terça-feira, 8 de abril de 2025

Ambiente/”Projeto Ação Climática Feminista está a trabalhar para transformar a Sub-Região numa das zonas mais importantes de reserva de biosfera no mundo” diz Miguel de Barros

Bissau, 08 Abr 25 (ANG) –O Director Executivo da ONG Tiniguena disse que o Projeto Ação Climática Feminista em África Ocidental está a trabalhar para tornar  a Sub-Região  uma das zonas mais importantes de reserva de biosfera, e de um modo de vida que permite contribuir para um mundo mais saudável.

Miguel de Barros falava hoje na abertura , do 3º  Atelíê  Regional de Coordenação dos Projetos Ação Climática Feminista em África Ocidental,  que decorre de 07 à 12 de corrente mês, em Bissau.

O Diretor Executivo da Tiniguena disse que o referido ateliê marca um momento importante para todos os participantes, uma vez que vai possibilitar  uma reflexão  sobre as problemáticas que os afetam.

“Servirá ainda para trocarmos a experiência sobre as metodologias que temos utilizados no trabalho de transformação das comunidades, mas sobretudo a possibilidade de construção de uma agenda comum, que permite enfrentar as desigualdades que afetam as mulheres e  meninas”, disse.

 “Hoje, enfrentamos problemas enormes. Segundo os dados avançados pelas Nações Unidas (NU), relativamente a agricultura e a clima, a África é das regiões mais impactada com as mudanças climáticas, mas a África Ocidental tem uma caraterística mais particular. É  que até 2050, se a nossa zona continuar com o mesmo ritmo de produção económica e de  modelo financeiro global, estima-se que  vamos perder 80 por cento das terras aráveis, e isso terá um impacto enorme na agricultura
”, destacou Miguel de Barros.

Segundo o Coordenador , Emanuel José Gomes Ramos, a  “Ação Climática Feminista”  é um projeto que visa criar  capacidades de adaptação das mulheres e jovens  aos  efeitos negativos das mudanças climáticas.

“Para enfrentar este desafio, estrategicamente foi usada o método de reforço das  capacidades em termos de produção agrícola, através de um modelo de produção Agro-ecológico”, que visa o reforço das capacidades das mulheres em termos de  tomada de decisões, para poderem contribuir, significativamente, no que diz respeito a governação de recursos naturais da sua zona”, disse Gomes Ramos.

Açâo Climática Feminista  opera em seis  ilhas do território nacional, concretamente Nago, Tchiniâ, Formosa, Orango, Canhabaque e Uno, e ainda  na ilha de Galinha, e apoia  grupos de mulheres com motores de pirogas, para facilitar o transporte dos seus produtos.

“Na zona costeira estamos em complementaridade com outros projetos de Tiniguena, que trabalham ligados à comunidade de Quinará, zona Sul do país, no domínio da limpeza de mangais. Promovemos a capacitação dos jovens na maneira de tratar os mangais, desde a  limpeza até a plantação, para que os mesmos possam continuar  a preservar essa riqueza”, disse Ramos.

Durante o encontro,  serão analisados os progressos e desafios após dois anos de implementação do projeto, especialmente o plano de advocacia e as experiências relacionadas com o género, e ainda proceder a definição  das abordagens e estratégias para a COP 30, no Brasil e próximas atividades de advocacia.ANG/LLA/ÂC//SG   
              

 

EXPO 2025/ Guiné-Bissau leva cultura à exposição mundial a decorrer no Japão

Bissau, 08 Abr 25 (ANG) – A Guiné-Bissau vai levar a sua cultura para a exposição mundial, a decorrer em Osaka, Kansai, no Japão, entre Abril e Outubro do ano em curso, com o tema "Conceber a sociedade do futuro, imaginar a nossa vida de amanhã ”.

A revelação foi feita esta terça-feira à imprensa pela Carlota Sanca, a Alta Comissária Geral da Guiné-Bissau para a Expo 2025.

Carlota Sanca disse que a Guiné-Bissau destacará o conhecimento, a riqueza e a preservação da sua cultura, realçando  vários aspetos , nomeadamente, a valorização das tradições culturais, do património material e imaterial; os desafios e estratégias para a preservação cultural;  Integração da tecnologia para uma modernização  da cultura.

