Mali/Capital alvo de ataques terroristas
Bissau, 18 Set 24(ANG) – A capital do Mali foi alvo na terça-feira de atentados reivindicados, entretanto pelo Grupo de apoio ao Islão e aos muçulmanos, aparentado com a rede extremista Al Qaeda.
Os combates ainda continuariam junto do aeroporto. A
RFI falou com testemunhos no local que admitem que a população ficou preocupada
com os tiroteios. Já em 2016 um hotel tinha sido alvo de um atentado em Bamaco.
A junta militar alega que a situação estaria, porém, sob controlo.
Da junta militar do Mali o chefe de Estado maior dos exércitos,
general Oumar Diarra, afirmou na televisão estatal que "os terroristas foram neutralizados, as
operações prosseguem para os desmantelar". O exército, segundo
a agência AFP, apelou a população a manter-se calma.
A televisão mostrou imagens de pessoas feitas prisioneiras, na
sequência dos ataques, com as mãos atadas e os olhos vendados.
Uma escola da guarda nacional ["gendarmerie"] teria
sido um dos alvos dos atentados. A junta não avançou com nenhum balanço de
vítimas.
Por seu lado o Grupo de apoio ao Islão e aos muçulmanos que
reivindicou os atentados pelas suas redes habituais, diz ter tomado por alvo o
aeroporto militar e o centro de treino dos guardas nacionais malianos na
madrugada desta terça-feira "causando
enormes perdas humanas e materiais e a destruição de vários aviões militares".
Na capital maliana o grosso da situação estaria normalizada e a
população demonstra-se preocupada com este suposto novo episódio de terrorismo,
como relatou a RFI Carlos Alberto Martins, habitante de Bamaco.
“Levantei-me às 6 da manhã e fiquei
estupefacto ao ouvir dizer que tinha havido tiroteio numa caserna militar. Ao
ligar-me nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, foi ali que eu comecei a
aperceber-me que havia já imagens de terroristas que foram presos, outros foram
mortos, outros foram mesmo deitados ao fogo, foram queimados vivos. E
entretanto foi-nos avisado pelas autoridades que havia uma certa estrada, que
não devíamos seguir nessa estrada porque era um dos acessos ao meu trabalho.
Tivemos que fazer um desvio. Acho que a situação actualmente já está toda
resolvida. Está calma. Houve também, realmente muito perto do aeroporto também
tiroteio, porque, segundo parece, eles queriam assaltar um domínio onde têm
material militar. Eu estou fora da cidade, sete quilómetros no exterior da
cidade. E eu falei com amigos meus em Bamaco. Dizem que está tudo normal.
Para os habitantes de Bamaco nunca se tratou de uma tentativa de
golpe de Estado, mas mesmo de uma operação terrorista, como já houve no
passado, por exemplo, em relação a um estabelecimento hoteleiro [em 2016] ?
Exactamente, foi aqui há uns anos atrás, no Radisson Blue. Houve mortos naquela altura, os terroristas assaltaram esse hotel. Foi a única vez que se ouviu que havia uma intrusão de terroristas na cidade de Bamaco. Fala-se de vez em quando um ou outro que foi apanhado dentro da cidade, mas nada daquilo que aconteceu hoje. A população está inquieta porque, ao fim ao cabo, isto é a opinião de uma grande maioria da população, há uma junta militar, um governo militar, um presidente militar. Chegamos à conclusão de que a cidade não está protegida como deveria de estar. Os terroristas entram aqui dentro de Bamaco como se entra dentro de pequenas aldeias, muito longe da cidade. E é isso que é impressionante ! A população tem medo !”. ANG/RFI
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