“Tráfico de crianças não passa de boatos e
desinformações”,diz Inspector da PJ
Bissau, 09 Out 13 (ANG) – O
Inspector da Brigada de Menores da Polícia Judiciária disse hoje que o “o
alegado fenómeno de tráfico de crianças no pais “não passa de boatos e
campanhas de desinformação”.
Mário Clodé que falava à
Agência de Notícias da Guiné-ANG
referiu-se a declaração duma
criança esta terça-feira à imprensa, segundo a qual terá sido vítima de tentativa de rapto por pessoas desconhecidas,
afirmando que na versão que a mesma deu a polícia, não consta “o rapto por
pessoas desconhecidas”.
“ O que é caricato em toda
esta história, é que até agora ninguém se dirigiu as autoridades competentes
para denunciar o desaparecimento do seu filho ou filha”, afirmou.
Clóde
admite que a PJ pode vir a ser obrigada a processar alguém por essas
desinformações” e declarou que a PJ, Polícia de Protecção Pública e a Guarda
nacional estão a levar a cabo um trabalho de investigação sobre esse assunto pede a calma às populações.
Por
seu lado, o Comissário Geral da Polícia de Ordem Pública, Armando Nhaga, manifestou-se
igualmente apreensivo quanto as manifestações contra alegados casos de rapto de
crianças no pais, situação que se vier a se confirmar, segundo Nhaga levará as
autoridades policiais a declararem tolerância zero à tais praticas.
“Nós
como autoridades competentes, ao ouvirmos às denúncias, fomos procurar provas
junto dos visados mas nada conseguimos. Contactamos igualmente a Polícia
Judiciária e nos disse que não tem nenhum caso registado dessa natureza”,
esclarece.
Nhaga
considerou “acto de vandalismo” que não se coaduna com os princípios legais, o
ataque por populares à embaixada da Nigéria em Bissau, por alegada perseguição
de um presumível raptor de crianças.
“No mercado de Bandim, há pessoas que atiram
pedras e garrafas, danificando várias viaturas. Essa prática é intolerável não
é uma situação normal e as pessoas têm que pensar porque o direito tem as suas
limitações e onde acaba o seu, começa o de outro”, aconselhou Armando Nhaga.
O
Comissário da POP disse que, se a situação prevalecer, vão ter que tomar
medidas duras, admitindo mesmo que as autoridades policiais também podem
descambar e ultrapassar limites legais nas suas acções de manter a ordem.
“É
por isso que avisamos a todos aqueles que têm familiares envolvidas nessas
manifestações, que os aconselhem à evitarem de fazer práticas contrárias à
lei”, advertiu Armando Nhaga.
Um
cidadão da nacionalidade nigeriana, foi morto, pelos populares no bairro
São-Vicente Paulo, em Bissau, que saíram
terça-feira às ruas em protesto
contra a alegada prática de tráfico de crianças que nos últimos tempos tem
estado a ser propalado na capital guineense.
Centenas
de populares, invadiram a Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria, numa
acção de caça aos elementos da suposta rede de rapto de crianças, tendo
invadido a Embaixada da Nigéria, em perseguição a um indivíduo que alegadamente
terá tentado raptar uma criança e se
refugiado nessa representação diplomática.
A
ira de manifestantes obrigou a intervenção das autoridades policiais que deram
tiros ao ar e lançado gás lacrimogéneo para dispersar a multidão enraivecida.
Instado
a falar sobre a situação de roubo das crianças, a Presidente do Instituto da
Mulher e Criança (IMC), Maria Inácia Gomes disse que, no âmbito de troca de
informação com as autoridades judiciais não se conseguiu ter provas palpáveis
que mostram que, realmente a referida prática acontece no país.
Aquela
responsável acrescentou que soube através da polícia que algumas pessoas foram
acusadas e maltratadas pela população, de que são autores de roubos das
crianças.
“A
policia testemunhou que as informações recolhidas ou dados recolhidos não são
suficientes para pronunciarem alguma coisa” , afirmou a Presidente do Instituto
da Mulher e Criança.
Entretanto,
a ANG teve acesso a um comunicado do Comité Nacional para Prevenção do Tráfico
de Seres Humanos, organização que congrega várias organizações estatais e
privadas, entre as quais a Associação dos Amigos das Crianças (AMIC), no qual se exige às autoridades do país no sentido de
fazer uma investigação dos recentes casos de suposto desaparecimento e rapto de
crianças.
No
comunicado, o Comité exorta aos Pais e Encarregados de Educação, Escolas e
Jardim-de-infância para estarem mais atentos e que reforcem as medidas de
prevenção e de segurança às crianças.
O
Comité Nacional para a Prevenção do Tráfico dos Seres Humanos pediu ainda a
colaboração das populações para denunciarem os casos de tentativa de furtos e
raptos de crianças junto das autoridades polícias, nas organizações e às
Associações Comunitárias para efeitos de responsabilização criminal dos malfeitores.
Tem
havido nos últimos tempos vários relatos nos órgãos de comunicação social sobre
crianças encontradas mortas em diferentes pontos do pais sem alguns dos seus órgãos genitais, numa
suposta denuncia de trafico de órgãos humanos para fins comerciais. ANG/ÂC,LLA,LPG,QC
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