Disse que, no Pavilhão "Commons-A", os visitantes terão a oportunidade de viver uma imersão única na identidade da Guiné-Bissau, através de várias temáticas alinhadas com o tema geral da Expo.

O Dia Nacional da  Guiné Bissau no evento está prevista para 10 de Maio,  e a Comissária disse que será  aproveitada para apresentar a história e  diversidade cultural do país, um mapa interativo que destaca as regiões, incluindo o arquipélago dos Bijagós e o seu património natural, uma exposição sobre a biodiversidade excecional e os esforços de conservação em curso.

No pavilhão com o tema: "Herança e Inovação: A Guiné-Bissau, uma Ponte entre a Tradição e o Futuro",   os visitantes descobrirão a história do país, desde os sítios históricos até às figuras emblemáticas; as tradições e os rituais, como as cerimónias de iniciação e a transmissão do saber oral; o artesanato, incluindo a tecelagem, a cerâmica e a escultura em madeira; a inovação e a modernização da cultura, destacando a digitalização e a promoção.

“Queremos com tudo isso fazer os visitantes viajarem através da alma à Guiné-Bissau, destacando a sua riqueza cultural, o seu dinamismo e o seu potencial para o futuro, com exposição relacionada ao artesanato (tecelagem, cerâmica, escultura em madeira).

Para a Alta Comissária para a Expo, “O artesanato da Guiné-Bissau é um verdadeiro reflexo da identidade cultural do país, combinando saberes ancestrais, simbolismo e utilidade no quotidiano.

Acrescenta que a  tecelagem, a cerâmica e a escultura em madeira são práticas transmitidas de geração em geração, desempenhando um papel essencial na vida social, económica e espiritual.

A cerâmica, uma prática milenar,  é praticada principalmente por mulheres, que produzem objetos de barro destinados à cozinha, aos rituais e ao comércio.

Carlota  Sanca sublinhou que A EXPO 2025 oferece uma oportunidade à Guiné-Bissau de partilhar a sua riqueza cultural, ao mesmo tempo que procura soluções inovadoras para a sua preservação, num mundo em constante transformação. ANG/LPG/ÂC//SG

 

 

China/ Governo diz que tomará medidas após Trump ameaçar aplicar mais 50% em taxas

 

Bissau, 08 Abr 25(ANG) - A China ameaçou “tomar resolutamente contramedidas para salvaguardar os seus próprios direitos e interesses”, em resposta à ameaça do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma taxa adicional de 50% sobre os produtos chineses.


Em comunicado, o Ministério do Comércio disse que a imposição pelos EUA das “chamadas ‘tarifas recíprocas’” à China é “completamente infundada e é uma prática típica de ‘bullying’ unilateral”.


A China tomou medidas de retaliação e o ministério deu a entender que mais estão para vir.

“As contramedidas tomadas pela China têm como objetivo salvaguardar a sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento e manter a ordem normal do comércio internacional. São completamente legítimas”, lê-se no comunicado.


“A ameaça dos EUA de aumentar as taxas sobre a China é um erro em cima de um erro e mais uma vez expõe a natureza chantagista dos EUA. A China nunca aceitará isso. Se os EUA insistirem nesse caminho, a China lutará até ao fim”, apontou.


Trump ameaçou impor taxas adicionais sobre os produtos oriundos da China na segunda-feira, levantando novas preocupações de que seu esforço para reformular o comércio global pode intensificar uma guerra comercial financeiramente destrutiva. Os mercados bolsistas de Tóquio a Nova Iorque afundaram nos últimos dias.


A ameaça de Trump surgiu depois de a China ter afirmado que iria retaliar contra as taxas norte-americanas.


“Se a China não retirar o seu aumento de 34% que vem em cima dos seus abusos comerciais já de longa data até amanhã, 08 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão tarifas ADICIONAIS à China de 50%, a partir de 09 de abril”, escreveu Trump no Truth Social.

