Venezuela/ O número de presos políticos na Venezuela sobe para 1.808, o maior deste século
Caracas, 12 Set (Inforpress) – A organização não-governamental (ONG) venezuelana Fórum Penal (FP) indicou hoje que o número de presos políticos no país aumentou para 1.808, o maior deste século, a grande maioria dos quais desde os protestos pós-eleições presidenciais.
“Registámos e
qualificámos o maior número de presos por motivos políticos conhecido na
Venezuela, pelo menos no século XXI, e continuamos a receber e a registar
detidos”, anunciou a ONG na rede social X.
Os dados, atualizados
até 09 de Setembro, indicam ainda que mais de nove mil pessoas continuam
“submetidas arbitrariamente” a restrições à liberdade. Dos 1.808 presos
políticos, 1.673 estão detidos desde 29 de julho, início dos protestos
pós-eleições presidenciais, adianta a ONG.
De acordo com a FP,
entre os detidos estão 1.582 homens e 226 mulheres, 1.651 são civis e 157
militares, incluindo 60 adolescentes.
A ONG precisou ainda
que, na última semana, uma pessoa foi libertada e 16 foram detidas e que 150
detidos foram condenados por tribunais e 1.658 aguardam julgamento.
Segundo a FP, desde 2014
até hoje foram detidas 17.577 pessoas por motivos políticos na Venezuela, das
quais mais de 14.000 foram libertadas, após terem recebido assistência gratuita
daquela ONG.
Os dados sobre o número
de presos políticos no país, segundo a FP, foram enviados à Organização de
Estados Americanos e à ONU, para verificação e certificação.
A Venezuela, país que
conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes,
realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de Julho, após as quais o Conselho
Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente do país,
Nicólas Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que
o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70%
dos votos.
A oposição venezuelana e
muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam
apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais
têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança,
com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e
192 feridos.
O regime de Caracas diz
estar em curso um golpe de Estado, mantendo nas ruas milhares de polícias e
militares para controlar os manifestantes, e pediu à população que, de maneira
anónima e através da aplicação VenAPP, denuncie quem promove os protestos. ANG/Inforpress/Lusa
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