Portugal/Concerto "Mulheres da Lusofonia" com apoio do Camões para chegar a outros países da CPLP
Bissau, 16 Set 24(ANG) - O concerto "Mulheres da Lusofonia", que em Maio passado se estreou em Lisboa, vai poder chegar às capitais de outros Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse sábado o embaixador do Brasil junto da CPLP.
Segundo o diplomata
Juliano Nascimento, esta inicitiva, que reuniu oito cantoras de oito dos
Estados-membros da CPLP num concerto no Centro Cultural de Belém, com o apoio
financeiro do Fundo Especial da CPLP, neste caso integralmente com recursos do
Brasil, conta agora também com a ajuda financeira do Camões - Instituto da
Cooperação e da Língua para chegar às "capitais de outros
Estados-membros" da organização.
"Tivemos a generosa
colaboração do Camões [e esta contribuição] vai permitir que a gente leve o
'show' para outras capitais nos PALOP", salientou, realçando que os locais
onde chegará "dependerá um pouco da manifestação dos outros países”.
O embaixador disse que
será preciso falar com a cantora brasileira Fafá de Belém, "a idealizadora
desse 'show'", para perceber se o espetáculo terá o mesmo formato e
músicos da edição de Lisboa, e com os outros representantes de Estados-membros
da CPLP em Lisboa para saber que disponibilidades têm os seus países para
acolher o evento e como podem ajudar também, de modo a que possa ser
apresentado num maior número de capitais.
Sobre o valor da
contribuição do Camões, o diplomata preferiu não dar números, adiantando apenas
que agora há condições para realizar mais espetáculos, quando inicialmente a
verba não chegava sequer para dois.
Sem adiantar valores,
fonte do Camões confirmou à Lusa que foi alocada uma verba disponível de
Portugal no Fundo Especial da CPLP para apoiar estes concertos.
Em maio, a cantora
brasileira Fafá de Belém contou que a ideia do concerto começou a germinar em
2018, quando, a convite da portuguesa Ana Laíns, participou nas Festas do Mar,
onde a conheceu pessoalmente, bem como à cantora guineense Karyna Gomes.
“A ideia é cantar a voz
da mulher na língua portuguesa”, acrescentou Fafá, que coordenou o espetáulo com
entrada gratuita, que surgiu no âmbito das comemorações do mês da Língua
Portuguesa, em maio, e foi financiado também pelo Fundo Especial da CPLP.
Além da portuguesa Ana
Laíns, da brasileira Fafá de Belém e da guineense Karyna Gomes, o projeto
contou com a participação de Anabela Aya (Angola), Anastácia Carvalho (São Tomé
e Príncipe), Lura (Cabo Verde), Piki Pereira (Timor-Leste) e Selma Uamusse
(Moçambique).
Cada uma das cantoras
interpretou dois temas do seu repertório, e homenagearam, de alguma forma,
mulheres que foram muito importantes na expansão da língua portuguesa, como
Amália Rodrigues e Cesária Évora.
Assim, "todas
juntas, interpretamos dois temas, ‘Tanto Mar', de Chico Buarque e esse hino à
mulher empoderada, que luta pela sua própria vida, ‘Maria, Maria’, de Milton
Nascimento”, disse Ana Laíns, que assumiu então a curadoria e produção
executiva do espetáculo, apoiado, entre outras entidades, pela Fundação
Guimarães Rosa, do Brasil.
As cantoras foram
acompanhadas por um ensemble composto por Paulo Loureiro (piano e
orquestrações), Rolando Semedo (baixo), Carlos Lopes (acordeão), João Ferreira
(percussão), Ana Filipa Serrão e José Pereira (violinos), Joana Cipriano (viola
d’arco) e Catarina Gonçalves (violoncelo).
“A nossa meta é
continuar, atravessar os mares”, adiantou Fafá de Belém, que projetou que
aquele fosse “um espetáculo de carreira" a apresentar "noutros palcos
portugueses, mas também africanos e brasileiros, onde as músicas africanas são
pouco conhecidas”.
A cantora brasileira
destacou o “factor pedagógico” deste concerto, em “esclarecer o povo brasileiro
sobre a sua própria origem”.
Ana Laíns, por seu
turno, adiantou à Lusa que já naquela altura havia "conversações a
decorrer com a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para levar
este conceito, este projeto, a todos os países da lusofonia”. ANG/Inforpress/Lusa
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