szijjártó referiu que "o tempo das sanções passou e surgiu uma nova realidade", marcada pelas negociações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a Ucrânia, que, em sua opinião, "estão a evoluir de forma bastante promissora".

O ministro húngaro manifestou a esperança de que as relações entre Washington e Moscovo melhorem de tal forma no futuro que "as políticas de sanções possam ser esquecidas".

O 16.º pacote de sanções inclui, entre outras, medidas contra a chamada "frota fantasma" de navios que ajudam Moscovo a escapar às sanções sobre o petróleo.

Inclui também a proibição das importações de alumínio da Rússia e das exportações de petróleo bruto e de serviços de refinação de gás, segundo fontes diplomáticas.

O Governo do primeiro-ministro ultranacionalista Viktor Orbán, considerado um aliado de Moscovo e do novo Presidente norte-americano, Donald Trump, é muito crítico das sanções contra a Rússia, embora acabe sempre por aprová-las no seio da UE. ANG/RFI

 

             Burundi/Número de refugiados congoleses sem precedentes

 Bissau, 20 Fev 25 (ANG) - Cerca de 30.000 congoleses encontraram refúgio no Burundi, depois de fugirem do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), algo inédito em 25 anos, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

 A ACNUR manifestou, ainda, grande preocupação com os novos avanços do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) e dos seus aliados ruandeses.

Depois de terem tomado Goma, a capital do Kivu do Norte, numa ofensiva relâmpago no final de janeiro, estes combatentes tomaram o controlo de Bukavu, a capital do Kivu do Sul, a apenas cinquenta quilómetros do Burundi, no domingo.

Os combates continuam a alastrar-se no Kivu do Sul, na fronteira entre o Ruanda e o Burundi, sobretudo a sudeste, aproximando-se da capital económica do Burundi, Bujumbura, e obrigando um grande número de civis a atravessar a fronteira.

"Esta é a maior vaga de refugiados que o Burundi já viu desde o início dos anos 2000", afirmou Brigitte Mukanga-Eno, representante do ACNUR naquele país, numa conferência de imprensa em Bujumbura, na tarde de quarta-feira, na presença de funcionários e diplomatas.

Segundo a responsavel, o número de refugiados é de 30.000. Na segunda-feira, as autoridades do Burundi tinham indicado um número de 10.000.

"Estes números são apenas temporários, porque infelizmente continuam a chegar milhares de pessoas todos os dias", acrescentou, apontando para as províncias fronteiriças de Bubanza e Cibitoke.

De acordo com o ACNUR, antes desta vaga de refugiados, o Burundi já tinha no seu território cerca de 90.000 refugiados, principalmente congoleses, que chegaram ao país durante as duas guerras do Congo (1996-1997 e 1998-2003).

A fronteira entre Bujumbura e Uvira, do lado congolês, é também um corredor económico e humano crucial nesta região dos Grandes Lagos sem litoral.

Desde outubro de 2023, o Burundi enviou mais de 10.000 soldados para ajudar o exército congolês a enfrentar o M23 e outros grupos armados.

Na quarta-feira à noite, o enviado especial do Secretário-Geral da ONU para a região dos Grandes Lagos, Huang Xia, disse ao Conselho de Segurança da ONU que o M23 e os seus aliados continuavam a avançar para "outras áreas estratégicas" no Kivu do Norte e no Kivu do Sul.

O chefe da missão de manutenção da paz da ONU na RDCongo(Monusco), Bintou Keita, também se mostrou preocupado com o avanço do M23, que se encontra atualmente "na junção das três fronteiras entre a RDCongo, o Ruanda e o Burundi", disse. ANG/Lusa

 

     Afeganistão/ Talibãs recusam autoridade do Tribunal Penal Internacional

Bissau, 20 Fev 25 (ANG) - O governo afegão dos talibãs recusou hoje reconhecer o Tribunal Penal Internacional (TPI), que acusou de não ter resolvido os alegados crimes de guerra no Afeganistão durante a presença das tropas internacionais.

 

Os talibãs consideraram que o tribunal com sede em Haia, nos Países Baixos, funciona com preconceitos políticos, segundo um comunicado citado pela agência espanhola EFE.

O Afeganistão aderiu ao TPI em 2003, dois anos depois de os Estados Unidos terem invadido o país e derrubado o primeiro regime dos talibãs.

