quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Caso 1 de Fevereiro/Condenados à prisão 14 militares acusados de tentativa de golpe de Estado

Bissau,19 Fev 25(ANG) – O Tribunal Militar Superior condenou hoje à penas de prisão efetiva de entre 12 e 29 anos, 14 suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 01 de Fevereiro de 2022, no país.

Três dos arguidos foram condenados à penas de 29 anos de prisão efetiva, outros oito à 24 anos.

O tribunal ainda aplicou uma pena de 12 anos de prisão efetiva à mais três suspeitos.

No total foram condenados 14 dos 24 arguidos nesse processo, que tiveram penas acessórias de expulsão das Forças Armadas da Guiné-Bissau.

O processo arrasta-se há três anos e o julgamento que terminou hoje com a leitura do acórdão envolveu 24 dos 50 indiciados por envolvimento na alegada tentativa de golpe de Estado. ANG/Lusa

 

Direitos Humanos/RJDPDR regista 84 casos de violação de crianças das zonas rurais, em 2024  

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – A Rede de Jovens Defensores e Promotores dos Direitos Rurais registou 84 casos de violação de crianças das zonas rurais durante  2024, nomeadamente violação sexual e física de rapazes e raparigas.

A revelação foi feita esta quarta-feira,  em conferência de imprensa, pelo Presidente da Rede de Jovens Defensores das Crianças Rurais, Yasser Quintino Biamo, no âmbito da divulgação dos resultados dos inquéritos sobre casos de violação de crianças no ano passado.

Na ocasião, Biamo disse que, entre casos de violação das crianças, a região de OIO, Tombali e Quinara registaram 34 casos de casamento forçado, sendo que  uma  menina foi espancada por mulheres até a morte na região de Tombali por recusar se  casar.

Conforme os dados divulgados nesta conferência de imprensa, no ano passado a região de Oio registou 130 violações contra crianças e Bafatá 1016 , que somam no total 1146 . As violações se traduziram na retirada à força de crianças nas escolas para irem ao  fanado.

Aquele responsável  sublinhou que, em Gabu, registou-se um caso triste de duas crianças gêmeas encontradas mortas debaixo da ponte que liga a povoação de Sinctham Tombom à Gabu, e que até ao momento não foi encontrado o responsável por esse acto.   

Yasser Quintino Biamo revelou que, na região de Quinara, concretamente em Buba, registou um caso em que o pai engravidou a filha,  e na região de Oio registou-se o caso de cinco meninas que foram submetidas a mutilação genital ,na tabanca de Sansantou.

Dados dessa organização revelam que na região de Biombo registou-se o caso de um homem de 60 anos de idade que violou sexualmente uma menina de 12 anos na povoação de Bissauzinho.ANG/MI/ÂC//SG

    RDC/M23 continua progressão no leste, diplomacia procura soluções

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – Os rebeldes do M23 continuam a sua progressão no leste da República Democrática do Congo, tendo ocupado, terça-feira, Kamanyola, no Kivu sul, localidade até agora sob comando das tropas do Burundi, aliadas da RDC.

A diplomacia, por ora, ainda não conseguiu avanços negociais, não obstante várias frentes estarem activas.

Kamanyola está situada a cerca de 50 kms a sul da capital do Kivu sul, Bukavu, ocupada pelo M23 desde o fim da semana passada.

A localidade está situada perto da fronteira com o Ruanda, as tropas da RDC e do Burundi tiveram que abandonar a área.

Também nesta terça-feira, no plano diplomático, o chefe de Estado, Félix Tshisekedi, avistou-se por escassas horas em Luanda com o seu homólogo angolano.

João Lourenço não obstante ter assumido no fim de semana a presidência rotativa da União Africana mantém-se como mediador para o leste da RDC.

A diplomacia angolana realçava a necessidade de equacionar novos passos a dar num contexto de degradação das condições de segurança.

Também no plano diplomático o Reino Unido anunciou ter convocado o mais alto diplomata ruandês em Londres para apelar à retirada imediata das tropas de Kigali de território do antigo Zaire.

