sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Moçambique/Desaparecimento de conhecido jornalista de Nampula há dez dias gera preocupação

Bissau, 05 Dez 25 (ANG) - O activista social e apresentador de televisão, Sismo Eduardo está desaparecido faz dez dias, denuncia a Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos às autoridades  governamentais na cidade de Nampula.

O desaparecimento estranho desde 23 de Novembro de um activista social também apresentador de televisão em Nampula foi comunicado às autoridades pelo coordenador da Rede dos Defensores dos Direitos Humanos nesta província do norte de Moçambique, Gamito dos Santos, que exige o esclarecimento do caso.

“Decidimos depositar de forma oficiosa e oficial no gabinete do governador, gabinete do Secretário de Estado, no Sernic (Serviço Nacional de Investigação Criminal), assim como na Procuradoria Provincial para dar a conhecer e exortar a estas entidades para que possam encetar esforços no sentido de averiguar, investigar o que é que efectivamente está a acontecer com o nosso colega que está desaparecido”, disse o responsável.

Gamito dos Santos que qualifica a situação de “alarmante e insustentável”, considera que "há indícios claros de tentativa de silenciamento”. Na sua óptica, as causas deste desaparecimento podem ser “os temas que ele vinha de certa forma tratando a nível daquele espaço televisivo. Estamos a falar da 'Radiotelevisão Encontro' onde ele fazia o seu programa denominado 'Tribuna do Cidadão' e eu acredito que é através disso que ele começou a receber as ameaças”.

Nestes últimos anos, o apresentador de rádio e televisão, tem sido uma figura importante do debate público em Nampula, ilustrando-se designadamente por expor nos seus programas casos de alegadas violações dos Direitos Humanos ou ainda irregularidades institucionais. Reconhecido pelo seu trabalho, o jornalista também tem sido visado por tentativas de intimidação.

O governador de Nampula, Eduardo Abdula, lamenta a situação. "Eu, como dirigente da província, insto as autoridades policiais que procurem este indivíduo, procurem saber o seu paradeiro e nos deem algum esclarecimento. Mas até este momento, não tenho indicação nenhuma e gostaria mesmo que ele voltasse e voltasse com vida, com saúde e estivesse junto da sua família”, declarou o governador.

Desaparecido na madrugada de 23 de Novembro, horas depois de indicar estar em “perigo de vida”, com a sua residência a ser alegadamente cercada por desconhecidos, o jornalista não dá sinal de vida e nenhum familiar ou colega desde essa altura, os seus telefones estando aparentemente desligados.

A esposa do apresentador e activista supostamente alvo de ameaças de morte por desconhecidos, também está em paradeiro incerto. ANG/RFI

 

Sociedade/ Primeiro-ministro de Transição reitera empenho do Executivo nas reformas estruturais essenciais para o desenvolvimento do país

Bissau, 05 Dez 25 (ANG) – . O Primeiro-ministro, Ilídio Vieira Té reiterou o  empenhado do Governo de Transição na promoção da estabilidade laboral, redução do  custo de vida e implementação de  reformas estruturais essenciais ao desenvolvimento nacional.

Segundo o Comunicado à Imprensa do Conselho Nacional de Concertação Social(CNCS), Vieira Té que também é ministro das Finanças falava numa reunião entre os membros do CNCS e do Governo de Transição.

O Chefe do Governo anunciou ainda que realizará visitas de inspeção à todos os ministérios para garantir o cumprimento rigoroso das orientações governamentais e assegurar a eficácia das instituições públicas.

O comunicado refere que o Governo se comprometeu a  rever as políticas fiscais, combater ineficiências e promover incentivos que tornem o ambiente de negócios mais competitivo.

No encontro  de análises da situação laboral ,dos custos dos bens de primeira necessidade  e da necessidade de revisão da grelha salarial foram adoptadas  novas medidas para o reforço do diálogo social.

A debilidade do sector agrícola e risco de insegurança alimentar devido às cheias e à má gestão de investimentos anteriores, a inércia do sector privado agravada pela carga fiscal e falta de financiamento e o descontrolo dos preços e qualidade dos medicamentos no mercado nacional,  foram outros assuntos debatidos na reunião.