O governo "não reconhece qualquer obrigação para com o Tratado de Roma ou para com a instituição denominada 'Tribunal Penal Internacional', que foi criada ao abrigo do mesmo", disse o porta-voz dos talibãs, Hamdullah Fitrat, num comunicado.

A posição do governo de Cabul, que chama ao Afeganistão um "Emirado Islâmico", baseia-se na sua adesão aos "valores religiosos e nacionais" no âmbito da Sharia, a lei islâmica, disse Fitrat.

O governo talibã argumentou que o Afeganistão, que tem sofrido intervenções estrangeiras e conflitos, não deveria estar sujeito a uma instituição que, segundo o porta-voz, tem ignorado em grande medida as alegadas atrocidades cometidas pelas forças internacionais.

Os talibãs acusam o TPI de inação em relação aos alegados "crimes de guerra perpetrados no Afeganistão pelas forças de ocupação e seus aliados", citando exemplos como "a destruição de aldeias, instituições educativas, mesquitas, hospitais e cerimónias de casamento".

O governo talibã referiu também que várias grandes potências mundiais não são signatárias do TPI, como os Estados Unidos ou a Rússia, questionando a razão pela qual o Afeganistão deveria estar sujeito à jurisdição do tribunal.

"É injustificado que uma nação como o Afeganistão, que historicamente tem sofrido intervenções estrangeiras e conflitos, esteja sujeita à sua jurisdição", afirmou.

Esta posição surge depois de o procurador do TPI, Karim Khan, ter pedido no final de janeiro mandados de captura para o líder supremo dos talibãs, Haibatullah Akhundzada, e para o presidente do Supremo Tribunal, Abdul Hakim Haqqani.

Os dois são suspeitos de perseguição com base no género no Afeganistão.

O procurador alegou ter "motivos razoáveis" para considerar ambos "criminalmente responsáveis" por um crime contra a humanidade em todo o Afeganistão desde 15 de agosto de 2021.

Nessa data, os talibãs tomaram Cabul depois de derrotarem as tropas afegãs numa ofensiva relâmpago após a retirada das forças internacionais.

Desde que chegaram novamente ao poder, os talibãs, segundo o procurador, foram responsáveis pela perseguição de raparigas e mulheres afegãs e de pessoas que consideravam "não conformes com as suas expectativas ideológicas de identidade ou expressão de género" ou "aliadas de raparigas e mulheres".

A posição do regime que governa o Afeganistão surge no meio da preocupação internacional com o historial dos talibãs em matéria de direitos humanos.

Desde o regresso ao poder dos talibãs, numerosos relatórios das Nações Unidas e organizações de direitos humanos documentaram restrições aos direitos das mulheres, incluindo limitações à educação e ao emprego.

O TPI, criado pelo Tratado de Roma de 1998, investiga e julga indivíduos acusados dos crimes de genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crime de agressão.

Atualmente, é reconhecido por 125 países.ANG/Lusa

EUA/Trump decreta cortes nos benefícios atribuídos aos imigrantes irregulares

Bissau, 20 Fev 25 (ANG) - O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva para identificar e cortar os fundos federais destinados aos imigrantes em situação irregular no país.

De acordo com a Presidência norte-americana, a ordem executiva dá instruções aos departamentos e agências federais para identificarem todos os programas financiados pelo governo federal que atualmente concedem benefícios financeiros a "estrangeiros ilegais" e pede para tomarem "medidas corretivas".

O documento decreta que os fundos federais fornecidos aos estados e localidades norte-americanos não vão ser utilizados para apoiar políticas de "santuário" (proteção) ou para ajudar a "imigração ilegal".

A ordem executiva também exige melhorias na verificação da elegibilidade para evitar que os benefícios sejam concedidos a indivíduos que se encontram ilegalmente nos Estados Unidos.

O decreto refere que os recursos dos contribuintes não devem ser utilizados para encorajar ou apoiar a "imigração ilegal".

Trata-se do último decreto de uma série de ações relativas à imigração adotadas pela Presidência dos Estados Unidos.

Donald Trump que tomou posse como chefe de Estado norte-americano a 20 de janeiro prometeu levar a cabo a maior campanha de deportação da história dos Estados Unidos, comprometendo-se a expulsar milhões de imigrantes, na maior parte originários da América Latina. 