As críticas da antiga potência colonial, a Bélgica, em relação ao Ruanda levaram a que Kigali anunciasse em comunicado a suspensão dos programas da ajuda belga em curso até 2029 por, supostamente, Bruxelas ter levado a cabo uma campanha agressiva junto de Kinshasa contra o regime de Paul Kagamé.ANG/RFI

 

                      Vaticano/Já se fala no sucessor de Papa Francisco

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – A saúde do Papa Francisco preocupa crentes em todo o mundo, há quem comece já a pensar no futuro - e naquele que poderá ser o sucessor do atual Sumo Pontífice.

Francisco, de 88 anos, está internado desde sexta-feira, devido a uma grave infeção respiratória. E segundo o Politico, pessoas próximas ao religioso terão afirmado que ele próprio teme que a sua saúde não melhore desta vez.

Assim, já se começa a falar na próxima pessoa a assumir o papel mais importante da Igreja Católica. Tecnicamente, recorde-se, qualquer homem católico romano pode ser eleito herdeiro de S. Pedro, embora a tiara papal seja invariavelmente vestida por um dos 253 cardeais de todo o mundo.

Com a deterioração do estado de saúde do Papa Francisco, vários cardeais proeminentes estão a ser apontados como seu sucessor, refere o NY Post.

Recorde-se que em Portugal se viu com entusiasmo a notícia de que o Cardeal Tolentino Mendonça iria substituir o Papa numa das suas missas no Vaticano, durante o fim de semana. Mas fará ele parte da lista de possíveis sucessores?

Confira na galeria acima os principais candidatos a ser o próximo Papa, de acordo com a opinião pública. ANG/Lusa

 

               Etiópia/UA denuncia crimes de guerra em curso no Sudão

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) - A União Africana denunciou hoje "crimes de guerra e contra a humanidade em curso" no Sudão, em guerra civil desde abril de 2023, e a nação africana acusou Nairobi de apoiar o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.

O Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA), com sede em Adis Abeba, na Etiópia, reuniu-se na sexta-feira para debater a guerra no Sudão.

A UA está "preocupada com a escalada contínua do conflito" entre os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) de Mohamed Hamdane Daglo e o exército do general Abdel Fattah al-Burhane, e, "em particular, com a continuação da prática de crimes de guerra e crimes contra a humanidade", escreveu hoje a organização pan-africana num comunicado.

Vários países, incluindo os Emirados Árabes Unidos e a Etiópia, apelaram a uma trégua humanitária durante o Ramadão, que começa no final de fevereiro.

Na semana passada, a UA descreveu o atual conflito no Sudão como "a pior crise humanitária do mundo", com centenas de milhares de crianças a sofrer de desnutrição aguda grave.

A fome já está a afetar cinco regiões sudanesas, incluindo três no Darfur do Norte, e prevê-se que se estenda a cinco outros distritos do estado até maio, segundo as agências da ONU, com base num relatório recente do Sistema de Classificação da Segurança Alimentar (IPC).

Por sua vez, a nação africana acusou hoje o Quénia de apoiar as RSF, após os paramilitares terem anunciado a sua intenção de estabelecer um Governo paralelo ao atual Governo sudanês, na sequência de uma reunião com vários grupos civis em Nairobi.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) sudanês lamentou, em comunicado, que o Governo queniano tenha "desrespeitado as suas obrigações ao abrigo do direito internacional ao acolher a assinatura de um chamado 'acordo político' entre a milícia terrorista Janjaweed (RSF) - responsável por atos de genocídio em curso no Sudão - e os indivíduos e grupos a ela associados".

"Uma vez que o objetivo declarado deste acordo é estabelecer um Governo paralelo em parte do território sudanês, esta medida promove o desmembramento dos Estados africanos, viola a sua soberania e interfere nos seus assuntos internos", reiterou o MNE sudanês na nota.

Tudo isto representa, segundo o Governo sudanês, uma "clara violação da Carta das Nações Unidas, do Ato Constitutivo da União Africana e dos princípios estabelecidos da ordem internacional contemporânea".

Para o executivo sudanês, "acolher os líderes da milícia terrorista das RSF e permitir-lhes levar a cabo atividades políticas e de propaganda - enquanto continuam a perpetrar genocídio, a massacrar civis por motivos étnicos, a atacar campos de deslocados e a cometer violações - constitui aprovação e cumplicidade nestes crimes hediondos", afirmou.