Na ocasião, o ministro do Comércio e Indústria, Jaimentino Có  reafirmou o compromisso do Governo de manter a política  de monitorização e estabilização dos preços dos produtos da primeira necessidade, para a proteção do poder de compra das famílias guineenses.

A Ministra da Função Pública, Assucénia Donate de Barros destacou os desafios persistentes  na governação laboral, desde a existência de vários sindicatos para uma mesma área sectorial (Educação e Saúde) e diz que criam fragmentações , dificultam negociações e comprometem a eficácia dos processos de mediação social.

Assucénia de Barros sugeriu a  harmonização sindical, o reforço dos mecanismos de diálogo e clarificação das representatividades, para garantir negociações mais estruturadas, estáveis e produtivas.

O Ministro da Economia sublinhou a necessidade urgente de restabelecer a confiança entre o Estado e o sector produtivo, condição que diz ser  essencial para atrair investimento, criar emprego e dinamizar a economia nacional. ANG/JD/SG

 

 

      EUA/Tshisekedi e Kagame assinam acordo de paz em Washington

Bissau, 05 Dez 25 (ANG) - Os Presidentes da República Democrática do Congo e do Ruanda assinaram, quinta-feira, em Washington, um acordo de paz, na presença de Donald Trump.


Enquanto no terreno os intensos combates prosseguem, em Washington, assinou-se um acordo que, em teoria, prevê um cessar-fogo permanente, o desarmamento das forças não-estatais, o retorno dos refugiados e a responsabilização dos que cometeram atrocidades. O pacto também inclui que os Estados Unidos tenham um acesso preferencial a minerais estratégicos da região.

Trump falou de “grande milagre”, mas os presidentes congolês e ruandês foram bem mais contidos, não dando o simbólico aperto de mão, ainda que se tenham comprometido a cumprir o acordo, e  esclareceram que se "as coisas não correrem como deveriam", a responsabilidade não recairá sobre Trump.

“Estendemos a nossa mão para uma cooperação pacificada, baseada no respeito mútuo, a não ingerência e a luta comum contra os grupos armados, o fim de qualquer apoio a forças negativas e a abertura de perspectivas económicas justas que beneficiem os nossos dois povos”, declarou o chefe de Estado congolês, Félix Tshisekedi.

Quanto ao Presidente ruandês, Paul Kagame, também prometeu estar à altura: “Cabe-nos a nós, em África, trabalhar com os nossos parceiros para consolidar e expandir esta paz. O Ruanda - garanto - estará à altura. O nosso único objectivo é, e sempre foi, que o nosso país esteja seguro depois de tantas tragédias. Sabemos que tudo o que queremos é olhar em frente com confiança, na expectativa de um futuro estável e próspero.”

O leste da República Democrática do Congo vive, desde 1998, um conflito alimentado por grupos rebeldes e pelo exército.ANG/RFI

 

Burkina Faso/Governo restabelece  pena de morte no projeto de novo Código Penal

Bissau, 05 Dez 25 (ANG) - O governo de Burkina Faso adotou na quinta-feira um projeto de lei que estabelece um novo Código Penal, que prevê, nomeadamente, o restabelecimento da pena de morte para certos crimes graves, informou a imprensa local.

Segundo a mesma fonte, esta revisão faz parte das reformas em curso no setor da justiça e visa fortalecer o quadro jurídico nacional.

O projeto de texto introduz diversos ajustes, incluindo o aumento das multas, o estabelecimento do serviço comunitário como principal pena e o endurecimento das sanções relacionadas a crimes de trânsito e crimes econômicos.

Essas mudanças, segundo a mídia que cita fontes oficiais, visam fortalecer a prevenção, coibir comportamentos ilegais e aprimorar a resposta da justiça criminal.

Burkina Faso aboliu a pena de morte para crimes de direito consuetudinário em 2018, durante a presidência de Roch Marc Christian Kaboré. ANG/Faapa

   

Rússia/Governo  acusa ONU de "distorcer a realidade" sobre crianças levadas

Bissau, 05 Dez 25 (ANG) - As autoridades russas acusaram hoje a ONU de "distorcer a realidade" com uma resolução sobre a "transferência forçada" de crianças ucranianas para o seu território após a invasão da Ucrânia, que começou há quase quatro anos.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo afirmou, em um comunicado, que o documento, "elaborado pelo regime de Kyiv e pelos seus parceiros europeus, está repleto de mentiras e hipocrisia".