“Além disso, todas as conversações com a China relativamente às reuniões que solicitaram connosco serão terminadas!”, avançou.


Se Trump concretizar esta ameaça, as taxas dos EUA sobre os produtos chineses atingiriam um total de 104%. Os novos impostos seriam adicionados às taxas de 20% anunciadas como punição pelo tráfico de fentanil e às taxas separadas de 34% anunciadas na semana passada.


Esta medida não só poderia aumentar os preços para os consumidores norte-americanos, como também poderia incentivar a China a inundar outros países com produtos mais baratos e a procurar relações mais profundas com outros parceiros comerciais, nomeadamente a União Europeia.


Durante o seu primeiro mandato, Trump gabou-se frequentemente dos ganhos da bolsa e a ameaça de perdas em Wall Street era vista como potencial barreira contra políticas económicas arriscadas no seu segundo mandato. Mas não é esse o caso, e Trump descreveu as recentes perdas financeiras como necessárias.


“Não me importo de passar por isto porque vejo uma bela imagem no final”, disse.

Os funcionários de Trump têm aparecido frequentemente na televisão para defender as suas políticas, mas nenhuma das suas explicações acalmou os mercados.


A China é um dos principais parceiros comerciais dos EUA, especialmente no que diz respeito aos bens de consumo, e as taxas acabarão por ser transferidas para o consumidor.

O Presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, alertou na sexta-feira para o facto de as taxas poderem aumentar a inflação e afirmou que “há muito que esperar e ver, incluindo nós”, antes de serem tomadas quaisquer decisões.


A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia vai concentrar-se no comércio com outros países além dos Estados Unidos, dizendo que existem “vastas oportunidades” noutros locais. ANG/Inforpress/Lusa

 

Comunicação Social/Ministro Florentino Dias qualifica de “bastante frutuosas” as relações entre Inacep e  Casa da Moeda de Portugal

Bissau,08 Abr 25(ANG) – O ministro da Comunicação Social qualificou de “bastante frutuosas”, as relações de cooperação existente entre a gráfica estatal guineense Inacep e a Casa de Moeda de Portugal.

Florentino Fernando Dias falava hoje ao presidir o ato da recepção de matérias-primas, constituídas por vários lotes de papeis para produção de diversos serviços na Inacep, doados pela Imprensa portuguesa - Casa da Moeda .

“Estamos aqui para evidenciar este gesto de enorme gratidão da Casa da Moeda de Portugal para com a sua congénere guineense a Inacep”, salientou o governante guineense.

A oferta, diz o ministro, demonstra as excelentes relações entre as duas gráficas, que o Governo vai continuar a acarinhar. “Por isso, podem assegurar, tal como afirmou o diretor-geral, de que os materiais utilizados serão usados para o bem da Inacep, e para a elevação da sua capacidade produtiva.

“Isso irá fazer com que a Inacep continue a servir, da melhor maneira, as pessoas que procuram os seus serviços, não só as singulares como as coletivas”, disse, salientando que a Inacep, serve as pessoas, empresas e ao Estado da Guiné-Bissau.

O Governante destacou que a  Inacep está em processo de mudanças,  visível nas suas partes físicas, acrescentando que essas mudanças também são evidentes na qualidade de serviços que ela está hoje a oferecer ao país.

“Nós podemos hoje aqui assegurar a disponibilidade do Governo de continuar a acompanhar a Inacep nessa sua missão de servir o país, enquanto a empresa gráfica que tem a missão de produzir os documentos oficiais do Estado”, disse.

O Encarregado de Negócios da Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau, em representação da Casa da Moeda, disse que o ato representa apenas uma   etapa de cooperação de muitos anos entre as duas instituições.

André Costa Monteiro sublinhou que a Inacep tem muitas responsabilidades na produção de vários produtos no país, frisando que os materiais doados são de grande qualidade, porque são idênticos aos que são usados em Portugal.

“As relações da Inacep/ Casa da Moeda são muito antigas e estão igualmente baseadas nas pessoas porque as instituições são feitas pelas pessoas”, disse o diplomata.