De igual modo, o MNE sudanês salientou que esta ação do Governo queniano não só viola os princípios de boa vizinhança, como também é contrária aos compromissos assumidos pelo Quénia ao mais alto nível no sentido de não permitir a realização de atividades hostis contra o Sudão no seu território.

Por conseguinte, "equivale a um ato de hostilidade contra todo o povo sudanês", indicou.

O MNE do Sudão apelou, por fim, à comunidade internacional para que condenasse este "ato hostil do Governo queniano", afirmando ainda que vai tomar "todas as medidas necessárias para restabelecer o equilíbrio".

O anúncio das RSF foi feito após o exército sudanês ter dito, segunda-feira, que as suas tropas estão a avançar para norte de Cartum, apertando o cerco às RSF em torno da capital sudanesa, depois de terem tomado o controlo, no início de janeiro, da cidade estratégica de Wad Madani, no estado de Al-Jazira.ANG/Lusa

 

Coreia do Sul/Seul acolherá norte-coreanos capturados na Ucrânia que queiram desertar

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) - As autoridades sul-coreanas admitiram hoje acolher os soldados norte-coreanos que sejam capturados na Ucrânia a combater juntamente com as tropas russas e queiram desertar da Coreia do Norte.

Ministério dos Negócios Estrangeiros do da Coreia do Sul avançou, em comunicado, que "os soldados norte-coreanos são cidadãos sul-coreanos de acordo com a Constituição" pelo que "respeitar a vontade destas pessoas é cumprir o direito internacional".

O anúncio do Governo sul-coreano foi feito na sequência dos últimos relatos de que muitos soldados norte-coreanos ficaram feridos durante o conflito, depois de terem sido enviados para apoiar a Rússia ao abrigo do acordo de defesa estratégica alcançado no ano passado entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder norte-coreano, Kim Jong Un.

As autoridades ucranianas anunciaram a captura de dois soldados norte-coreanos que combatiam ao lado das tropas russas na província russa de Kursk, onde Kyiv lançou uma operação militar no verão passado.

O Governo ucraniano propôs devolvê-los à Coreia do Norte se Pyongyang aceitar facilitar uma troca com soldados ucranianos atualmente detidos na Rússia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estimou que cerca de 4.000 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos em Kursk, embora o número não tenha sido verificado.

A disponibilidade apresentada pelo Governo sul-coreano surge depois de um soldado ter dito, em entrevista ao jornal Chosun Ilbo, que planeia pedir asilo na Coreia do Sul.

O ministério de Seul reagiu, defendendo que estas pessoas "não devem ser enviadas de volta para um lugar onde enfrentam a ameaça de perseguição".ANG/Lusa

 

Ucrânia/Zelensky acusa Trump de estar "preso numa bolha de desinformação"

Bissau, 19Fev 25 (ANG) - Volodymyr Zelensky respondeu ao presidente norte-americano, que culpou a Ucrânia do início da guerra contra a Rússia.

presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou esta quarta-feira, numa conferência de imprensa em Kyiv, que o homólogo norte-americano, Donald Trump, está "preso numa bolha de desinformação". Esta reação surge depois de Trump ter culpado a Ucrânia, na terça-feira à noite, do início da guerra com a Rússia.

 “Todo o respeito pelo presidente Donald Trump, como líder, mas está viver neste espaço de desinformação”, disse Zelensky.

O chefe de Estado ucraniano negou as alegações de Trump de que os índices de aprovação da presidência do país são de 4%, argumentando que se trata apenas de "desinformação russa" e que as tentativas de o substituir durante a guerra não vão funcionar.

"Estamos a falar de 4%. Já vimos essa desinformação, vem da Rússia", sublinhou o presidente ucraniano.

Donald Trump respondeu às queixas da Ucrânia por ter sido deixada de fora das conversações entre os Estados Unidos e a Rússia.

O presidente norte-americano culpou a Ucrânia pela guerra com a Rússia, em resposta às queixas do país por ter sido deixado de fora das conversações entre os Estados Unidos e a Rússia sobre o fim do conflito.

No mesmo discurso, Trump pressionou Zelensky para convocar eleições na Ucrânia, parecendo fazer eco de uma das principais exigências de Moscovo, e deu a entender que vai encontrar-se com o homólogo russo, Vladimir Putin, ainda antes do final do mês.

