Conflito
Médio Oriente/Papa critica uso imoral da força no Líbano e em Gaza
Bissau, 30 Set (ANG) - O
Papa Francisco criticou no Domingo o uso "imoral" da força no Líbano
e em Gaza, numa tentativa de apelo à moderação por parte de Israel, afirmando
que, "mesmo na guerra, há uma moralidade a defender".
Questionado,
a bordo do avião que o transportou da Bélgica para o Vaticano, sobre as
consequências para os civis dos ataques israelitas no Líbano e em Gaza, o líder
da Igreja Católica respondeu: "Um país que, com a força, age assim, seja
qual for o país, que age de uma maneira tão superlativa, (se presta a) ações
imorais".
"A defesa deve ser
sempre proporcional ao ataque. Quando isto não acontece, surge uma tendência
dominante que vai além da moralidade", disse Francisco.
O Papa afirmou ainda que,
"mesmo na guerra, há uma moralidade a defender".
"A guerra é imoral, mas
as regras da guerra indicam uma forma de moralidade", concluiu.
O exército de Israel
realizou hoje dezenas de novos ataques contra o movimento xiita libanês
Hezbollah, no Líbano, dois dias depois de matar o seu líder Hassan Nasrallah
com, segundo o mesmo, 20 membros deste movimento libanês pró-iraniano.
Na manhã deste domingo,
depois de presidir a uma missa no estádio nacional de Bruxelas, o Papa
manifestou a sua "dor" pelo agravamento do conflito no Médio Oriente
e apelou a um cessar-fogo imediato no "martirizado" Líbano.
Quanto ao conflito em curso
em Gaza, Francisco repetiu que está ao telefone "todos os dias com a
paróquia de Gaza" e é informado das "crueldades que ali
acontecem".
O Ministério da Saúde do
governo do Hamas, o movimento islâmico palestiniano no poder na Faixa de Gaza,
anunciou hoje um novo número de mortos de 41.595 no território palestiniano
desde o início da guerra com Israel, há quase um ano.
Pelo menos nove pessoas
foram mortas nas últimas 24 horas, indicou esta autoridade de saúde, em
comunicado, acrescentando que 96.251 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza
desde o início da guerra, em 07 de outubro, num ataque sem precedentes do Hamas
em Israel que fez 1.205 mortos.
O Hezbollah confirmou no
sábado a morte do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah,
horas depois de o exército israelita ter anunciado que o líder xiita
pró-iraniano tinha morrido no bombardeamento da sede da organização na
sexta-feira, nos subúrbios sul de Beirute.
Israel já tinha matado este
mês o chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num
outro ataque em Beirute.
Israel e Hezbollah estão
envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 07 de outubro de 2023, após o
ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de
Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas
casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.
Os ataques de Israel contra
o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as
autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações
da Faixa de Gaza para o norte do país.
O Hezbollah integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes huthis do Iémen.ANG/Inforpress/Lusa
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