quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Rússia



Governo rejeita  apelo dos EUA para cortar laços diplomáticos com Pyongyang

Bissau, 30 Nov 17 (ANG) – A Rússia rejeitou hoje o apelo dos Estados Unidos para cortar o comércio e os laços diplomáticos com a Coreia do Norte, após o último ataque com mísseis, pedindo conversações e acusando Washington de querer “provocar” Pyongyang.
“A nossa posição é negativa: enfatizamos repetidamente que a pressão das sanções está esgotada e que todas essas resoluções que impuseram sanções implicaram necessariamente retomar um processo político e retomar as negociações”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, citado pelas agências russas.
A televisão estatal da Coreia do Norte anunciou na quarta-feira o lançamento “bem sucedido” – o primeiro em Pyongyang após dois meses e meio sem realizar testes balísticos -, que foi autorizado e testemunhado pessoalmente pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Trata-se de um novo modelo de míssil balístico intercontinental, baptizado de Hwasong-15, capaz de atingir o maior alcance alguma vez conseguido por um projéctil norte-coreano, o que representa um avanço perigoso no programa de armamento deste país.
Alguns especialistas acreditam que o míssil teria capacidade para ter viajado num voo normal com mais de 13.000 quilómetros, o suficiente para chegar a Washington ou a qualquer parte continental dos Estados Unidos. ANG/Inforpress/Lusa


Poder local



Autoridades regionais e sectoriais discutem criação de Associação de Cidades

Bissau, 30 Nov 17 (ANG) – Os governadores e os Secretários Regionais e os Administradores Sectoriais discutem, entre hoje e amanhã, aqui em Bissau, o documento chamado “Estudo da Avaliação da Democratização, com vista a criação da Associação Nacional de Cidades da Guiné-Bissau (ANC-GB).
 
No acto de abertura do encontro, o Director Geral da Descentralização Administrativa e Poder Local, em representação do Ministro da Administração do Território, realçou a importância do evento que, segundo disse, vai permitir a filiação na Organização das Cidades e Governos Locais Unidos da África (UGLU-África) e o acesso aos fundos que essa associação disponibiliza aos seus membros.

Loa Natcharé disse que, no processo de descentralização política em curso, muitas acções foram desenvolvidas pelo governo, nomeadamente as aprovações da nova Lei de Autarquias Locais e do Plano de Desenvolvimento Local.

Para o vice-Presidente da Câmara Municipal de Bissau, Carlos Costa, o encontro é “histórico”, por ser o primeiro do género no país e “muito importante”, dado que vai permitir que as populações locais sejam melhor servidas .

O acto contou com a presença do Responsável de Programas da UGLU para a África de Oeste, Juacin Hunlede que, na sua intervenção, igualmente destacou a relevância da criação desta entidade pública inter-local para a Guiné-Bissau.

Para além  da criação dessa associação pública de base territorial, os participantes vão, entre outros, adoptar a Carta da Política de Descentralização, os Estatutos e o Regulamento Interno desta entidade e o Plano Estratégico de Desenvolvimento Local. 

ANG/QC /SG


Caso jornalistas acidentados



Advogado sugere  realização de   vigílias para forjar execução da sentença

Bissau,30 Nov 17 (ANG) – O Advogado da Defesa dos Jornalistas vítimas de acidente de viação há 12 anos sugeriu hoje ao Sindicato da classe (SINJOTECS) a promover acções de vigília para forjar o cumprimento da sentença do Tribunal Regional de Gabú.

Em declarações à Agência de Notícias da Guiné, Franklin Vieira apontou o boicote a cobertura jornalística das actividades do Secretariado Nacional de Luta Contra SIDA como forma de pressionar o cumprimento do veridito judicial ou seja o pagamento total do montante da indemnização aos jornalistas acidentados, no dia 1 de Dezembro 2005, de acordo com o determinado pela justica.

O Advogado incentivou a classe a abordar o caso com mais frequência, e a realizar acções de protesto como forma de exigir a execução da sentença.