A guerra foi desencadeada pela Rússia, que invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. Nas conversações na Arábia Saudita, Washington e Moscovo concordaram em nomear negociadores sobre a guerra, sem a participação da Ucrânia ou de países da Europa. ANG/Lusa

 

                    Brasil/Jornalista britânica desaparecida há 10 dias

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) -Uma jornalista britânica está desaparecida no Brasil, há 10 dias, e foi  vista pela última vez em São Paulo, onde enviou uma mensagem a uma amiga.

Charlotte Peet, de 32 anos, enviou uma mensagem a uma amiga a 8 de fevereiro a informá-la que estava em São Paulo e que em breve rumaria ao Rio de Janeiro, pedindo ajuda sobre sugestões de sítios onde ficar alojada.

A amiga informou-a de que não conseguia ajudá-la e começou a ficar preocupada depois de esta não lhe ter respondido mais. Entretanto, a família também se queixou de que não conseguia contactá-la e  as autoridades foram alertadas.

A mulher, que se diz fluente em português, é jornalista há 9 anos, tendo trabalhado na Al Jazeera, no Times no Evening Standard e até na BBC.

A ocorrência foi inicialmente reportada à Delegacia de Atendimento ao Turista no Rio de Janeiro, mas posteriormente encaminhada para as autoridades de São Paulo, cidade onde a jornalista foi vista pela última vez, refere o Metro britânico.

Sabe-se ainda que o caso está a ser acompanhado pelo Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa. ANG/Lusa

 

Desporto-futebol/Sport Bissau e Benfica derrota Os Balantas de Mansoa por 2-1 e continua isolado no comando da Liga Orange

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – O campeão em título, o Sport Bissau e Benfica, recebeu e derrotou em casa, no último fim de semana, por 2-1, a sua congénere de Os Balantas de Mansoa, na partida referente à 6ª jornada da Liga Orange.

Esta  partida entre os encarnados de Bissau e Os Balantas de Mansoa, da zona norte do país, ficou marcada com repentina apagão dos olofotes do Estádio Lino Correia, no decorrer do jogo,  e o público reagiu com arremesso de pedras para o interior do estádio, em consequência, Jean Kalmente, jogador do Benfica foi atingido e  apresenta ferimentos graves na cabeça.

O acidente motivou a visita do Presidente da Liga dos Clubes de Futebol, Dembo Sisse, na terça-feira, à residência do jogador do Benfica.

As restantes partidas produziram os seguintes resultados: UDIB-2/São Domingos-2, Portos de Bissau-0/Nhacra-1, Bula-0/Sporting Clube da Guiné-Bissau-1, FC Canchungo-1/FC Pelundo-1, CDR Gabú-1/FC Sonaco-0, FC Cuntum-5/Hafia de Bafatá-0, Flamengo de Pefine-0/FC Cumura-2.

Eis a tabela classificativa apôs a 6ª jornada da Liga Orange, a maior prova de futebol nacional:

1-Sport Bissau e Benfica-18 pts        9-FC Canchungo-08 pts

2-UDIB-14 pts                                       10-Portos de Bissau-07 pts

3-Nhacra-13 pts                                    11-Flamengo de Pefine-05 pts

4-FC Cuntum-12 pts                            12-Hafia de Bafatá-04 pts

5-SC-Guiné-Bissau-12 pts                13-FC Sonaco-03 pts

6-Os Balantas de Mansoa-11 pts       14-FC Pelundo-02 pts

7-FC Cumura-10 pts                             15-São Domingos-02 pts

8-CDR Gabú-09 pts                             16-Bula-01 pts  

Para a 7ª jornada estão previstos os seguintes desafios: FC Cumura/NTFC Bula, Sporting CGB/Portos de Bissau, Hafia de Bafatá/Flamengo de Pefine, Os Balantas de Mansoa/CDR Gabú, Harados de Nhacra/FC Canhungo, FC Pelundo/SB Benfica, São Domingos/FC Cuntum, FC Sonaco/UDIB.ANG/LLA/ÂC//SG 

Política/PAIGC condena  detenção do deputado  Flávio Baticã Ferreira e exige sua libertação imediata

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) – O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC) condenou “com veemência” a detenção do deputado da nação eleito no Círculo da Diáspora para o partido, Flávio Baticã Ferreira.