"Distorceram a realidade. Baseia-se em acusações odiosas contra a Rússia e fala de alegadas adoções e deportações forçadas para apagar a identidade destas crianças ucranianas", referiu o comunicado.

"Estas insinuações são completamente infundadas. Não há qualquer menção às crianças ucranianas que são levadas para a Europa e perdem todo o contacto com as suas famílias", afirmou o documento, explicando que "é evidente que esta resolução procura desviar as atenções do declínio total do regime de Kyiv, assolado pela corrupção e pelo sofrimento, acumulando derrota após derrota no campo de batalha".

O Ministério russo criticou duramente a presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, "que se esqueceu que o seu mandato como ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha terminou e que deve agir com profissionalismo, justiça e imparcialidade".

Com 91 votos a favor, 12 contra e 57 abstenções, o organismo da ONU aprovou na quarta-feira esta resolução sobre as crianças ucranianas, apelando ao Governo russo que "garanta o regresso imediato, seguro e incondicional das crianças que foram deportadas ou removidas à força" para território russo.

Além disso, a resolução da ONU pede o fim, "sem demora, de qualquer prática de transferência forçada, deportação, separação das suas famílias e responsáveis legais, mudança de estatuto pessoal e doutrinação de crianças ucranianas". ANG/Lusa

 

Justiça/Alto Comando Militar dissolve Conselho Superior de Magistratura e reforça poderes do novo PGR

Bissau, 05 dez 25(ANG) - O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e da Ordem Pública (ACMRSNOP) anunciou a dissolução do Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público e adotou uma Carta Política de Transição como instrumento normativo para restaurar a legalidade constitucional e assegurar o retorno à normalidade institucional e democrática da República da Guiné-Bissau.

“É dissolvido o Conselho Superior da Magistratura do Ministério Público, enquanto órgão da sua estrutura, durante o período de transição e da vigência da Carta Política de Transição”, disse o Alto Comando Militar, em comunicado à que a  ANG teve acesso hoje.

A carta refere que a urgência de restabelecer a ordem pública e a segurança nacional não se compadece com obstáculos institucionais e estruturais do Ministério Público.

Por isso, de acordo com o documento, revela-se imprescindível flexibilizar, simplificar, desburocratizar e tornar mais célere e dinâmica da sua atuação durante o período de transição, a fim de proteger e salvaguardar os pilares e valores fundamentais da existência do  Estado.

Segundo o ACMRSNOP isso implica a revogação ou  suspensão da vigência, durante o período de transição política, de algumas normas sobre a organização e funcionamento do Ministério Público, sem comprometer a sua independência, autonomia e os direitos do seu pessoal.

As novas autoridades de transição esclareceram que a Carta Política de Transição e a Resolução do ACMRSNOP, de 29 de novembro de 2025, mantem  intacto o Capítulo VII da Constituição da República, relativo ao Poder Judicial, salvaguardando, assim, a organização e funcionamento dos órgãos judiciais, incluindo o Ministério Público.


O comunicado sublinha que o Ministério Público desempenha “um papel relevante” na manutenção da ordem pública e segurança nacional, enquanto titular da ação penal, guardião da legalidade democrática e defensor do interesse público.

“O restabelecimento da ordem pública,  segurança nacional,  preservação da unidade nacional e a proteção dos direitos fundamentais dos cidadãos exigem uma atuação mais proativa, efetiva, dinâmica, eficiente e eficaz do Ministério Público”, refere ACMRSNOP.

O ACM defendeu que, uma vez consumada a alteração da ordem constitucional e adotada a Carta Política de Transição, em substituição do Título IV da Constituição da República (relativo à organização do Poder Político), é necessário criar condições para que a transição seja assumida com responsabilidade e para que sejam preparados e adotados os principais instrumentos reguladores das relações entre os diferentes órgãos de soberania.ANG/ÂC//SG

 

Regiões/Organização para a Defesa das Zonas Húmidas promove  capacitação de 40 professores no domínio de Educação Ambiental

Cacheu, 05 Dez 25 (ANG) – A Organização para a Defesa das Zonas Húmidas(ODZH) em parceria com a “Wetlands Internacional”, promove, desde   quarta-feira, e para três dias, ações de capacitação de 40 professores na região de Cacheu , em Canchungo, no domínio de Educação Ambiental.