Instado a falar sobre as deligências feitas  para o cumprimento da sentença, Franklin Vieira disse que depois da confirmação da sentença por parte do Tribunal Regional de Gabú, entregou uma acção executiva junto dos bancos comerciais para penhorar alguns bens do Secretariado Nacional de luta contra Sida, mas, no entanto, não ouve colaboração de nenhum dos bancos neste sentido.

Por isso, renovou o apelo à classe ao boicote ou seja a não difundirem nenhuma informação ou programa relacionados com as actividades do Secretariado Nacional de Luta Contra SIDA.

Por outro lado, Franklin Vieira lamentou o silêncio do Estado relativamente ao caso, sobretudo do Ministério da Comunicação Social e da Primatura que nunca se dignou falar do assunto.

O Secretário-geral do Sindicato Nacional dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social, José Augusto Mendonça acredita que os jornalistas acidentados serão indemnizados, uma vez que a organização teria recebido esta garantia do Primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló.

Segundo Mendonça, cabe aos órgãos judiciais obrigar ao Secretariado Nacional de Luta Contra Sida a cumprir com a sentença a favor dos colegas.

A 1 de Dezembro de 2005, um grupo 13 jornalistas de diferentes órgãos de informação acidentaram-se a escassos quilómetros de Gabu, quando iam cobrir as comemorações do dia mundial contra Sida. 

O sinistro resultou na morte imediata de dois profissionais e ferimentos,  graves e ligeiros, nos restantes, e a sentença determinou a indeminização âs vitimas e familiares no valor total de cerca de 80 milhões de francos cfa.  

ANG/LPG/LLA/SG


Líbia



Embaixada nega prática de escravidão contra africanos naquele  país

Bissau, 30 Dez. 17 (ANG) – A Embaixada da Líbia em Bissau considerou hoje de campanha política da comunicação social internacional em relação as imagens divulgadas recentemente e que mostram alegados abusos cometidos por cidadãos líbios contra imigrantes ilegais naquele país do Magreb.
 
Falando em conferência de imprensa, o Encarregado de Negócios da embaixada Líbia em Bissau, Fati El Tabawi disse terem seguido com preocupação a informação veiculada pelo canal televisivo americano CNN, que ilustra a venda por parte de alguns bandos criminosos de imigrantes ilegais, a fim de conseguir alguns benefícios financeiros.

“Independentemente destas notícias serem verdade ou não, o Governo de Consenso Nacional e a Embaixada da Líbia na Guiné-Bissau rejeitam e condenam energicamente estas práticas, disse, salientando que os responsáveis por esses crimes seja qual for as suas nacionalidades devem ser identificados e conduzidos à justiça o mais rápido possível.

Segundo Fati, tais práticas não coadunam com os ensinamentos do Islão e contrariam com a cultura e tradição do povo líbio.

Disse que as leis líbias e internacionais, bem como a Carta dos Direitos Humanos, sendo a Líbia um país multirracial, o que foi veiculado nos órgãos de comunicação social “deturpadores” afecta negativamente ao povo líbio.

“Por esta razão, o Presidente do conselho de Estado da Líbia, deu instruções as entidades de segurança para procederem a averiguação sobre a veracidade dos factos no sentido de perseguirem os criminosos e conduzi-los ao julgamento o mais rápido possível”, frisou Fati El Tabawi.

O Encarregado dos Negócios da embaixada da Líbia na Guiné-Bissau disse que o Governo do seu país reafirma que, caso se comprova os maus tratos ou outras práticas contra os emigrantes clandestinos ou ilegais, não deixam de ser atos isolados e que os seus actores não escaparão à justiça.

De acordo com o diplomata, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional da Líbia lançou um apelo à Comunidade Internacional e a União Africana no sentido de ajudarem este país a combater  “esse perigo” , incluindo um tratamento mais eficaz as reais causas da emigração clandestina.

“O Governo líbio tem a clara consciência de que existem algumas partes regionais que tentam aproveitar estes acontecimentos para implicar a Líbia, a fim de cobrirem  a sua incapacidade com o objetivo de tornar a Líbia num país de destino e acolhimento  de emigrantes clandestinos “,disse.