Costa Monteiro sublinhou que existem igualmente novas avenidas de cooperação entre a Inacep e a Casa da Moeda, tendo salientado que espera no futuro próximo que haja troca de experiências no âmbito de   Boletim Oficial.

“Temos um trabalho em conjunto neste momento e que visa a digitalização do Boletim Oficial com apoio de Portugal”, afirmou.

O Diretor-geral da Inacep, Leónico Pereira Tavares sublinhou, na ocasião, que, desde sempre, a vida da instituição que dirige está ligada à Casa da Moeda, com base numa relação de intercâmbio e cooperação que se tem fortalecido ao longo de gerações.

“É um privilégio, na qualidade do Diretor-geral da Inacep, acolher e saudar todos os convidados presentes nesta exposição de vários lotes de matérias- primas doadas pela Casa da Moeda de Portugal”, disse Leónico Pereira Tavares.

Disse esperar que as duas instituições de referências na indústria gráfica, tanto em Portugal como na Guiné-Bissau, continuem a estreitar os seus laços e a partilhar experiências. ANG/ÂC//SG

           Economia/ Governo reduz  à 50 por cento formalização de empresas

Bissau, 08 Abr 25 (ANG) -  O ministro da Economia, Plano e Integração Regional anunciou, esta terça-feira, que o custo de formalização de empresas e sociedades de responsabilidades limitadas vai sofrer  uma redução de 50 por cento, enquanto que o valor de capital inicial ,que era exigido, é reduzido  de um milhão de fcfa para o mínimo de 50 mil franco cfa.

Soares Sambú falava na abertura da 1ª Conferência Nacional sobre formalização e Desenvolvimento de Empresas prevista para dois dias, promovida pelo Centro de Formalização de Empresas(CFE).

Para a constituição de empresas e sociedades de responsabilidade limitada era praticada uma taxa de 350.000fcfa.

Esta primeira conferência nacional da CFE decorre sob o lema:” Formalização Empresarial e Crescimento Sustentável: um horizonte para o setor privado”

O Diretor-geral do CFE  garantiu que a medida anunciada pelo ministro será cumprida e revelou que também foi extinguida a obrigatoriedade de  pagamento de 1 milhão de fcfa que era depositado no Banco como capital inicial.

“Doravante quem pretende criar empresas deve depositar  no banco, no mínimo,   50 mil francos CFA como capital inicial”, disse Umaro Baldé.

Quanto à redução de 50 por cento da taxa de constituição de empresas ,Umaro Baldé disse que o Governo  pretende com a medida incentivar a empregabilidade juvenil .

 “ A falta de ocupação atualmente levou a maioria dos jovens a aderir a política, mas, se forem criadas condições para os jovens se  empreenderem teremos uma juventude com auto suficiência-económica,” frisou.

Questionado sobre  números de empresas já formalizadas respondeu que desde a criação do CFE até aqui foram constituídas 6.874 empresas, mas admite que nem todas  estão ativas.

Afirmou que tem informações de que o índice da mortalidade das empresas no país é muito elevado, devido à vários problemas, nomeadamente a  pressão fiscal e  falta de acesso ao financiamento.

Umaro garante que estão em curso diligências para que todos esses problemas, já identificados, sejam superados, para que os empreendedores possam resistir ao mercado.

Na cerimónia estiveram presentes membros do Governo, a representante do PNUD Alexandra Cassazza, o embaixador da União Europeia, Artis Bertules, empreendedores e  comerciantes  .ANG/JD//SG

Regiões / Instituto Nacional de Estatística inicia trabalhos de cartografia na Região de Cacheu

Canchungo, 08 Abri 25 (ANG) -  O Instituto Nacional de Estatística (INE) lança os trabalhos de cartografia na Região de Cacheu com um encontro com administradores, régulos e a sociedade civil .

João Carlos Arlete que coordena os trabalhos dedicou-se à sensibilização dos presentes na reunião sobre  a importância da cartografia no processo de Recenseamento Geral da População e Habitação-RGPH.

E exortou aos régulos e Administradores  para fazerem chegar às comunidades informações sobre a campanha promovida pelo INE em todo o país.