Em comunicado à imprensa, à que a ANG teve acesso hoje, o PAIGC  considera o ato de “brutal e desproporcional”, contra liberdade e livre circulação de cidadãos, legalmente protegidos pela Constituição da República, e exige a libertação imediata e incondicional do deputado da nação.

Segundo  a Liga Guineense dos Direiros Humanos (LGDH),  homens encapuzados prenderam o  Deputado , por ter participado numa cerimónia ritual , no sector de Pitche, região de Gabú, leste do país que, alegadamente, estaria a preparar  um golpe de Estado.

O PAIGC responsabiliza os autores morais e materiais por esse ato que diz ser de um cavarde e condenável num Estado de Direito Democrático.

Segundo o comunicado, os libertadores apelaram as forças da defesa e segurança a se absterem da prática de atos que vão contra o determinado pela  Constitução.

O partido apela aos seus militantes e dirigentes  para  se distanciarem de “provocações de agentes ligados ao regime”, devido ao elevado “índice de desespero e nervosismo que os mesmos vem demonstrando com o aproximar do dia 27 de Fevereiro, que constitucionalmente porá fim ao mandato de Umaro Sissoco Embaló e de seu regime”.

Ainda em comunicado, o PAIGC alerta a comunidade internacional e todas  as organizações defensoras dos direitos humanos e da democracia, sobre “recorrentes atos de desmando e violaçôes dos direitos básicos e fundamentais dos cidadãos guineenses praticado pelo regime do presidente Umaro Sissioco Embaló”.ANG/MI/ÂC//SG

Justiça/𝐋𝐆𝐃𝐇 considera de “ilegal” detenção do Deputado do PAIGC para diáspora Flávio Baticã Ferreira

Bissau, 19 Fev 25 (ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) considerou de “ilegal e arbitrária” a detenção do Deputado de Partido  Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) para diáspora,  Flávio 𝐁aticã  Ferreira, ocorrida  no dia 17 de Fevereiro corrente,  no setor de Pitche, região de Gabú, onde  estava a  realizar uma cerimónia de cariz tradicional.

A reação da liga foi publicada, em comunicado, na página da instituição na Facebook.

Segundo  a LGDH,  homens encapuzados prenderam o  Deputado , por ter participado numa cerimónia ritual , no sector de Pitche, região de Gabú, leste do país que alegadamente estaria a preparar  um golpe de Estado.

“A Direção Nacional da LGDH registou com indignação mais uma detenção arbitrária protagonizada pelo Ministério do Interior, a mando dos senhores Botche Candé e José Carlos Macedo Monteiro, Ministro do Interior e Secretário de Estado da Ordem Pública, respetivamente”, refere a Liga.

A LGDH condena a detenção que considera de  arbitrária, abusiva, ilegal e exige a libertação  imediata e incondicional de Flávio Ferreira.

“Esta detenção abusiva do Deputado com imunidade parlamentar, constitui não só uma afronta à Constituição, à dignidade da pessoa humana e ao Estado de Direito, mas também  mais uma prova inequívoca do desespero e da deriva autoritária do regime instalado no poder”, diz a  LGDH na sua página de Facebook.

A organização que defende os direitos humanos, diz que  o Deputado Flávio Baticã Ferreira foi conduzido às instalações do Ministério do Interior em regime de total isolamento, sem direito à visitas de familiares, advogados ou de  amigos. ANG/AALS/ÂC//SG

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Cooperação/Guiné-Bissau e Gâmbia trocam experiência no domínio  da Comunicação Social

Bissau,18 Fev 25(ANG) – O ministro da Comunicação Social, Florentino Fernando Dias encontra-se na vizinha República da Gâmbia para uma visita de trabalho de dois dias à convite do seu homólogo daquele país.

De acordo com a página do Ministério da Comunicação Social guineense na Facebook, esta terça-feira, primeiro dia da visita de Florentino Fernando Dias foi marcado com encontro à dois, com o seu homólogo, o ministro de Informação e Porta-Voz do Governo da Gâmbia, Ismaila Ceesay, seguido de uma   reunião bilateral e uma conferência de imprensa dos dois governantes.

A página do Ministério da Comunicação Social refere que o governante gambiano Ismaila Ceesay qualifica a visita de extremamente importante, por permitir a construção  de uma  ponte  para a cooperação frutuosa noutros domínios, como o turismo, comércio e outros.