Em declarações ao Correspondente de Agência de Notícias da Guiné na região de Cacheu, o Diretor Executivo da Organização para a Defesa das Zonas Húmidas (ODZH), Francisco Gomes Wambar destacou que o objetivo da  formação é capacitar os professores em matéria de Educação Ambiental, com a finalidade de ajudar os alunos a saberem conservar o meio ambiente e lutar contra o uso de sacos plásticos, que continuam a poluir o meio ambiente.

Pediu  aos formandos para aproveitarem, ao máximo, as matérias ministradas durante os cinco  dias de formação, com a finalidade de contribuir nas suas escolas, para a conservação do meio ambiente.

A formação no domínio de Educação Ambiental é realizada  pela Organização para a Defesa das Zonas Húmidas (ODZH), e financiada pela “Wetlands Internacional”. ANG/LLA/ÂC//SG      

 

Justiça/Alto Comando Militar nomeia Amadu Tidjane Baldé novo Procurador Geral da República

Bissau, 05 Dez 25 (ANG) - O Presidente da República de Transição, Major-General Horta Inta-a, nomeou o Amadu Tidjane Baldé nas funções do novo Procurador Geral da República tendo o exonerado do cargo de Presidente do Tribunal de Contas.

 Amadu Tidjane Baldé havia sido nomeado por Decreto Presidencial N.º 43 /2021, de 22 de Junho, e substitui Fernando Gomes,  exonerado das funções para que havia sido nomeado por Decreto Presidencial N.º 25/2025 de 29 de Julho.

O Comando Militar ainda nomeou
através do decreto Nº 08 /2025 Gamal Abdel Cassamá como  novo Presidente do Tribunal de Contas. ANG/MI/ÂC//SG

 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Regiões/” As mudanças climáticas estão a causar infeções respiratórias em Biombo”, diz o Diretor Clínico do Hospital Regional  

Biombo, 04 Dez 25 (ANG) – O Diretor Clínico do Hospital Regional de Biombo, em Quinhamel, norte do país, alertou hoje que as mudanças climáticas que atualmente se registam no país estão a causar infecções respiratórias nas diferentes faixas etárias dos cidadãos daquela localidade.

Em entrevista exclusiva ao correspondente de Agência de Notícias da Guiné (ANG) na região de Biombo, Pedro Cuma sustentou que essas mudanças evidenciadas com aparecimento de muitas poeiras estão  a provocar graves problemas  respiratórios  nas pessoas, originando tosses nos pacientes.

 “Os pacientes adultos e crianças atingidos pela infecção  respiratória aguda e paludismo, que já deram entrada no  Centro Hospitalar de Biombo, já estão a ser acompanhados”, disse Pedro Cuma.

Acrescentou  que os sintomas dessa vaga de infeção respiratória  começa com tosse, e caso a pessoa não recorrer a um posto hospitalar, corre o risco de agravar o seu estado de saúde.

“Em Quinhamel registamos muitos casos de tuberculose, por isso, a Organização Mundial de Saúde(OMS), alerta a sociedade guineense para não esconder a doença, e recomenda que quem tiver tosse prolongada que se dirige ao Centro Hospitalar para se prevenir do agravamento da sua situação”, aconselhou o Diretor Clínico.

Segundo Pedro Cuma,  atualmente  todas as regiões do país já  dispõem de aparelho para diagnosticar  casos de tuberculose.

Cuma disse que em caso de dúvida o ,melhor a fazer é se dirigir a um centro hospitalar para se saber se a pessoa é portadora de tuberculose ou de infeção respiratória. ANG/LLA/ÂC//SG      

        

ONU/ Assembleia Geral exige o regresso de crianças ucranianas levadas à força para a Rússia

Bissau, 04 Dez 25 (ANG) - A Assembleia Geral das Nações Unidas adotou na quarta-feira uma resolução que exige o regresso de todas as crianças ucranianas que foram levadas à força para a Rússia no âmbito da invasão da Ucrânia.

 

Com 91 votos a favor, 12 contra e 57 abstenções, o organismo aprovou o documento, que insta a Rússia a "garantir o regresso imediato, seguro e incondicional das crianças que foram deportadas ou levadas à força" para território russo.