Fati El Tabawi disse que estão em constante contato com o governo da Guiné-Bissau ,e que até ao momento não têm notícias oficiais da existência de emigrantes guineenses naquele país que se encontra em situação de maus tratos.

Convida à quem tiver informações contrárias para contatar , a embaixada em Bissau para que em conjunto seja diligenciada uma solução. 

O diplomática referiu haver três voos semanais da Líbia para a  sub-região que oeste africana , que poderão ser usados para o transporte de emigrantes para os respectivos países de origem.

 ANG/MSC/JAM/SG


Escravatura



“Libia é só o caso mais visível”, diz investigador
Bissau, 30 Nov 17 (ANG) - As imagens de um mercado de escravos na Líbia, do canal CNN, correram mundo , José Carlos Marques, especialista nas migrações, alerta que "a Líbia é só o caso mais visível".
Vendidos por pouco mais de 300 euros: as imagens de um leilão de migrantes na Líbia correram mundo e continuam a chocar.
José Carlos Marques,investigador do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais do Instituto Politécnico de Leiria, sublinhou que “a Líbia é só o caso mais visível” e que um relatório de abril dava conta desituações análogas à escravatura” de 40 milhões de pessoas em todo o mundo.
Há uma falta de acção concreta face ao conhecimento que se tem dessas situações. Ignora-se as situações durante muito tempo e só quando se tornam públicas e visíveis é que se parece querer fazer alguma coisa”, apontou.
A França pediu uma sessão urgente no Conselho de Segurança da ONU e o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, tinha já admitido que ficou "horrorizado". Para José Carlos Marques, esta é, de facto, uma situação que “não pode deixar de horrorizar”.
É uma situação que não pode deixar de nos horrorizar uma vez que julgávamos que essas situações tinham terminado já há muito tempo. Descobrir que elas continuam a existir e que, provavelmente, são mais correntes e mais praticadas do que nós pensávamos, não nos pode deixar contentes com a evolução que a Humanidade levou nestes últimos anos”, afirmou o investigador.
A escravatura de migrantes deverá ser um dos temas da cimeira Europa-África da próxima semana em Abidjan, na Costa do Marfim, mas o investigador alerta que se as autoridades encontrarem uma medida de “luta contra o tráfico de escravos na Líbia, pode dar origem a que os traficantes de escravos se mudem da Líbia para outro país”.
Mais importante do que elaborar decisões e recomendações e medidas políticas é efectivamente uma acção concertada e prática para resolver o problema na sua globalidade”, alertou.
Para José Carlos Marques, uma sessão urgente no Conselho de Segurança da ONU sobre este tema poderá talvez encetar medidas para resolver essa questão” mas não está “totalmente confiante” devido aos acordos que a União Europeia estabeleceu com a Líbia para conter os fluxos migratórios.
Estamos aqui perante um problema de difícil resolução porque, por um lado, parece só se olhar para a Líbia como um país que poderá servir de fronteira da União Europeia e depois testemunha-se que na Líbia se praticam actos de profunda desumanidade”, adiantou.
Na opinião do investigador, a luta contra o tráfico de migrantes poderia passar pela criação de “canais legais” de migração para a Europa, ainda que admita que não vá ser “tarefa fácil” devido ao ambiente político actual. Por isso, os dirigentes deveriam explicar às populações que “a União Europeia com o seu estado social não consegue sobreviver durante muitos anos se não tiver entrada de migrantes de outros países”.
O especialista das migrações considerou, ainda, como “muito muito pouco” o número de migrantes oriundos da Líbia que França vai acolher - 3.000 até 2019 – face ao Ruanda que vai acolher 30.000.
Os políticos estão imensamente chocados perante estas situações, perante estas imagens, mas depois, em termos de medidas práticas, sã o muito incipientes. Os países menos desenvolvidos – até porque muitas vezes são os países que estão mais próximos das situações de crise – são eles a assumir grande parte do esforço humanitário de acolher migrantes, refugiados e deslocados, quando os países centrais muitas vezes escudam-se perante grandes discursos”, concluiu. 
ANG/RFI