De acordo com o jornal norte-americano New York Times, os imigrantes indocumentados são geralmente excluídos dos benefícios atribuídos pelas autoridades federais dos Estados Unidos. ANG/Lusa

 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Caso 1 de Fevereiro/Condenados à prisão 14 militares acusados de tentativa de golpe de Estado

Bissau,19 Fev 25(ANG) – O Tribunal Militar Superior condenou hoje à penas de prisão efetiva de entre 12 e 29 anos, 14 suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro de 2022, no país.

Três dos arguidos foram condenados à penas de 29 anos de prisão efetiva, outros oito à 24 anos.

O tribunal ainda aplicou uma pena de 12 anos de prisão efetiva à mais três suspeitos.

No total foram condenados 14 dos 24 arguidos nesse processo, que tiveram penas acessórias de expulsão das Forças Armadas da Guiné-Bissau.

O processo arrasta-se há três anos e o julgamento que terminou hoje com a leitura do acórdão envolveu 24 dos 50 indiciados por envolvimento na alegada tentativa de golpe de Estado. ANG/Lusa

 

Direitos Humanos/RJDPDR regista 84 casos de violação de crianças das zonas rurais, em 2024  

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – A Rede de Jovens Defensores e Promotores dos Direitos Rurais registou 84 casos de violação de crianças das zonas rurais durante  2024, nomeadamente violação sexual e física de rapazes e raparigas.

A revelação foi feita esta quarta-feira,  em conferência de imprensa, pelo Presidente da Rede de Jovens Defensores das Crianças Rurais, Yasser Quintino Biamo, no âmbito da divulgação dos resultados dos inquéritos sobre casos de violação de crianças no ano passado.

Na ocasião, Biamo disse que, entre casos de violação das crianças, a região de OIO, Tombali e Quinara registaram 34 casos de casamento forçado, sendo que  uma  menina foi espancada por mulheres até a morte na região de Tombali por recusar se  casar.

Conforme os dados divulgados nesta conferência de imprensa, no ano passado a região de Oio registou 130 violações contra crianças e Bafatá 1016 , que somam no total 1146 . As violações se traduziram na retirada à força de crianças nas escolas para irem ao  fanado.

Aquele responsável  sublinhou que, em Gabu, registou-se um caso triste de duas crianças gêmeas encontradas mortas debaixo da ponte que liga a povoação de Sinctham Tombom à Gabu, e que até ao momento não foi encontrado o responsável por esse acto.   

Yasser Quintino Biamo revelou que, na região de Quinara, concretamente em Buba, registou um caso em que o pai engravidou a filha,  e na região de Oio registou-se o caso de cinco meninas que foram submetidas a mutilação genital ,na tabanca de Sansantou.

Dados dessa organização revelam que na região de Biombo registou-se o caso de um homem de 60 anos de idade que violou sexualmente uma menina de 12 anos na povoação de Bissauzinho.ANG/MI/ÂC//SG

    RDC/M23 continua progressão no leste, diplomacia procura soluções

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – Os rebeldes do M23 continuam a sua progressão no leste da República Democrática do Congo, tendo ocupado, terça-feira, Kamanyola, no Kivu sul, localidade até agora sob comando das tropas do Burundi, aliadas da RDC.

A diplomacia, por ora, ainda não conseguiu avanços negociais, não obstante várias frentes estarem activas.

Kamanyola está situada a cerca de 50 kms a sul da capital do Kivu sul, Bukavu, ocupada pelo M23 desde o fim da semana passada.

A localidade está situada perto da fronteira com o Ruanda, as tropas da RDC e do Burundi tiveram que abandonar a área.

Também nesta terça-feira, no plano diplomático, o chefe de Estado, Félix Tshisekedi, avistou-se por escassas horas em Luanda com o seu homólogo angolano.

João Lourenço não obstante ter assumido no fim de semana a presidência rotativa da União Africana mantém-se como mediador para o leste da RDC.

A diplomacia angolana realçava a necessidade de equacionar novos passos a dar num contexto de degradação das condições de segurança.

Também no plano diplomático o Reino Unido anunciou ter convocado o mais alto diplomata ruandês em Londres para apelar à retirada imediata das tropas de Kigali de território do antigo Zaire.