Ao longo de duas  semanas, diz João Arlete, os cartógrafos vão identificar as diferentes infraestruturas sociais existentes nos setores administrativos da região de Cacheu para facilitar aos técnicos que vão realizar o Recenseamento Geral da População e Habitação .

João Carlos Arlete afirmou que no final do processos de cartografia e do recenseamento geral da população, o Instituto Nacional de Estatística e o Governo guineense terão  dados atualizados das populações.

Os trabalhos de  cartografia foram financiados pelo Banco Mundial.

O III Recenseamento Geral da População e Habitação foi realizado em 2009,  e o IV terá lugar no decurso deste ano.  ANG/AG/LPG//SG

 

Taxas de câmbio para terça-feira, 8 de abril de 2025

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Fonte:BCEAO



                  
Irão/Dois realizadores de cinema condenados a prisão

Bissau, 08 Abr 25(ANG) - Os realizadores Maryam Moghaddam e Behtash Sanaeeha foram condenados a duas penas de prisão por um tribunal iraniano por fazerem propaganda contra a República Islâmica e produzirem conteúdos obscenos no filme 'O Meu Bolo Favorito', divulgou , terça-feira, a imprensa.

Os realizadores iranianos receberam uma pena de 14 meses e outra de um ano, que ficaram suspensas por cinco anos, ou seja, não cumprirão a pena na prisão e se não cometerem mais nenhum crime durante esse período, as penas serão anuladas, declarou Sanaeeha na rede social Instagram na noite de segunda-feira, citado hoje pela agência de notícias EFE.

A 26.ª Câmara do Tribunal Revolucionário de Teerão condenou os dois realizadores a 14 meses de prisão e a uma multa de 400 milhões de riais (347 euros) por propaganda contra a República Islâmica e por "divulgar informações falsas com a intenção de perturbar a opinião pública".

Na outra sentença, foram condenados a um ano de prisão por "produzir conteúdo obsceno", além de lhes ter sido foi confiscado o equipamento técnico utilizado. A sentença recaiu também sobre o produtor do filme, Gholamreza Mousavi.

Moghaddam e Sanaeeha foram ainda condenados a pagar uma multa de 200 milhões de riais (173 euros) por distribuir e exibir o filme sem licença oficial.

O filme 'O Meu Bolo Favorito' relata as necessidades românticas e íntimas de uma mulher iraniana madura, desafiando assim muitas das ideias rígidas e fortemente impostas pela República Islâmica sobre o papel e a visibilidade das mulheres na sociedade.

As organizações de direitos humanos sediadas fora do Irão informaram que o filme foi realizado sem que as atrizes cobrissem o cabelo com o véu islâmico obrigatório.

Em setembro, as autoridades impediram Moghaddam e Sanaeeha de saírem do Irão e confiscaram-lhes os passaportes enquanto se preparavam para viajar para a Suécia, para visitar familiares e apresentarem o seu filme.

Não foi a primeira vez que foram proibidos de viajar, algo que já tinha acontecido em fevereiro, quando não puderam comparecer à apresentação do filme no Festival de Cinema de Berlim (Berlinale), no qual recebeu dois prémios.

Mais de 3.000 personalidades do cinema, incluindo Pedro Almodóvar, Isabel Coixet, Ali Abbasi e Mohammad Rasoulof, assinaram uma petição em fevereiro a pedir ao Governo iraniano que retirasse "imediata e incondicionalmente" todas as acusações contra os cineastas.ANG/Lusa

   EUA/Execuções por pena de morte atingem nível mais elevado desde 2015

Bissau, 08 Abr 25(ANG) - O número de execuções pelos Estados que têm pena de morte atingiu, em 2024, o nível mais alto da última década, com 1.518 pessoas executadas, a maioria no Irão, Iraque e Arábia Saudita, denuncia esta terça-feira a Amnistia Internacional.

A organização internacional de defesa dos direitos humanos realça, porém, que este número, o mais elevado de execuções desde 2015, não inclui os milhares de pessoas que se acredita terem sido executadas na China, que continua a ser o principal país do mundo a executar pessoas, nem registos da Coreia do Norte ou do Vietname.