Este documento exige o fim, "sem demora, de todas as práticas de remoção forçada, deportação, separação das suas famílias e responsáveis legais, mudança de estatuto pessoal e doutrinação de crianças ucranianas", segundo um comunicado de imprensa da ONU.

"Imagine que tem 16 anos num dia normal (...) quando, de repente, soldados armados com metralhadoras e um gorro, tipo passa montanhas, para esconder os rostos invadem a sua casa. Obrigam-no a entrar no veículo e levam-no para um destino desconhecido, e vê-se preso durante meses num pesadelo, com um nome diferente", disse a presidente da Assembleia Geral, Annalena Baerbock.

Baerbock enfatizou que o direito internacional é muito claro no artigo 49.º da Convenção de Genebra, que proíbe a remoção forçada ou a deportação de crianças de territórios ocupados.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.ANG/Lusa

 

Rússia/Putin disse que conversações foram úteis, mas rejeitou algumas propostas

Bissau, 04 Dez 25 (ANG) - O Presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que as conversações com os enviados norte-americanos sobre o fim da guerra na Ucrânia foram necessárias e que rejeitou algumas propostas, pedindo maior envolvimento dos países europeus.

Putin referiu-se às conversações durante uma entrevista à estação de televisão India Today antes da deslocação que vai efetuar hoje a Nova Deli.

A entrevista ainda não foi transmitida na íntegra, mas as agências de notícias estatais russas Tass e RIA Novosti citaram algumas das declarações do chefe de Estado da Rússia.

De acordo com as agências, Putin instou os países europeus a empenharem-se nas negociações acrescentando que a Rússia vai libertar as regiões de Donbas e Novorossiya, "militarmente ou por outros meios".

O Presidente russo referiu-se em concreto aos territórios que incluem as províncias de Kharkiv, Kherson, Mykolaiv, Zaporizhzhia, Odessa e Dnipropetrovsk.

"Demos às tropas ucranianas a oportunidade de se retirarem do Donbas, mas Kyiv prefere continuar a combater", afirmou. 

Segundo Vladimir Putin, o chefe de Estado norte-americano está "sinceramente" a tentar chegar a um consenso mas sublinhou que discordou de alguns pontos da proposta.

"Algumas questões são muito difíceis. Sobre algumas, dissemos que sim, que podem ser discutidas, mas sobre outras, não", acrescentou Putin sem detalhar.

Os comentários do líder russo ocorreram na altura em que o enviado especial do Presidente dos Estados Unidos, Steve Witkoff, e o genro do chefe de Estado norte-americano, Jared Kushner, se preparam para o encontro com o principal negociador da Ucrânia, Rustem Umerov.

A reunião deve decorrer hoje em Miami, Estados Unidos, de acordo com um alto funcionário da Administração norte-americana que falou sob condição de anonimato à Agência France Presse.

As negociações fazem parte da iniciativa de Donald Trump para pôr fim à guerra que se prolonga há quase quatro anos.

Trump afirmou na quarta-feira que Witkoff e Kushner saíram do longo encontro com Vladimir Putin confiantes de que o chefe de Estado russo quer encontrar uma solução para a guerra.

O encontro que decorreu no Kremlin, Moscovo, prolongou-se durante cinco horas. 

A agência Tass citou Putin indicando que as partes "tiveram de analisar todos os pontos da proposta de paz dos Estados Unidos, "razão pela qual demorou tanto tempo".

A Rússia invadiu a Ucrânia em 2014 anexando a Península da Crimeia e em 2022 lançou uma ofensiva de grande escala em todo o território ucraniano. ANG/Lusa

 

Moçambique/ Governo investiga desvio de antirretrovirais para criação de frangos

Bissau, 04 Dez 25 (ANG) - O Governo moçambicano confirmou hoje estar a investigar uma denúncia de uso de antirretrovirais para criação rápida de frangos na província de Tete, centro do país, admitindo persistir o desvio de fármacos das unidades hospitalares.

 

"Vamos trabalhar no assunto em duas componentes: Uma é da saúde pública, por causa do frango que dizem que foi produzido com antirretrovirais, e o segundo é o desvio de medicamentos no setor da saúde", disse o ministro da Saúde, Ussene Isse, no parlamento, onde o Governo responde a perguntas dos deputados no âmbito da proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2026.