As críticas da antiga potência colonial, a Bélgica, em relação ao Ruanda levaram a que Kigali anunciasse em comunicado a suspensão dos programas da ajuda belga em curso até 2029 por, supostamente, Bruxelas ter levado a cabo uma campanha agressiva junto de Kinshasa contra o regime de Paul Kagamé.ANG/RFI

 

                      Vaticano/Já se fala no sucessor de Papa Francisco

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – A saúde do Papa Francisco preocupa crentes em todo o mundo, há quem comece já a pensar no futuro - e naquele que poderá ser o sucessor do atual Sumo Pontífice.

Francisco, de 88 anos, está internado desde sexta-feira, devido a uma grave infeção respiratória. E segundo o Politico, pessoas próximas ao religioso terão afirmado que ele próprio teme que a sua saúde não melhore desta vez.

Assim, já se começa a falar na próxima pessoa a assumir o papel mais importante da Igreja Católica. Tecnicamente, recorde-se, qualquer homem católico romano pode ser eleito herdeiro de S. Pedro, embora a tiara papal seja invariavelmente vestida por um dos 253 cardeais de todo o mundo.

Com a deterioração do estado de saúde do Papa Francisco, vários cardeais proeminentes estão a ser apontados como seu sucessor, refere o NY Post.

Recorde-se que em Portugal se viu com entusiasmo a notícia de que o Cardeal Tolentino Mendonça iria substituir o Papa numa das suas missas no Vaticano, durante o fim de semana. Mas fará ele parte da lista de possíveis sucessores?

Confira na galeria acima os principais candidatos a ser o próximo Papa, de acordo com a opinião pública. ANG/Lusa

 

               Etiópia/UA denuncia crimes de guerra em curso no Sudão

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) - A União Africana denunciou hoje "crimes de guerra e contra a humanidade em curso" no Sudão, em guerra civil desde abril de 2023, e a nação africana acusou Nairobi de apoiar o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA), com sede em Adis Abeba, na Etiópia, reuniu-se na sexta-feira para debater a guerra no Sudão.

A UA está "preocupada com a escalada contínua do conflito" entre os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) de Mohamed Hamdane Daglo e o exército do general Abdel Fattah al-Burhane, e, "em particular, com a continuação da prática de crimes de guerra e crimes contra a humanidade", escreveu hoje a organização pan-africana num comunicado.

Vários países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e a Etiópia, apelaram a uma trégua humanitária durante o Ramadão, que começa no final de fevereiro.

Na semana passada, a UA descreveu o atual conflito no Sudão como "a pior crise humanitária do mundo", com centenas de milhares de crianças a sofrer de desnutrição aguda grave.

A fome já está a afetar cinco regiões sudanesas, incluindo três no Darfur do Norte, e prevê-se que se estenda a cinco outros distritos do estado até maio, segundo as agências da ONU, com base num relatório recente do Sistema de Classificação da Segurança Alimentar (IPC).

Por sua vez, a nação africana acusou hoje o Quénia de apoiar as RSF, após os paramilitares terem anunciado a sua intenção de estabelecer um Governo paralelo ao atual Governo sudanês, na sequência de uma reunião com vários grupos civis em Nairobi.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) sudanês lamentou, em comunicado, que o Governo queniano tenha "desrespeitado as suas obrigações ao abrigo do direito internacional ao acolher a assinatura de um chamado 'acordo político' entre a milícia terrorista Janjaweed (RSF) - responsável por atos de genocídio em curso no Sudão - e os indivíduos e grupos a ela associados".

"Uma vez que o objetivo declarado deste acordo é estabelecer um Governo paralelo em parte do território sudanês, esta medida promove o desmembramento dos Estados africanos, viola a sua soberania e interfere nos seus assuntos internos", reiterou o MNE sudanês na nota.

Tudo isto representa, segundo o Governo sudanês, uma "clara violação da Carta das Nações Unidas, do Ato Constitutivo da União Africana e dos princípios estabelecidos da ordem internacional contemporânea".

Para o executivo sudanês, "acolher os líderes da milícia terrorista das RSF e permitir-lhes levar a cabo atividades políticas e de propaganda - enquanto continuam a perpetrar genocídio, a massacrar civis por motivos étnicos, a atacar campos de deslocados e a cometer violações - constitui aprovação e cumplicidade nestes crimes hediondos", afirmou.