No seu relatório anual sobre a aplicação da pena de morte a nível mundial, hoje publicado, a Amnistia Internacional indica igualmente que as crises em curso na Palestina e na Síria impediram a confirmação de um número global final que pode, por isso, ser muito superior.

Com base nos dados confirmados pela organização, o Irão, o Iraque e a Arábia Saudita foram responsáveis por 91% das execuções por pena de morte registadas, tendo-se registado um aumento das execuções relacionadas com acusações ligadas ao mundo da droga, em violação dos direitos humanos.

De acordo com o relatório "Pena de Morte em 2024", só estes três países executaram 1.380 pessoas, com o Iraque a quase quadruplicar o número -- passando de 16 para 63 -- e a Arábia Saudita a duplicar, de 172 executados em 2023 para, pelo menos, 345 no ano passado.

No caso do Irão, o número também subiu, passando de 853 para 972, ou seja, quase dois terços de todas as execuções conhecidas no mundo.

"A pena de morte é um crime abominável que não tem lugar no mundo atual", afirma a secretária-geral da Amnistia Internacional, Agnès Callamard, citada no documento.

No entanto, apesar do "secretismo tenha continuado a encobrir o escrutínio em alguns países que, acreditamos, serem responsáveis por milhares de execuções, é evidente que os Estados que mantêm a pena de morte são uma minoria isolada", destaca.

"Com apenas 15 países a levarem a cabo execuções em 2024, o número mais baixo de que há registo, pelo segundo ano consecutivo" assinala-se um "afastamento desta punição cruel, desumana e degradante", sublinha ainda Agnès Callamard.

Os cinco países com o maior número de execuções registadas em 2024 foram a China, o Irão, a Arábia Saudita, o Iraque e o Iémen.

Mas também os Estados Unidos têm registado uma tendência constante de aumento das execuções, tendo sido executadas 25 pessoas desde o fim da pandemia da covid-19, de acordo com o relatório.

A organização não-governamental (ONG) admite que o número pode aumentar ainda mais este ano, já que o recém-eleito Presidente, Donald Trump, tem invocado repetidamente a pena de morte como uma ferramenta para proteger as pessoas "de violadores violentos, assassinos e monstros".

"Os seus comentários desumanizadores promoveram uma falsa narrativa de que a pena de morte tem um efeito dissuasor único sobre o crime", lamenta a Amnistia Internacional, denunciando ainda que, no Médio Oriente, as sentenças de morte têm sido utilizadas também para silenciar os defensores dos direitos humanos, os dissidentes, os manifestantes, os opositores políticos e as minorias étnicas.

"Aqueles que se atrevem a desafiar as autoridades enfrentam os castigos mais cruéis, especialmente no Irão e na Arábia Saudita, onde a pena de morte é utilizada para silenciar os corajosos que se manifestam", afirma Agnès Callamard.

Em 2024, o Irão continuou a aplicar a pena de morte para punir as pessoas que desafiaram o regime da República Islâmica durante a revolta que ficou conhecida como "Mulher, Vida, Liberdade", denuncia ainda a ONG.

Segundo o relatório referente a 2024, "duas dessas pessoas -- incluindo um jovem com uma deficiência mental -- foram executadas, na sequência de julgamentos injustos e de 'confissões' contaminadas pela tortura, o que prova até que ponto as autoridades estão dispostas a ir para reforçar o seu controlo do poder".

Da mesma forma, as autoridades sauditas continuaram a utilizar a pena de morte como arma para silenciar a dissidência política e punir os cidadãos da minoria xiita que apoiaram os protestos "antigovernamentais" entre 2011 e 2013.

A Amnistia Internacional sublinha ainda que a República Democrática do Congo mostrou intenção de retomar as execuções, enquanto as autoridades militares do Burkina Faso anunciaram planos para reintroduzir a pena de morte para crimes comuns.

No relatório hoje apresentado, a organização de defesa dos direitos humanos denuncia também um abuso relativamente aos motivos invocados para as penas de morte.