Na intervenção, o ministro confirmou que o Governo tomou conhecimento do caso, um alegado caso do uso de antirretrovirais do Sistema Nacional de Saúde para impulsionar o rápido crescimento de frangos na província de Tete, após denúncias nas redes sociais.

O ministro da Saúde lembrou que a falta de fármacos nas unidades sanitárias do país é uma consequência das manifestações pós-eleitotrais que destruíram armazéns de medicamentos e outros materiais médicos, pedindo paciência face à reposição.

"Ainda persistem problemas de roubo, de desvio de medicamentos no nosso país e nós queremos pedir a vossa colaboração, porque esta é uma das maiores fraquezas que temos, mas isso só podemos reduzir com o vosso apoio, porque são representantes do povo, querem o bem ao povo, ajudem com soluções", apelou o governante.

O Governo moçambicano admitiu antes um cenário financeiro "substancialmente mais adverso" face ao previsto na proposta de orçamento para 2026, cortando as previsões de crescimento para 1,6% este ano e nas receitas esperadas no próximo.

No documento, a que a Lusa teve acesso, revendo a proposta entregue em outubro ao parlamento, o Governo refere que "constatou-se a necessidade de proceder a um ajuste em baixa da receita do Estado", no montante global de 14,9 mil milhões de meticais (200,6 milhões de euros), "o que por sua vez ditou o correspondente alinhamento a nível da despesa pública".

A projeção da receita do Estado passa a ser 406.969,4 milhões de meticais (5.481 milhões de euros) em 2026, equivalente a 24,9% do Produto Interno Bruto (PIB), a despesa do Estado de 520.634,2 milhões de meticais (7.012 milhões de euros), correspondente a 31,8% do PIB, enquanto o défice orçamental mantém-se em 113.664,9 milhões de meticais (1.530 milhões de euros), equivalente a 7% do PIB.ANG/Lusa

 

China/Governo pede cessar-fogo "efetivo" em Gaza após novo ataque israelita

Bissau, 04 Dez 25 (ANG) - O governo chinês pediu hoje que o cessar-fogo na Faixa de Gaza entre em vigor "efetivo", após novo ataque das Forças da Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) ter feito cinco mortos, incluindo duas crianças e duas mulheres.

porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Lin Jian, lamentou o sucedido num campo de refugiados em Khan Yunis (sul do enclave palestiniano), comentando que "a situação em Gaza continua frágil".

Lin frisou a importância do cessar-fogo "para aliviar a crise humanitária e restaurar a Paz e a estabilidade regional o mais rápido possível".

As IDF anunciaram terem efetuado o bombardeamento em causa como retaliação ao ataque contra as suas tropas na região de Rafah, no qual cinco soldados israelitas ficaram feridos.

Para o grupo radical islamista palestiniano Hamas, o ataque "constitui um claro crime de guerra" e uma "violação do acordo de cessar-fogo".

O presidente chinês, Xi Jinping, declarou hoje, após reunião em Pequim com o homólogo francês, Emmanuel Macron, que ambos os países vão trabalhar em conjunto rumo a "uma solução abrangente, justa e duradoura" no Médio Oriente, acrescentando um apoio de 100 milhões de dólares (85,8 milhões de euros) na reconstrução de Gaza.

O bombardeamento israelita de hoje, que ocorreu perto do hospital de campanha Kuwaiti, provocou ainda ferimentos em 30 palestinianos, sendo que muitos dos residentes nas tendas eram funcionários do hospital e respetivas famílias, embora não se saiba ainda se constam entre as vítimas, informaram as mesmas fontes à agência de notícias espanhola EFE.ANG/Lusa

 


Juventude/Primeiro-ministro de transição promete criar condições para a estabilização e segurança nacional

Bissau, 04 Dez 25 (ANG) – O Primeiro-ministro de transição reiterou o compromisso do Governo de criar as condições necessárias para garantir a estabilização e a segurança no país.

As informações foram avançadas pelo Presidente do Instituto Nacional da Juventude, Ussumane Sadjo, após um encontro realizado, quarta-feira, com primeiro –ministro de transição sobre a situação actual do país.

