EUA/Kamala Harris alarga vantagem sobre Trump para 6 pontos após debate
Bissau, 20 Set 24 (ANG) - A candidata democrata Kamala Harris alargou a sua vantagem sobre Donald Trump para seis pontos no rescaldo do debate presidencial norte-americano, alcançando a maior diferença nas sondagens da Morning Consult desde o início do ciclo eleitoral
“É
um recorde desde que começámos a monitorizar em novembro de 2022”, disse o
analista Eli Yokley numa sessão da Morning Consult sobre o estado da corrida
presidencial. Harris tem agora 51% das intenções de voto contra 45% para Donald
Trump, numa amostra de 10 mil eleitores com margem de erro “bastante
baixa”.
A
atenção mediática que se seguiu ao debate permitiu a Kamala Harris melhorar de
forma significativa o seu nível de popularidade junto do eleitorado. A
candidata passou de um para 7 pontos no saldo de favorabilidade, enquanto
Donald Trump manteve dez pontos negativos.
“A
nossa sondagem mais recente mostra que cerca de metade dos eleitores ouviram
algo positivo sobre Harris após o debate”, disse Eli Yokley, referindo que o
‘buzz’ atual é positivo para a democrata (+18) e negativo para o republicano
(-22).
O
analista frisou que “este é o melhor ambiente para os democratas” desde
novembro de 2022, quando começou o ciclo eleitoral para a presidência, após as
intercalares.
Outras
sondagens pós-debate confirmam um cenário favorável aos democratas. O algoritmo
da plataforma agregadora FiveThirtyEight tem Kamala Harris como favorita a
vencer (64 em 100) e a nova sondagem Quinnipiac mostra a democrata à frente 5
pontos no Michigan e na Pensilvânia, com um ponto a mais que Trump no
Wisconsin.
Segundo
a análise Morning Consult, a economia é o tema mais importante, sendo que
Harris está quase empatada com Trump na perceção dos eleitores – algo em que
Biden estava bastante atrás antes de sair da corrida.
A
analista Sofia Baig explicou que os eleitores “confiam mais em Harris”, em
especial nos temas de igualdade económica, habitação acessível e custos com
creches.
“Os
eleitores indecisos favorecem ligeiramente as políticas propostas pela campanha
de Harris”, indicou ainda Baig, salientando que boa parte do eleitorado
ouviu os planos económicos e consegue identificar a que candidato se associam.
A imposição de taxas aduaneiras, por exemplo, é associada a Trump e vista como
negativa (-2), enquanto a legislação para impedir aumento excessivo dos preços
é associada a Harris com uma visão muito positiva (+56).
Em
comparação com 2020, Harris está a recuperar terreno em relação ao desempenho
de Joe Biden há quatro anos. Neste ponto da corrida, Biden tinha 8 pontos de
vantagem para Trump, enquanto Harris tem agora seis.
A
grande diferença, disse o analista Cameron Easley, é que Donald Trump melhorou
os seus números: Biden liderava 51% contra 43% em 2020 e agora Harris lidera
51% contra 45%.
“Estamos
a registar mais apoio a Trump agora do que em 2020”, notou Easley, salientando
que os eleitores tendem a vê-lo como menos extremo que Harris na ideologia
política.
Essa
é a “fraqueza número um” de Harris junto do eleitorado independente, onde a
democrata está atrás do que Biden conseguiu. A candidata também tem menor apoio
que Biden no eleitorado jovem, negro e hispânico. Easley revelou que o
apoio a Trump entre eleitores negros conservadores subiu dois dígitos, de 25%
para 35%.
Sem um segundo debate presidencial, as atenções estarão agora viradas para o frente a frente entre os candidatos a vice-presidente Tim Walz e JD Vance, que vai decorrer a 01 de outubro em Nova Iorque. ANG/Inforpress/Lusa
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