"Mais de 40% das execuções de 2024 foram levadas a cabo ilegalmente por crimes relacionados com a droga. De acordo com a legislação e as normas internacionais em matéria de direitos humanos, a aplicação da pena de morte deve ser limitada aos crimes mais graves", lembra a Amnistia Internacional.

"As execuções relacionadas com a droga prevaleceram na China, Irão, Arábia Saudita, Singapura e, embora não tenha sido possível confirmar, provavelmente no Vietname", indica Agnès Callamard.

"Condenar à morte pessoas por delitos relacionados com droga tem tido um impacto desproporcionado sobre as pessoas de meios desfavorecidos, mas não tem qualquer efeito comprovado na redução do tráfico de droga", garante.

Por outro lado, e embora se tenha registado um aumento do número de execuções, a Amnistia contabiliza apenas 15 países que as realizaram, o que constitui o número mais baixo de que há registo pelo segundo ano consecutivo.

Atualmente, 113 países são totalmente abolicionistas e 145 no total aboliram a pena de morte na lei ou na prática.

Em termos regionais, a Ásia-Pacífico continuou a ser a região com o maior número de execuções no mundo, onde cinco países (Afeganistão, China, Coreia do Norte, Singapura e Vietname) realizara execuções em 2024, diminuindo, ainda assim, o número de executores, já que o Bangladesh não cumpriu nenhuma sentença de morte no ano passado, pela primeira vez desde 2018.

No continente americano, os Estados Unidos foram, pelo 16º ano consecutivo, o único país a executar pessoas, mas Trinidad e Tobago também impuseram sentenças de morte.

Na Europa e Ásia Central, a Bielorrússia continuou a ser o único país europeu a aplicar a pena de morte, embora tenha perdoado os visados posteriormente.

No Médio Oriente e Norte de África, o número de execuções registadas cresceu 34%, passando de 1.073 em 2023 para 1.442 em 2024. No total, oito países da região foram conhecidos por terem efetuado execuções em 2024: Egito, Irão, Iraque, Kuwait, Omã, Arábia Saudita, Síria e Iémen.

Por fim, na África subsariana, as execuções e as condenações à morte registadas diminuíram cerca de 10% e, pelo segundo ano consecutivo, a Somália foi o único país da região onde se sabe que a pena capital foi aplicada, com pelo menos 34 execuções registadas.ANG/Lusa


      China/Governo acusa Estados Unidos de não quererem "diálogo sério"

Bissau, 08 Abr 25(ANG) - O Governo chinês afirmou esta terça-feira que as ações dos Estados Unidos "não refletem uma vontade genuína de encetar um diálogo sério", no meio de uma escalada de ameaças tarifárias e contramedidas entre as duas maiores economias do mundo.

"Se os EUA querem realmente dialogar, devem demonstrar uma atitude de igualdade, respeito e benefício mútuo", disse Lin Jian, sublinhando que se Washington "insistir numa guerra tarifária ou comercial" sem ter em conta "os interesses de ambos os países e da comunidade internacional", a China "está preparada para ir até ao fim".

Lin falava numa conferência de imprensa, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter ameaçado impor uma nova taxa de 50% sobre todas as importações oriundas da China se Pequim não retirar as contramedidas anunciadas em retaliação contra as taxas de 34% impostas na semana passada.

O porta-voz sublinhou que os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento da China são inegociáveis e avisou que o seu país "continuará a tomar medidas firmes e enérgicas" para proteger os seus direitos legítimos.

"Não há vencedores numa guerra comercial", insistiu Lin, denunciando que os EUA "têm vindo a impor tarifas de forma imprudente", uma política que "viola gravemente as regras da Organização Mundial do Comércio, mina o sistema multilateral baseado em regras e desestabiliza a ordem económica global".

"Trata-se de unilateralismo, protecionismo e intimidação económica no seu estado mais puro", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Lin acrescentou que "o povo chinês não está à procura de problemas, mas também não tem medo deles" e que "a pressão, as ameaças e a chantagem não são a forma correta de interagir com a China".