“É convicção do Ministro de Informação da Gâmbia que a influência da Comunicação Social, a confiança entre os dois povos e autoridades vão aumentar e vão facilitar largos entendimentos”, salientou.

Por seu turno, ministro da Comunicação Social guineense Florentino Dias, agradeceu o convite e a hospitalidade, tendo formulado um convite ao seu homólogo gambiano para fazer uma visita de trabalho à Guiné-Bissau.

Dias disse  que, a Comunicação Social, enquanto vetor de transmissão de cultura e valores, vai permitir que os dois países se conheçam melhor, potencializando a possibilidade de cooperação noutros domínios da vida pública.

Florentino Fernando Dias manifestou o interesse em conhecer a experiência da Gâmbia no domínio da transição analógica para digital, no domínio da regulação e fiscalização do sector da Comunicação Social.

Os dois membros do Governo destacaram que a relação entre os dois países vêm de longe, fruto da aproximação geográfica e da similitude cultural, tendo sido incrementado nos últimos anos, graças à relação privilegiada dos Presidentes da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló e  da Gâmbia Adama Barrow.

De acordo com a página, no termo da reunião, as partes concordaram na necessidade de aprofundar a cooperação com trocas de correspondentes entre os órgãos de Comunicação Social dos dois países, partilha de Estratégia de Comunicação e de plataformas de informação, capacitação e formação, reforço de capacidade entre outras.

Para materializar as grandes conclusões, as partes concordaram em criar Comissões Mistas, integradas pelos responsáveis intermédios da Comunicação Social dos dois países, e em realizar fóruns regulares.

A visita de trabalho, cuja duração é de dois dias, prossegue amanhã, quarta-feira com a participação do ministro da Comunicação Social guineense nas Cerimónias comemorativas do sexagésimo aniversário da Independência da República Gâmbia, que contará com a presença do chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló, na
qualidade de  convidado de honra.ANG/ÂC//SG

 

Angola/ deputados da bancada parlamentar da UNITA detidos pela Polícia Nacional

Bissau, 18 Fev 25 (ANG) – Em Angola dois deputados da UNITA, Francisco Falua e João Kipipa Dias, foram no domingo, na província do Cuanza Norte, detidos e molestados por largas horas pela Polícia Nacional (PNA), quando se preparavam para participar numa marcha contra uma vaga de mortes de camponeses.

A Polícia Nacional já reagiu, alegando que os manifestantes se insurgiram contra os agentes em serviço, bloqueando a Estrada Nacional nº 230 da referida província.

Os agentes da Polícia Nacional angolana na província do Cuanza Norte impediram  domingo uma marcha em repúdio às mortes de camponeses que se têm registado há um ano naquela região e detiveram vários cidadãos que se tinham ali concentrado com esse objectivo.

Entre os detidos encontravam-se os deputados do grupo parlamentar da UNITA, Fernando Falua e João Kipipa Dias, que horas depois foram libertados.

Em comunicado a Polícia Nacional informa que dispersou a manifestação por os jovens protagonizarem actos de arruaça e desordem pública, bloqueando a Estrada Nacional n.º 230 da província.

Mas o deputado João Kipipa Dias, um dos visados, desmente a versão da corporação, já que no momento da concentração não havia um grupo suficiente para interditar a referida via.

“Quando nós iniciamos não tinha população suficiente para impedir a via. Os carros estavam a movimentar-se normalmente. Aliás, nós estávamos a caminhar, eu e deputado Falua e mais quatro ou cinco pessoas, e o carro de música atrás a irmos em direcção ao lugar combinado, que é na praça do Lenga-Lenga. Depois de nos soltarem, nós voltámos à carga porque nós queríamos mostrar que não temos mais do que senão gritar basta de morte”, desabafou o político.

O parlamentar da bancada parlamentar da UNITA diz, ainda, que durante a detenção foram molestados e tratados como animais pelos agentes da polícia.

“As pessoas estavam à nossa espera. A marcha tinha que arrancar, infelizmente, entrámos em confronto com a polícia. A polícia deteve-nos.Eles tinham três barreiras. Primeiro conseguimos ultrapassar a primeira, a segunda e terceira peço que era já da PIR (Polícia de Intervenção Rápida), aí já não conseguimos. Fomos molestados, fomos atirados nas viaturas como animais e levados à cadeia do SIC (Serviço de Investigação Criminal)”, lamentou João Kipipa Dias, também responsável do partido político Pra-ja no Cuanza Norte.

