França/Comunidade internacional
alarmada com escalada da violência no Médio Oriente
Bissau, 23 Set 24 (ANG) - A violência continua no Médio
Oriente, e um bombardeamento israelita provocou sete mortos numa escola do
campo de refugiados de al-Shati, no norte da faixa de gaza.
De acordo com as autoridades locais, entre as vítimas
figura Majed Saleh, director do Ministério das Obras Públicas do
governo do Hamas. Seis outros palestinianos morreram também noutros
bombardeamentos israelitas por todo o território.
Na Cisjordânia, o canal a Al Jazeera anunciou no
domingo que as suas instalações foram invadidas pelo exército israelita que emitiu uma ordem
de encerramento por 45 dias. O canal de televisão do Qatar é acusado por Israel
de "incitar e apoiar" o
terrorismo.
No Líbano, as autoridades deram conta de três mortos em
bombardeamentos israelitas no sul, junto à fronteira com o Estado Hebreu,
depois de o exército israelita ter literalmente decapitado as chefias do
Hezbollah na sexta-feira com um bombardeamento que matou 16 dos dirigentes
dessa organização islamista apoiada pelo Irão, activa no Líbano.
No outro lado da fronteira, no norte de Israel, centenas de
milhares de habitantes refugiaram-se em abrigos e escolas, perante a
intensificação das trocas de tiros entre o exército israelita e o Hezbollah.
Segundo o exército israelita cerca de 150 roquetes, mísseis de
cruzeiro e drones foram lançados em direcção do norte de Israel durante a
noite, Tsahal referindo por outro lado visado o Hezbollah ao lançar
desde ontem mais de 290 engenhos.
Ao comentar esta situação, o Primeiro-Ministro israelita disse
que as suas tropas infligiram ao Hezbollah libanês "uma série de golpes que nunca
imaginou". Ao dizer-se empenhado em fazer regressar a
população do norte do país às suas casas, Netanyahu garantiu ainda que "se o Hezbollah não entendeu a mensagem,
ele prometia que iria entender".
Por seu lado, o Hezbollah não deu sinais de pretender
deixar as armas. Esta tarde, o número dois do Hezbollah, Naem Qassem,
disse que o seu movimento está a entrar "numa nova fase" na batalha que trava
contra Israel desde o início da guerra na Faixa de Gaza.
"As ameaças não nos vão deter: estamos prontos para qualquer
cenário militar" contra Israel, acrescentou este responsável naquela que
foi a primeira declaração oficial do movimento armado desde o ataque em que
numerosos membros foram mortos.
Reagindo igualmente a esta situação, o movimento islamistas
palestiniano Hamas que controla a Faixa de Gaza enalteceu a "coragem" do
Hezbollah contra a máquina de guerra" de Israel.
No exterior a preocupação está a aumentar. O Secretário-geral
das Nações Unidas disse estar "preocupado" com a "possibilidade de o Líbano se transformar
(em) outra Gaza" devido ao conflito armado entre
Israel e a organização xiita libanesa. António Guterres disse ainda que lhe
parece "muito claro" que nem
Israel, nem o Hamas, querem um cessar-fogo.
No mesmo sentido, a Casa Branca comentou que uma "escalada" militar não
é do "interesse" de Israel.
John Kirby, porta-voz da Casa Branca considerou ainda que existe "espaço" para
uma "solução diplomática" ao
conflito. "
É nisso que estamos a trabalhar", acrescentou, sem dar mais detalhes.
A União Europeia também deu conta da sua preocupação. Ao pedir um "cessar-fogo ao longo da linha azul" que separa as forças armadas libanesas das de Israel desde 2000, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell considerou que "os civis estão a pagar um preço alto" e serão "novamente aqueles que mais sofrerão numa guerra total que deve ser evitada, inclusive por meio de novos esforços diplomáticos intensos". ANG/RFI
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