quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

Mensagem PR/reações


Silvestre Alves considera de “vazio” a mensagem do Presidente Vaz  

Bissau, 03 Jan 19 (ANG) – O líder do Movimento Democrático Guineense (MDG) Silvestre Alves considerou de vazio a mensagem do Presidente da República alusiva ao fim de ano, e considera-a de uma antecipação de campanha política.

Em entrevista exclusiva esta quinta-feira à ANG, Silvestre Alves disse que o Presidente da República no seu discurso contou coisas que não correspondem a realidade, sustentando  que os seus piores pecados foi a escolha dos primeiros-ministros sem respeitar a Constituição.

"Se o Presidente da República não respeita a Constituição como está escrita, quem nos garante que respeitará quando será escrita como modelo Presidencial. Regime presidencial é para pessoas muito mais elaborados e que sabem o que é a ética", disse.

O político afirmou que seria bom que o país eventualmente determine uma linha de força desde que está consciente e preparado à altura da sua responsabilidade, justificando que isso passa  a ser o novo modelo de equilíbrio de poderes.

"Sistema semipresidencial, é um modelo de fiscalização de partilha de poderes: executivos de um lado e poder presidencial de outro, e poder legislativo, com  suficiente separação e interdependência. Enquanto que no sistema presidencialista tem um certo poder e que funciona só onde há pessoas preparadas para saber respeitar os limites", explicou.

Em relação a uma das passagens da mensagem do  Presidente da República que disse que o problema do país não está nas pessoas mas sim nas instituições, Silvestre Alves disse que “o problema está exactamente nos homens não preparados, nos homens aventureiros que entraram na política sem condições morais”.

"As suas cabeças estão preparadas para o lucro e então, como tal, estão a danificar a política e o país frágil que saiu da luta armada sem quadros, e os quadros que vieram a entrar com vícios de raciocínio e do funcionamento que o sistema do partido único criou. Então, estamos no grande lamaçal e é preciso pessoas com cabeça, bem formadas que não vão pensar no lucro para organizar o país", sustentou.    

Afirmou que os alicerces fazem-se com princípios, com valores e não com a ideia do lucro.
O líder do MDG afirmou que o momento não é do referendo para revisão constitucional sabendo que o problema são as pessoas.

“Quando for criada a base de entendimento, o pacto do regime  vai criar estabilidade e grandes consensos nas áreas de governação, apontando a educação como a prioridade das prioridades, a justiça, agricultura e pescas. Só atingindo estas fases que se pode ambicionar no modelo melhor para o país”, referiu.

Acrescentou ainda que enquanto não há diálogo entre os guineenses não vale a pena forçar a barra com uma alteração constitucional .

Disse  que o país não consegue entrar na cultura jurídica, justificando que isso não é a lei da força mas sim a força da lei.  

Aquele líder político reafirmou que a realização das eleições não resolverá o problema do país, justificando que, contudo , no marasmo em que o país se encontra é melhor fazer  eleições para ver se o vencedor terá a consciência de chamar políticos para discutir os problemas do país, a fim de promover a unidade nacional, concórdia, tolerância e entendimento entre os guineenses.

Mostrou-se esperançado na escolha mais consentânea do povo nas eleições que se avizinha. ANG/DMG/ÂC//SG

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