Segundo o político, desde Janeiro do ano passado, 16 camponeses já morreram misteriosamente a caminho ou no campo de cultivo na província do Cuanza Norte, um fenómeno que tem criado pânico entre a população daquela região.  

Face à situação,o deputado João Kipipa Dias revela que a sociedade exige apenas uma resposta das autoridades em relação ao fenómeno, que no último sábado, 15 de fevereiro, ainda levou à morte de mais três camponeses.ANG/RFI

 

       Turquia/Zelensky quer "garantias de segurança" num acordo de paz

Bissau, 18 Fev 25 (ANG) - O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta t
erça-feira em Ancara que irá procurar "garantias de segurança" dos Estados Unidos, da União Europeia e da Turquia para qualquer acordo de paz com a Rússia, no conflito quase a completar três anos.

"Como país, queremos a paz, queremos que a guerra termine. Mas queremos que o fim da guerra seja baseado em certas garantias de segurança", defendeu Zelensky, numa entrevista à Agência Anadolu da Turquia e antes do encontro com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan.

O líder ucraniano acrescentou esperar que essas "garantias de segurança sejam oferecidas pelos Estados Unidos, pela União Europeia, pela Turquia e por toda a Europa".

O encontro de Zelensky com Erdogan ocorre ao mesmo tempo que o início das negociações dos EUA com a Rússia em Riade, capital da Arábia Saudita.

Na segunda-feira, Zelensky insistiu que a Ucrânia "não reconheceria" qualquer acordo alcançado sem Kiev, e considerou que os ucranianos e os ocidentais deveriam ter uma posição comum antes de falar com Moscovo.

Washington e Moscovo afirmaram que Kiev participaria nas conversações quando chegasse o momento.

Outras questões-chave sobre as quais Washington e Moscovo estavam a cooperar antes da invasão podem voltar à mesa: desarmamento nuclear, forças convencionais na Europa, programa nuclear do Irão ou o conflito israelo-palestiniano.

Um encontro entre Trump e Putin, que poderá ocorrer também na Arábia Saudita.ANG/Lusa

 

      Qatar/Governo diz que o futuro de Gaza é uma "questão palestiniana"

Bissau, 18 fev 25 (ANG) - O Qatar, que atua como mediador entre Israel e o Hamas, afirmou esta terça-feira que o futuro de Gaza é uma questão palestiniana, quando Israel insiste na necessidade de eliminar o Hamas e na desmilitarização total do território palestiniano.

Tudo o que acontecer na Faixa de Gaza, após o conflito, é "uma questão palestiniana", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed al-Ansari, numa conferência de imprensa.

"A questão de quem representa oficialmente os palestinianos e que grupos devem estar presentes na esfera política" cabe aos próprios palestinianos, disse Al-Ansari, em resposta a uma pergunta sobre o desejo de Israel de erradicar o movimento islamita palestiniano que governa a Faixa de Gaza.

"Não cabe a nós nem aos outros responder a essa pergunta", insistiu o porta-voz.

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, disse hoje que as negociações sobre a segunda fase do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que deverá permitir a libertação de todos os reféns mantidos em Gaza e o fim definitivo da guerra, começariam "esta semana".

"Exigimos uma desmilitarização completa de Gaza. Não aceitaremos a presença contínua do Hamas ou de qualquer outro grupo terrorista em Gaza", enfatizou Saar.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, propôs assumir o controlo do território palestiniano e deslocar os seus 2,4 milhões de habitantes para o Egito e para a Jordânia, um plano rejeitado pelos países árabes, que se preparam para propor um plano alternativo.

O plano dos Estados Unidos agravou as tensões sobre o frágil cessar-fogo em Gaza estabelecido em 19 de janeiro, após uma guerra devastadora desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023.

A primeira fase da trégua, que termina em 01 de março, já resultou na libertação de 19 reféns israelitas e 1.134 palestinianos presos por Israel, de um total planeado de 33 reféns e 1.900 palestinianos.

