quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Criminalidade



“Tráfico de crianças não passa de boatos e desinformações”,diz Inspector da PJ

Bissau, 09 Out 13 (ANG) – O Inspector da Brigada de Menores da Polícia Judiciária disse hoje que o “o alegado fenómeno de tráfico de crianças no pais “não passa de boatos e campanhas de desinformação”.
Mário Clodé que falava à Agência de Notícias da Guiné-ANG  referiu-se a  declaração duma criança esta terça-feira à imprensa, segundo a qual terá sido vítima de  tentativa de rapto por pessoas desconhecidas, afirmando que na versão que a mesma deu a polícia, não consta “o rapto por pessoas desconhecidas”.
“ O que é caricato em toda esta história, é que até agora ninguém se dirigiu as autoridades competentes para denunciar o desaparecimento do seu filho ou filha”, afirmou.
Clóde admite que a PJ pode vir a ser obrigada a processar alguém por essas desinformações” e declarou que a PJ, Polícia de Protecção Pública e a Guarda nacional estão a levar a cabo um trabalho de investigação sobre esse assunto  pede a calma às populações.
Por seu lado, o Comissário Geral da Polícia de Ordem Pública, Armando Nhaga, manifestou-se igualmente apreensivo quanto as manifestações contra alegados casos de rapto de crianças no pais, situação que se vier a se confirmar, segundo Nhaga levará as autoridades policiais a declararem tolerância zero à tais praticas.
“Nós como autoridades competentes, ao ouvirmos às denúncias, fomos procurar provas junto dos visados mas nada conseguimos. Contactamos igualmente a Polícia Judiciária e nos disse que não tem nenhum caso registado dessa natureza”, esclarece.
Nhaga considerou “acto de vandalismo” que não se coaduna com os princípios legais, o ataque por populares à embaixada da Nigéria em Bissau, por alegada perseguição de um presumível raptor de crianças.
 “No mercado de Bandim, há pessoas que atiram pedras e garrafas, danificando várias viaturas. Essa prática é intolerável não é uma situação normal e as pessoas têm que pensar porque o direito tem as suas limitações e onde acaba o seu, começa o de outro”, aconselhou Armando Nhaga.
O Comissário da POP disse que, se a situação prevalecer, vão ter que tomar medidas duras, admitindo mesmo que as autoridades policiais também podem descambar e ultrapassar limites legais nas suas acções de manter a ordem.
“É por isso que avisamos a todos aqueles que têm familiares envolvidas nessas manifestações, que os aconselhem à evitarem de fazer práticas contrárias à lei”, advertiu Armando Nhaga.
Um cidadão da nacionalidade nigeriana, foi morto, pelos populares no bairro São-Vicente Paulo, em Bissau, que saíram  terça-feira às ruas  em protesto contra a alegada prática de tráfico de crianças que nos últimos tempos tem estado a ser propalado na capital guineense.
Centenas de populares, invadiram a Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria, numa acção de caça aos elementos da suposta rede de rapto de crianças, tendo invadido a Embaixada da Nigéria, em perseguição a um indivíduo que alegadamente terá tentado raptar uma criança  e se refugiado nessa representação diplomática.
A ira de manifestantes obrigou a intervenção das autoridades policiais que deram tiros ao ar e lançado gás lacrimogéneo para dispersar a multidão enraivecida.
Instado a falar sobre a situação de roubo das crianças, a Presidente do Instituto da Mulher e Criança (IMC), Maria Inácia Gomes disse que, no âmbito de troca de informação com as autoridades judiciais não se conseguiu ter provas palpáveis que mostram que, realmente a referida prática acontece no país.
Aquela responsável acrescentou que soube através da polícia que algumas pessoas foram acusadas e maltratadas pela população, de que são autores de roubos das crianças.
“A policia testemunhou que as informações recolhidas ou dados recolhidos não são suficientes para pronunciarem alguma coisa” , afirmou a Presidente do Instituto da Mulher e Criança.
Entretanto, a ANG teve acesso a um comunicado do Comité Nacional para Prevenção do Tráfico de Seres Humanos, organização que congrega várias organizações estatais e privadas, entre as quais a Associação dos Amigos das Crianças (AMIC), no qual  se exige às autoridades do país no sentido de fazer uma investigação dos recentes casos de suposto desaparecimento e rapto de crianças.
No comunicado, o Comité exorta aos Pais e Encarregados de Educação, Escolas e Jardim-de-infância para estarem mais atentos e que reforcem as medidas de prevenção e de segurança  às crianças.
O Comité Nacional para a Prevenção do Tráfico dos Seres Humanos pediu ainda a colaboração das populações para denunciarem os casos de tentativa de furtos e raptos de crianças junto das autoridades polícias, nas organizações e às Associações Comunitárias para efeitos de responsabilização criminal dos malfeitores.

Tem havido nos últimos tempos vários relatos nos órgãos de comunicação social sobre crianças encontradas mortas em diferentes pontos do pais  sem alguns dos seus órgãos genitais, numa suposta denuncia de trafico de órgãos humanos para fins comerciais. ANG/ÂC,LLA,LPG,QC

Sem comentários:

Enviar um comentário