De acordo com Sadjo, que esteve acompanhado por representantes de várias organizações juvenis, o grupo apelou ao chefe do governo para promover o  diálogo com todos os atores nacionais, com vista a identificação de soluções viáveis para a atual conjuntura política e social.

O responsável defendeu  a necessidade de contenção e de esforços orientados para a pacificação, assentes no respeito pelos direitos humanos, e diz que  tais princípios são essenciais para garantir uma governação estável e evitar qualquer desordem que possa comprometer a segurança do país.

“Unimos esforços enquanto juventude para apoiar o desenvolvimento da Guiné-Bissau, independentemente das circunstâncias, porque o país está sempre em primeiro lugar”, afirmou Ussumane Sadjo.

O presidente do Instituto Nacional da Juventude  alertou  para a complexidade do momento político, sublinhando que, perante cenários difíceis, a juventude deve se manter disponível para contribuir na busca de soluções, através de um trabalho conjunto que promova a paz,  estabilidade e o progresso nacional.ANG/MI/ÂC//SG


Regiões/ Preços do Transporte Público baixam em Caió e Calequisse

Cacheu, 04 dez 25 (ANG) - O presidente do Conselho Disciplinar da Associação dos Transportadores e Motoristas da Região de Cacheu (ASTRAMORECA), Armando da Silva confirmou a redução das tarifas de transportes público nas rotas de Caió e Calequisse, na região de Cacheu, norte do país.

Segundo avançou o Correspondente regional da ANG, em Cacheu, no final de novembro de 2025 os preços praticados sofreram uma descida significativa, nos carros de 10 lugares, cujas tarifas saíram  1.000 francos CFA para 600 francos CFA, enquanto que nos veículos de 22 lugares os valores baixaram de 800 francos CFA para 500 francos CFA.

Da Silva explicou que as tarifas anteriores, em vigor entre agosto e  novembro foram aplicadas para ajudar os proprietários dos veículos a compensar as despesas adicionais provocadas pelo estado avançado de degradação das estradas que ligam Canchungo a Caió e Canchungo a Calequisse.ANG/AG/LPG/Â
C//SG

Sudão/ONU alerta para situação humanitária “Insustentável” a menos que a ajuda seja acelerada urgentemente

Bissau, 04 Dez 25 (ANG) – As Nações Unidas apelaram na quarta-feira para um aumento urgente da ajuda humanitária ao Sudão central e ocidental, alertando que, caso contrário, a situação crítica das crianças e das famílias se tornará “insustentável”.

Em seu relatório "Situação Mundial da Infância 2025", o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) pediu a abertura urgente de corredores humanitários protegidos para que a ajuda vital pudesse chegar aos civis presos nas cidades de El Fasher (oeste), Kadugli (sul) e Dilling (sul).

A agência da ONU também considera cruciais a “remoção de obstáculos burocráticos e de segurança para acelerar a entrega de ajuda” e a proteção dos trabalhadores humanitários.

O UNICEF observa que, agora que a fome está "confirmada" em El Fasher e Kadugli, "condições semelhantes estão sendo relatadas em Dilling", acrescentando que os surtos de cólera "estão exacerbando os riscos nos campos de deslocados internos", causando uma situação humanitária "desastrosa".

A este respeito, a agência relata ter examinado recentemente 715 crianças e identificado 199 casos de desnutrição aguda grave e 215 casos de desnutrição aguda moderada. "As famílias abandonadas ao longo das estradas enfrentam fome, insegurança e detenções relacionadas a pedidos de resgate", lamentou o FMI.ANG/Faapa

 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Comércio e Indústria/Novo ministro Jaimentino Có  anuncia ambição de exportação de até 400 mil toneladas de caju em 2026

Bissau, 03 Dez 25 (ANG) – O novo ministro de Comércio e Indústria, do Governo de Transição, anunciou hoje a sua ambição de ver exportada  até 400 mil toneladas de castanha de caju no próximo ano.

Jaimentino Có, que falava na cerimónia de transferência de funções com Orlando Mendes Viegas declarou que a  sua prioridade é a preparação para ter uma boa campanha de caju, no próximo ano, arrecadando até 400 mil toneladas de castanha.

