ONU/EUA a favor de dois assentos permanentes para África no Conselho de Segurança
Bissau, 12 Set 24 (ANG) - Os Estados Unidos apoiam a criação de dois assentos permanentes para os países Africanos no Conselho de Segurança das Nações Unidas e de um assento rotativo para os pequenos países insulares.
Esta decisão a
ser oficializada nesta quinta-feira pela embaixadora americana na ONU, Linda
Thomas-Greenfield, surge numa altura em que Washington diz pretender avançar no
dossier da reforma das instituições das Nações da ONU.
A decisão de os Estados Unidos colocarem
novamente em cima da mesa a questão da reforma das instituições das Nações
Unidas, surge numa altura em que Washington procura melhorar as suas relações
com o continente africano, onde numerosos países condenam o seu apoio à
ofensiva israelita nos territórios palestinianos. Com esta proposta, os Estados
Unidos também pretendem consolidar os elos com as nações do Pacífico, no
intuito de evitar o alastramento da influência da China nessa região do mundo.
Vários países de África, nomeadamente
Angola, reclamam há muito tempo assentos permanentes no Conselho de Segurança,
a instituição mais poderosa das Nações Unidas.
Washington é favorável há anos à entrada
da Índia, Japão e Alemanha como membros permanentes do Conselho de Segurança.
Contudo, em declarações à agência
noticiosa Reuters, a embaixadora Linda Thomas-Greenfield referiu que
os Estados Unidos não querem que um direito de veto seja atribuído a mais
nenhum país para além dos cinco membros que actualmente dispõem dessa
prerrogativa, a Rússia, China, França, Grã-Bretanha e os Estados Unidos.
Ainda antes do anúncio formal da posição
americana, ao ser igualmente questionado pela Reuters, o Secretário-geral das
Nações Unidas António Guterres, disse concordar com uma reforma do Conselho de
Segurança, entidade que ainda hoje "corresponde exactamente à situação pós-segunda Guerra Mundial",
sendo que na sua óptica, o Conselho tem "um problema
de legitimidade, um problema de eficácia, e precisa ser reformado".
Para já, não se sabe estas propostas dos Estados Unidos podem produzir efeitos, dado que as discussões em torno das reformas das Nações Unidas não deram qualquer resultado até agora. Refira-se que qualquer mudança na estrutura do Conselho de Segurança precisa ser ratificada na Carta das Nações Unidas, o que implica uma aprovação por pelo menos dois terços da Assembleia geral e nomeadamente pelos cinco países com direito de veto no Conselho.ANG/RFI
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