Estudos sobre
Amílcar Cabral entregues à sua Fundação
Bissau, 31 jan 19 (ANG) - Dois estudos sobre
os escritos de Amílcar Cabral que vão servir de base para a preparação da
candidatura de Cabo Verde ao “Registo Memória do Mundo da UNESCO” foram
entregues à Fundação Amílcar Cabral na Cidade da Praia.
Os documentos fundamentam a actualidade do
pensamento de Amílcar Cabral e a importância da sua salvaguarda enquanto
património documental mundial. O Coordenador da equipa técnica da Fundação
Amílcar Cabral, Manuel Veiga, afirma que os estudos produzidos em 10 meses, e
que resultaram em duas obras - uma de 429 páginas- e um documento - súmula de
40 páginas, têm três partes. "Cabral humanista, Cabral homem de cultura,
Cabral poeta, mas também fizemos o levantamento de Cabral na palavra dos
outros, o que os outros disseram sobre Amílcar Cabral. Foi interessantíssimo
ouvir estrangeiros a falar sobre Amílcar Cabral naqueles termos", comentou
o estudioso.
O Ministro da Cultura, Abraão Vicente, que
testemunhou a entrega dos escritos reafirmou a disponibilidade do governo em
apoiar a candidatura dos escritos de Amílcar Cabral ao programa "Memórias
do Mundo" da UNESCO.
Por outro lado, na sequência de um encontro
com o embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde que também assistiu à cerimónia,
o Ministro da Cultura afirmou que o seu país nunca reclamou os manuscritos e os
arquivos de Amílcar Cabral que se encontram na Fundação Mário Soares, em
Lisboa, actualmente a atravessar dificuldades financeiras.
Abraão Vicente disse que Cabo Verde está
disponível para apoiar a Guiné-Bissau na preparação de todas as condições para
receber de volta os documentos. "Da conversa muito produtiva com o Senhor
Embaixador, saiu a ideia de que a Guiné quer acolher os arquivos. Neste
sentido, disponibilizei os serviços e o apoio técnico do Instituto do
Património Cultural e do Arquivo Nacional de Cabo Verde para a preparação do espaço
da instituição que irá recebê-los e também nos disponibilizamos, caso seja
necessário, a providenciar algum tipo de apoio financeiro", indicou o
Ministro cabo-verdiano da Cultura.ANG/RFI