Caso resgate financeiro/Advogados do PAIGC acusam PGR de actuar à margem da constituição
Bissau, 30 Set 24 (ANG) – O
Colectivo dos Advogados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC)na pessoa de Octávio Lopes, acusou hoje o Procurador Geral da República (PGR)
de atuar à margem da Constituição no que tange ao processo de resgate financeiro,
com o único objectivo de impedir que Domingos Simões Pereira seja candidato às
próximas eleições.
Octávio Lopes sustentou que o visado neste caso Domingos Simões
Pereira nunca foi notificado no processo.
O advogado acrescenta que o Ministério Público
vem ao público condenar Simões Pereira
de cometer crime enquando Chefe do Governo porque deu orientações ao ministro
das Finanças na altura Geraldo Martins para que junto dos bancos privados, encontre
uma solução que permitisse ao sector privado voltar a ter uma intervenção mais
ativa na economia.
O resgate, segundo Lopes,
permitiria a criação de emprego, gerando receitas com objectivo de aumentar a
base tributária e a capacidade contribuitiva, quer das pessoas coletivas
beneficiarias neste caso as empresas, quer dos particulares que segundo diz
iriam beneficiar dos empregos que seriam
criados.
Segundo o advogado, esta
medida política permitiria ao Governo estar em condições de melhor atender os
problemas dos sectores sociais mais frágeis, nomeadamente a educação e a saúde.
“É esta a orientação
politica que o então primeiro-ministro deu ao ministro das Finanças na altura
em estrito cumprimento do Programa do Governo”, disse.
Para Octávio Lopes é
inconstitucional a intervenção do Ministério Público quando exerce as funções de fiscalização
politica que a Constituição confere ao
Parlamento. Diz que ao exercer essa
fiscalização politica da actividade governativa, o Ministério Público está a
“judicializar questões políticas”.
A tentativa de reabrir o
processo de resgate financeiro, arquivado deste 2018, tendo um único propósito
ou seja estando num contexto eleitoral em que há cidadãos nacionais que
manifestaram disponibilidade de assumirem responsabilidades que o povo
entender que os deve confiar, e no caso em concreto de Domingos Simões Pereira, diz
Octávio Lopes, é uma tentativa clara de
impedir o líder do PAIGC de
participar nas eleições que se avizinham particularmente as presidenciais. ANG/MSC/ÂC//SG