Có, que no passado desempenhou funções de Diretor-geral e de Inspetor-geral nesse ministério promete trabalhar para regulamentar bem o mercado interno no que aos produtos de primeira necessidade diz respeito.

Prometeu ainda estar  atento à qualquer rotura de stock para, à tempo, alertar o Governo e  Presidente da República de  Transição.

Sobre o seu antecessor, disse que Orlando Mendes Viegas,   é o ministro de que os funcionários daquela instituição guardarão boa memória , por ter sabido gerar   consensos entre funcionários e a direcção do Ministério.

Orlando Mendes Viegas enalteceu os trabalhos feitos pela sua equipa, durante seu mandato e disse que conseguiu-se  dar resposta mínima no que toca com a estabilização dos preços no mercado e registar  boa campanha de comercialização de castanha de caju.

Lembrou que na primeira fase houve grandes turbulências no mercado, sobretudo devido as  dívidas contraídas pelo Ministério das Finanças para a redução dos  custos de produtos da primeira necessidade, situação
que  foi resolvida paulatinamente até se chegar ao ponto de um saco de arroz de  50 kg custar 15.500 francos CFA.

Mendes Viegas admitiu   que até 2026 o mercado deverá se manter  estável.

Em relação a exportação da castanha de caju Viegas disse que foram exportadas  cerca de 210 mil toneladas , restando ainda seis toneladas para exportar.

Revelou citando o relatório do FMI, que o Produto Interno Bruto (PIB) da Guiné-Bissau subiu 5 por cento, graças a exportação de castanha de caju, e diz que, com satisfação,  foram melhoradas  as condições de produção da castanha no país. ANG/JD/ÂC//SG

 

Desporto/Rui da Silva promete implementar nova dinâmica na Liga Guineense dos Clubes de Futebol(LGCF)  

Bissau, 03 Dez 25 (ANG) – O recém empossado no cargo de Presidente da Liga de Clubes de Futebol  e o eleito, por unanimidade de 25 Clubes de Futebol Guineense presente, na Assembleia Geral electiva daquela organização, realizada no fim de semana,  promete implementar nova dinâmica para a melhoria das condições   de funcionamento das equipas de futebol nacional.

Rui da Silva fez a promessa  depois do anúncio dos resultados finais da votação feita na  Assembleia-Geral Eletiva da organização.

O jovem dirigente da LGCF reafirmou, em declarações à  imprensa desportiva, o compromisso de trabalhar para dignificar os clubes de futebol , com  novos desafios nas estruturas desportivas.

Disse, na ocasião, que sempre se preocupou com o avanço do futebol nacional, razão pela qual, enquanto dirigente de futebol, efetuou vários trabalhos para melhorar o desporto guineense.

“Agora que fui confiado o cargo do Presidente da Liga dos Clubes de Futebol, o meu principal objetivo é valorizar os clubes”, disse.

Prometeu ainda que irá reforçar as relações institucionais com a Federação de Futebol da Guiné-Bissau e  com  a instituição governamental que tutela o sector desportivo, durante os próximos 04 anos anos de seu mandato.

Rui da Silva era vice-presidente na direção cessante, liderada por Dembo Sissé.

Questionado sobre os rumores que dão conta de que terá traído Dembo Sissé para ser o novo presidente da Liga de Clubes de Futebol, com patrocínio da Federação Nacional de Futebol ,Silva nega as acusações de traição e diz que não foi possível se encontrar uma solução para o diferendo que os separa, razão pela qual se optou pelo seu plano B -  avançar para uma candidatura ao cargo de presidente da LGCF.

 “Quem conhece a minha relação com Dembo Sissé, sabe que não pode falar de traição, a nossa reação sobre o mal entendido foi tardia porque tentamos a todo o custo encontrar via pacífica para resolver o problema mas não foi possível, e tivemos por optar pelo o plano B”, disse.

Rui Silva ainda negou   que a Assembleia-Geral tenha sido realizada sob influência da FFGB, tal como alguns membros da comunidade futebolística têm afirmado, afirmando que a decisão pertence, exclusivamente, aos clubes de futebol.

A ANG sabe que, descontente, Dembo
Sissé  moveu  uma providência cautelar junto do Tribunal Regional de Bissau, para anulação da eleição de Rui Silva.ANG/LLA/ÂC//SG