Deverá também permitir a entrada de mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza, que está cercada por Israel. Mas o Hamas acusa os israelitas de bloquearem o envio para Gaza de edifícios pré-fabricados e de equipamentos de remoção de entulho.

"A ajuda que entra hoje na Faixa de Gaza é insuficiente, mesmo que multipliquemos por dez o que foi acordado. Usar a ajuda humanitária como carta nas negociações é um crime em si mesmo", disse Majed al-Ansari. ANG/Lusa

 

Sudão do Sul/Corte dos EUA ameaça vida de infetados com VIH no Sudão do Sul e Quénia

Bissau, 18 Fev 25 (ANG) - O fim da ajuda externa norte-americana está a colocar em risco de vida cerca de 70 mil pessoas que vivem com VIH/SIDA no Sudão do Sul e no Quénia, onde a situação é "devastadora", alertaram hoje responsáveis de ONG.

 

Na sequência da decisão do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender a ajuda norte-americana, canalizada sobretudo através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), no Sudão do Sul, tal como no Quénia, as pessoas infetadas com VIH/SIDA podem não sobreviver.

"A súbita suspensão do financiamento pelo Presidente Trump pôs em risco os serviços básicos, ameaçando reverter anos de progresso na luta contra a epidemia do VIH", alerta Evelyn Letio Unzi, diretora Executiva da ONG National Empowerment of Positive Women United (NEPWU), que se dedica a ajudar pessoas que vivem com VIH no Sudão do Sul e conta com financiamento, entre outras, da USAID e da Organização Internacional para as Migrações (OIM, sigla em inglês).

De acordo com Unzi, desde que a administração Trump anunciou a suspensão do financiamento e o desmantelamento da USAID até que os tribunais norte-americanos suspenderam temporariamente a medida, "1.500 pessoas que vivem com VIH perderam consultas, medicamentos e viram o seu tratamento interrompido", disse.

A este respeito, Unzi apelou ao Governo do Sudão do Sul, país mais jovem de África, para que ativasse medidas para ajudar estes doentes e apelou, também, para que isto fosse um aviso para que não se dependesse apenas da ajuda externa.

No Quénia, o congelamento da ajuda dos EUA já é "devastador", também, para as pessoas seropositivas, que estão sem acesso a medicamentos, de acordo com fontes locais ouvidas pela agência AFP.

"Se não os tomar [os medicamentos], não posso estar bem", disse à AFP Hellen Anyango, mãe de quatro filhos, de 43 anos, seropositiva, que vive numa aldeia do condado de Kisumu, no oeste do Quénia, onde mais de 11% da população deste condado é seropositiva. A média nacional é de cerca de 3%.

Tal como milhões de pessoas em todo o mundo, Anyango depende de medicamentos caros, que limitam a multiplicação do vírus no corpo, tal como depende do Pepfar, um programa anti-HIV/SIDA lançado por George W. Bush em 2003.

Embora o impacto da decisão dos EUA seja difícil de quantificar, já teve um efeito "devastador", nomeadamente o fim abrupto de numerosos programas de apoio, investigação e prevenção, bem como a perda de pessoal de saúde formado para lidar com a sensibilidade da doença.

De acordo com números de 2023 da embaixada dos Estados Unidos no Quénia, os Estados Unidos investiram pelo menos cerca de 7,65 mil milhões de euros no país da África Oriental através do Pepfar, proporcionando acesso a antirretrovirais (ARV) a 1,3 milhões de pessoas ao longo de 20 anos e salvando "milhões" de vidas.

No final de janeiro, Trump deu ordem para congelar a ajuda externa do seu país, canalizada principalmente através da USAID, uma organização da qual também ordenou o despedimento da maioria dos seus funcionários em todo o mundo.

A decisão provocou o pânico entre as organizações humanitárias de todo o mundo que dependem dos contratos dos EUA para continuar a funcionar.

No entanto, em 13 de fevereiro, um juiz federal bloqueou temporariamente a ordem do Presidente dos EUA, Donald Trump, de congelar a ajuda externa dos EUA, enquanto outro tribunal suspendeu o desmantelamento da USAID.

De acordo com a ONU, os Estados Unidos são, de longe, o maior fornecedor de ajuda externa, com quase 68,9 mil milhões de euros investidos até 2023, representando 40% da ajuda humanitária global.ANG/Lusa