“A classe politica e os militares são principais entraves à acção da
justiça na Guiné-Bissau”, diz Presidente do SINMAP
Bissau,
09 Abr.13 (ANG) – O Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério
Público (SINMAP), Bacar Biai afirmou hoje que a classe política e os militares
são os maiores entraves ao funcionamento da justiça na Guiné-Bissau.
Biai que falava em entrevista exclusiva à
Agência de Notícias da Guiné (ANG), disse que os sucessivos políticos e
governantes do país pouco se interessaram pelo sector da justiça.
“Basta
verem as condições das casas onde funcionam os tribunais em diferentes
localidades do país bem como a dos próprios magistrados judiciais. Dão para se perceberem
em que estado está a nossa justiça”, informou.
Bacar
Biai revelou, a título de exemplo, que os delegados regionais das outras
instituições do Estado, nomeadamente os da educação, saúde, Infraestruturais
entre outros, têm viaturas próprias mas
que os magistrados, que representam um órgão da soberania, não têm.
“É
uma vergonha para todos nós. Os nossos políticos só falam da justiça quando estão
na campanha eleitoral ou quando pretendem que se decida uma coisa a favor
deles. Se isso não acontecer, esquecem-se. Ninguém se preocupa em melhorar as
condições da justiça”, lamentou.
O
magistrado disse que é constante ouvir os políticos dizerem que a justiça não funciona, por isso, não há reconciliação,
acrescentando, “esquecem que foram eles
os maiores obstáculos para o seu funcionamento”.
O
Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público disse estar
disposto a ir à um debate público para que sejam esclarecidas as
responsabilidades de cada um quanto ao não funcionamento da justiça.
“Outro
exemplo claro, é quando o Ministério Público mexe com um deputado, a mesa da
ANP logo recusa permitir a comparência
do deputado para responder perante os
autos. Claro que o Ministério Público pode ouvir um deputado na qualidade de um
mero suspeito como manda a lei”, explicou, frisando que, o procedimento é igual
em relação a um membro do Governo ou as chefias militares.
Bacar
Biai questionou ainda se o país dispõe de prisões para punir os infractores à
lei, adiantando que, se as que foram construídas em Mansoa e Bafatá, com
capacidade de 20 pessoas, são as
penitenciarias de que o pais necessita .
Biai
reiterou que os magistrados do Ministério Público têm habilitações jurídicos e técnicas suficientes para exercem
cabalmente as suas funções. ANG/FG/ÂC
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