De igual modo, o MNE sudanês salientou que esta ação do Governo queniano não só viola os princípios de boa vizinhança, como também é contrária aos compromissos assumidos pelo Quénia ao mais alto nível no sentido de não permitir a realização de atividades hostis contra o Sudão no seu território.

Por conseguinte, "equivale a um ato de hostilidade contra todo o povo sudanês", indicou.

O MNE do Sudão apelou, por fim, à comunidade internacional para que condenasse este "ato hostil do Governo queniano", afirmando ainda que vai tomar "todas as medidas necessárias para restabelecer o equilíbrio".

O anúncio das RSF foi feito após o exército sudanês ter dito, segunda-feira, que as suas tropas estão a avançar para norte de Cartum, apertando o cerco às RSF em torno da capital sudanesa, depois de terem tomado o controlo, no início de janeiro, da cidade estratégica de Wad Madani, no estado de Al-Jazira.ANG/Lusa

 

Coreia do Sul/Seul acolherá norte-coreanos capturados na Ucrânia que queiram desertar

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) - As autoridades sul-coreanas admitiram hoje acolher os soldados norte-coreanos que sejam capturados na Ucrânia a combater juntamente com as tropas russas e queiram desertar da Coreia do Norte.

Ministério dos Negócios Estrangeiros do da Coreia do Sul avançou, em comunicado, que "os soldados norte-coreanos são cidadãos sul-coreanos de acordo com a Constituição" pelo que "respeitar a vontade destas pessoas é cumprir o direito internacional".

O anúncio do Governo sul-coreano foi feito na sequência dos últimos relatos de que muitos soldados norte-coreanos ficaram feridos durante o conflito, depois de terem sido enviados para apoiar a Rússia ao abrigo do acordo de defesa estratégica alcançado no ano passado entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.

As autoridades ucranianas anunciaram a captura de dois soldados norte-coreanos que combatiam ao lado das tropas russas na província russa de Kursk, onde Kyiv lançou uma operação militar no verão passado.

O Governo ucraniano propôs devolvê-los à Coreia do Norte se Pyongyang aceitar facilitar uma troca com soldados ucranianos atualmente detidos na Rússia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estimou que cerca de 4.000 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos em Kursk, embora o número não tenha sido verificado.

A disponibilidade apresentada pelo Governo sul-coreano surge depois de um soldado ter dito, em entrevista ao jornal Chosun Ilbo, que planeia pedir asilo na Coreia do Sul.

O ministério de Seul reagiu, defendendo que estas pessoas "não devem ser enviadas de volta para um lugar onde enfrentam a ameaça de perseguição".ANG/Lusa

 

Ucrânia/Zelensky acusa Trump de estar "preso numa bolha de desinformação"

Bissau, 19Fev 25 (ANG) - Volodymyr Zelensky respondeu ao presidente norte-americano, que culpou a Ucrânia do início da guerra contra a Rússia.

presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou esta quarta-feira, numa conferência de imprensa em Kyiv, que o homólogo norte-americano, Donald Trump, está "preso numa bolha de desinformação". Esta reação surge depois de Trump ter culpado a Ucrânia, na terça-feira à noite, do início da guerra com a Rússia.

 “Todo o respeito pelo presidente Donald Trump, como líder, mas está viver neste espaço de desinformação”, disse Zelensky.

O chefe de Estado ucraniano negou as alegações de Trump de que os índices de aprovação da presidência do país são de 4%, argumentando que se trata apenas de "desinformação russa" e que as tentativas de o substituir durante a guerra não vão funcionar.

"Estamos a falar de 4%. Já vimos essa desinformação, vem da Rússia", sublinhou o presidente ucraniano.

Donald Trump respondeu às queixas da Ucrânia por ter sido deixada de fora das conversações entre os Estados Unidos e a Rússia.

O presidente norte-americano culpou a Ucrânia pela guerra com a Rússia, em resposta às queixas do país por ter sido deixado de fora das conversações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre o fim do conflito.

No mesmo discurso, Trump pressionou Zelensky para convocar eleições na Ucrânia, parecendo fazer eco de uma das principais exigências de Moscovo, e deu a entender que vai encontrar-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, ainda antes do final do mês.

A guerra foi desencadeada pela Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. Nas conversações na Arábia Saudita, Washington e Moscovo concordaram em nomear negociadores sobre a guerra, sem a participação da Ucrânia ou de países da Europa. ANG/Lusa