Pequim respondeu com um pacote de contramedidas que incluía uma tarifa recíproca de 34% sobre todas as importações oriundas dos EUA, bem como sanções contra certas empresas, restrições à exportação de terras raras e a suspensão das importações agrícolas.ANG/Lusa

 

Medio Oriente/Defesa Civil anuncia 19 mortos em ataques israelitas na Faixa de Gaza

Bissau, 08 Abr 25(ANG) - A organização Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou hoje a morte de 19 pessoas em ataques israelitas no enclave palestiniano, entre a noite de segunda-feira e esta madrugada.


Esta madrugada, dez pessoas foram mortas em dois ataques, um na cidade de Gaza e outro em Beit Lahia (norte), disse à agência France-Presse o porta-voz desta organização de primeiros socorros Mahmoud Bassal.

Líderes de seis agências da ONU apelaram na segunda-feira aos governantes mundiais para "agirem com firmeza, urgência e de forma decisiva" perante o "total desrespeito pela vida humana" observado na guerra em curso na Faixa de Gaza.

Numa declaração conjunta, os líderes das seis agências, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Agência de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), sublinharam que há mais de um mês que nenhum abastecimento comercial ou humanitário entra no enclave palestiniano.

Em consequência, declararam, mais de 2,1 milhões de pessoas estão encurraladas, enquanto estão a ser bombardeadas e sujeitas novamente à fome.

"Enquanto isso, nos pontos de travessia, alimentos, remédios, combustível e materiais de abrigo estão a acumular-se e equipamentos vitais estão presos", salientaram na nota.

As autoridades de Gaza elevaram para mais de 50.700 o número de pessoas mortas na guerra que Israel trava no enclave palestiniano contra o Hamas, iniciada horas depois do ataque de dimensões sem precedentes cometido pelo grupo extremista palestiniano em território israelita a 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 sequestrados.

Cerca de 1.400 mortes ocorreram desde 18 de março, quando o exército israelita quebrou o cessar-fogo assinado em janeiro com o Hamas e retomou os bombardeamentos e a ofensiva terrestre.ANG/Lusa

Portugal/"Protecção da Gronelândia deveria passar por um tratado semelhante ao da Antárctida"

 Bissau, 08 Abr 25 (ANG) - Na Groenlândia encontra-se A segunda maior camada de gelo do mundo depois da Antárctica, encontra-se na Groenlândia.

O degelo dessa camada contribui para a subida do nível das águas do mar, além de que o gelo ao reflectir a luz solar ajuda a manter o equilíbrio térmico do planeta. Para João Canário, investigador do Instituto Superior Técnico, a protecção da Gronelândia deveria passar por um tratado semelhante ao da Antárctida.

O debate sobre a Gronelândia está na ordem do dia, não pelo seu valor ambiental e climático, mas pelo seu valor militar, geopolítico e económico. Todavia, o papel da ilha para o equilíbrio da terra é de uma importância extrema.

Para João Canário, investigador do Instituto Superior Técnico, a protecção da Gronelândia deveria passar por um tratado semelhante ao da Antárctida.

Penso que a Gronelândia devia ter um estatuto semelhante ao da Antárctida.

Ou seja, um tratado que proíbe acções militares e a exploração de recursos, quer biológicos, quer naturais, enquanto o tratado tiver vigor.

Portanto, aquilo que eu acho é que deveria haver para a Gronelândia um tratado semelhante.

O docente do Departamento de Engenharia Química, liderou uma equipa de investigação que em Julho de 2023 esteve na ilha para recolher amostras do solo com o objectivo de estudar os impactos do degelo nos ecossistemas.

O meu trabalho é com solo gelado, solo que está gelado há centenas e ou milhares de anos. Ao solo gelado, em inglês chamamos de permafrost.

O trabalho na Gronelândia vem no seguimento do trabalho que temos feito no Canadá e no Alasca, em zonas em que também existe permafrost, mas o permafrost já tem outras características, é descontínuo, ou seja, não ocupa uma área toda.

Portanto, o que nos levou à Groenlândia foi precisamente este permafrost contínuo e sobretudo a questão o processo de degradação está agora a começar e então do ponto de vista científico para nós é interessante e é importante porque é para nós podermos acompanhar esta degradação logo do princípio.ANG/RFI