“Podia-se ter feito mais para o combate
ao narcotráfico e outros crimes”, admite Ladislau Embassá
Bissau,
25 de Abr.13 (ANG) – O presidente da Associação dos Magistrados Guineenses
(ASMAGUI), Ladislau Embassá, admitiu hoje que apesar do reflexo negativo da
situação sociopolítico no sector da justiça os magistrados podiam ter feito
mais para combater a impunidade, o crime organizado, tráfico de drogas e de
seres humanos e branqueamento de capitais.
Embassá
que falava em entrevista à Agência de Notícias da Guiné (ANG) apontou as
nomeações políticas que se fazem em relação aos Procuradores gerais da
República que geralmente não acabam os seus mandatos e a falta de
infra-estruturas como os “ handicaps” à dinâmica da justiça criminal e ao bom
desempenho do sector.
“
O não funcionamento adequado da justiça, incentiva a prática de crime e obriga
alguns cidadãos, na impossibilidade de ter acesso aos tribunais numa situação
de aflição, a recorrerem à justiça privada, o que não devem fazer porque os
tribunais são os únicos órgãos competentes para resolver problemas que existem
na sociedade”, explica Ladislau Embassá.
Segundo,
o presidente da ASMAGUI, a Guiné-Bissau dispõe de 26 tribunais de sectores mas
apenas 11 funcionam. Os restantes 15 não estão a funcionar divido a falta de
recursos humanos e de infra-estruturas porque o governo não tem conseguido
honrar os compromissos de arrendamento das casas onde estão instalados esses
tribunais.
“Os
tribunais sectoriais são muito relevantes no quadro do funcionamento do sistema
judicial porque estão mais próximos aos cidadãos. O funcionamento destes
tribunais é mais simples e os processos mais céleres. Devem ser criadas as
condições para a reabertura de todos os tribunais que não estão a funcionar”,
disse.
O
presidente da ASMAGUI defendeu a reforma global no sistema judicial, a
capacitação permanente dos seus operadores, tendo em conta os novos crimes que
estão a aparecer e que exigem uma certa preparação específica da parte dos
funcionários judicial.
“Tem
que haver mecanismos de controlo no Ministério da justiça e no sector judicial
e a colocação dos magistrados formados no Centro de Formação judicial para que
a justiça possa desempenhar a sua função no Estado de Direito Democrático e, consequentemente,
moralizar a sociedade no combate ao crime organizado”, defendeu Embassá em
entrevista à ANG.
ANG/LPG
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