Paquistão/ Governo cancela vistos, fecha espaço aéreo e sustém comércio com Índia
Bissau, 24 Abr 25 (ANG) - O Paquistão cancelou hoje os vistos dos cidadãos indianos, fechou o espaço aéreo a todas as companhias aéreas detidas ou operadas pela Índia e suspendeu todo o comércio com a Índia, incluindo de e para qualquer país terceiro.
As medidas de retaliação
surgem na sequência da decisão da Índia de suspender os vistos a cidadãos
paquistaneses após um ataque por parte de homens armados em Caxemira, que matou
26 pessoas, a maioria das quais turistas.
O ataque de terça-feira foi o pior dos últimos anos contra civis
na região turbulenta de Caxemira, que é palco de uma disputa entre os dois
países há mais de três décadas.
As tensões entre a Índia e o Paquistão subiram de tom quando
Nova Deli lançou uma ofensiva diplomática contra Islamabade, culpando-a pelo
atentado, um raro ataque contra civis que chocou e indignou a Índia e provocou
pedidos de ação contra o Paquistão.
O Governo indiano não apresentou publicamente qualquer prova que
ligue o ataque ao seu país vizinho, mas disse que os responsáveis tinham
ligações "transfronteiriças" com o Paquistão.
Islamabade negou qualquer ligação ao ataque, que foi,
entretanto, reivindicado por um grupo militante até agora desconhecido
autointitulado 'Resistência de Caxemira'.
Num comunicado hoje divulgado, o Ministério dos Negócios
Estrangeiros indiano disse que todos os vistos emitidos para cidadãos
paquistaneses serão revogados a partir de domingo, com exceção dos que tenham
emergências médicas, que poderão ficar até terça-feira.
Além disso, aconselhou os cidadãos indianos a não viajarem para
o Paquistão.
A Índia e o Paquistão administram, cada um, uma parte de
Caxemira, mas ambos reivindicam o território na sua totalidade.
Nova Deli descreve toda a militância em Caxemira como terrorismo
apoiado pelo Paquistão, o que este nega.
Na tarde de terça-feira, pelo menos três homens armados abriram
fogo contra turistas na cidade de Pahalgam, no sopé dos Himalaias, matando 25
indianos e um nepalês, segundo a polícia indiana.
Na quarta-feira, o Governo hindu ultranacionalista de Nova Deli
anunciou uma série de medidas diplomáticas de retaliação.
Entre as decisões, que são sobretudo simbólicas, estão a
suspensão de um tratado de partilha de águas, o encerramento da principal
fronteira terrestre entre os dois países e a retirada de diplomatas.
O Paquistão convocou então o seu Comité de Segurança Nacional,
órgão que reúne os mais altos dirigentes civis e militares do país e só se
reúne em casos de emergência.
Em declarações feitas hoje, o primeiro-ministro indiano de
ameaçou todos os responsáveis pelo ataque com as "mais severas represálias",
embora sem acusar ninguém formalmente.
"Digo-o inequivocamente: aqueles que realizaram este ataque
e aqueles que o planearam pagarão um preço para além da sua imaginação",
sublinhou num discurso feito em Bihar, um estado no nordeste do país.ANG/RFI

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