Tráfico de Drogas/Diretor-geral de PJ enaltece contribuição da Guiné-Bissau na luta mundial contra criminalidade organizada
Bissau, 20 Set 24
(ANG) – O Diretor-geral da Polícia Judiciára (PJ) enalteceu a importância do
combate e a contribuição da Guiné-Bissau na luta contra criminalidade
organizada, sublinhando que a droga que estão a tirar do mundo do mercado
ilicito é uma quantidade considerável.
Domingos Monteiro
Correia falava à margem da incineração de 2.633,1kg de drogas de tipo cocaína
apreendidas, no dia 07 de setembro, do ano em curso, no aeroporto Internacional
Osvalvo Vieira.
Monteiro Correia
disse tratar-se de um ato de natureza processual ao abrigo de artigo 36 da lei
de droga e que institui a distruição do produto estupefaciente.
Disse que estas
drogas seriam destinadas aos mercados nacionais e internacionais, e que seriam
pessoas que estariam em contato com produtos estupefaciêntes consideráveis.
Sublinhou que o
referido ato representa uma forma de luta
e contribuição muito importante em matéria de saúde pública , por afastar esta
quantidade de droga ao consumo humano.
Para o Domingos
Correia, esse ato justifica a
criação de condições para que a Polícia
Judiciária possa continuar os seus trabalhos em sinergia.
“Estes aspetos são
fundamentais e gostariamos de ter da
parte de todos os atores, quer da comunidade internacional, quer dos parceiros de desenvolvimento, quer do
próprio governo um engajamento muito firme, na criação de condições para um combate efefectivo à droga”, disse.
O DG da PJ disse que
o problema da droga é de natureza mundial e de saúde, pelo que é preciso serem
criadas as condições para que a imprensa
possa jogar um papel importante na prevenção.
Aquele responsável garante
que o trabalho vai continuar, e que o processo vai
até ao fim.
Referindo-se a
inceneração da droga apreendida no aeroporto, disse que executaram o despacho de um magistrado titular do processo,
que após as primeiras deligências, ordenou a destruição da droga apreendida.
"Este é um
processo que por causa da necessidade de transparência conta com envolvimento
da peritagem internacional, dentre os quais os nossos tradicionais parceiros de
cooperação, o caso da Interpol, da DA e ONU DC, e também das intidades diplomáticas
que estão sedeadas no nosso país”, salientou o DG da PJ.
Por seu turno, o Secretário
Executivo de Observatório de Droga e Toxicodependência, Abilio Aleluia Có Júnior,
louvou a iniciativa da Polícia Judiciária e de demais organizações envolvidas
no processo, nomeadamente, ONU DC, DEA, Interpol e outros, pelo esforço na luta
contra o tráfico de drogas e crime organizada.
Có Júnior defendeu que deve haver maior engajamento do Governo
no combate a droga, criando condições à
Polícia Judiciária e organizações que trabalham neste sentido, deste meios
financeiros até tecnológicos para que possam fazer seus trabalhos.
A Polícia Judiciária, acompanhada de várias
autoridades judiciais e de segurança guineenses, procedeu, quinta-feira(19),
numa propriedade industrial de produção de aguardente, na localidade de Safim,
a 16 quilómetros de Bissau, à incineração
de mais de 2,6 toneladas de cocaína.
A droga, transportada, segundo a Polícia
Judiciária (PJ), da Venezuela, num jacto privado, foi apreendida no aeroporto
internacional Osvaldo Vieira de Bissau no passado dia 07 de Setembro.
Antes de proceder à deslocação da
cocaína, a PJ realizou testes e a pesagem da mesma e, de seguida, uma caravana
de 30 viaturas transportou a droga para Safim.
No local, a PJ procedeu, novamente, a
testes e à passagem do produto e só depois autorizou o início de incineração.
Em declarações à imprensa, a
representante do escritório das Nações
Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) na Guiné-Bissau, Ana Cristina Andrade,
disse que eestava satisfeita com a transparência do processo.
“Congratulamo-nos com a modalidade
utilizada hoje pelas autoridades nacionais, em termos de destruição da droga apreendida
recentemente no aeroporto internacional da Guiné-Bissau. Isto mostra, de facto,
uma postura de prestação de contas e de transparência em termos de destruição
das drogas”, disse.
Ana Andrade prosseguiu que “o trabalho minucioso de
teste, de confirmação das drogas, da pesagem ,no local da destruição voltou a
fazer-se. Nem sempre isto acontece desta forma. Temos que manifestar o nosso
reconhecimento pela modalidade utilizada, de prestação de contas, de mostrar
que não se esconde nada. Tudo está a ser feito com envolvimento de
todos”.
Uma das várias organizações da sociedade
civil guineense presentes no local foi a Liga Guineense dos Direitos Humanos. Bubacar Turé, presidente da
Liga, sublinhou também a transparência do processo, mas chamou a atenção para
as próximas etapas da justiça, lembrando que “neste momento não há nenhum
narcotraficante, cuja culpabilidade foi comprovada nos tribunais inferiores,
que [esteja] detido”, na Guiné-Bissau.
“Nós assistimos aqui a um processo
totalmente transparente e por isso nós felicitamos mais uma vez a Polícia
Judiciária e todos os actores, os parceiros internacionais envolvidos neste
processo.
Mas, nós queremos aproveitar esta
oportunidade para exprimir a nossa firme preocupação sobre o futuro deste
processo. Porquê? Porque nós tivemos experiências anteriores, no passado
recente, de vários processos, casos de tráfico de droga em que as pessoas foram
detidas em flagrante delito, foram condenadas nas instâncias inferiores, com
penas pesadas.
Depois, houve recursos para os tribunais
superiores. O Supremo Tribunal de Justiça acabou por ser um sítio que deu
protecção aos narcotraficantes, ordenando a libertação imediata de todos os
detidos.
Para nós, isso é um erro grave da Justiça, sobretudo
da sua instância superior”, disse Turé.
Para o presidente da LGDH o Supremo Tribunal de Justiça tem dado uma mensagem de
conforto aos narcotraficantes, uma mensagem que, diz Abubacar Turé, “mina todos
os esforços feitos para combater a criminalidade organizada, o tráfico de droga
na Guiné-Bissau”. ANG/RFI
Sem comentários:
Enviar um comentário