Angola pede apoios para Guiné-Bissau
Bissau, 02 Out 15 (ANG)
- O vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, exortou quinta-feira a
comunidade internacional a prosseguir com o apoio à Guiné-Bissau, considerando
"ultrapassada" a crise institucional que culminou com a nomeação de
um novo primeiro-ministro.
"Apelamos a
todos os atores políticos e sociais guineenses ao máximo sentido de
responsabilidade e à comunidade internacional a prosseguir o apoio que a
conferência de dadores de Bruxelas consagrou", declarou Manuel Vicente no
seu discurso perante a 70.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas.
O Presidente
guineense demitiu a 12 de agosto o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira,
ambos eleitos pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC) em 2014, mas que revelaram desentendimentos políticos e pessoais já em
funções.
Carlos Correia foi
entretanto proposto pelo PAIGC e empossado pelo Presidente da República como
novo primeiro-ministro.
"Ultrapassada a
crise institucional, os recentes desenvolvimentos políticos mantêm a
expectativa no processo virtuoso de crescimento económico e de estabilização
política e social", disse ainda o vice-presidente angolano.
Manuel Vicente
assinalou que os 70 anos da organização das Nações Unidas foram preenchidos com
"progressos e retrocessos", em que "a descolonização foi uma
notável evolução", mas "não teve sucesso no que diz respeito à
segurança coletiva", que esteve na origem da sua criação e que
"permanece no centro das suas preocupações [da comunidade
internacional]".
"Impõe-se uma
reflexão conjunta sobre papel e o futuro da Nações Unidas, necessitamos de uma
organização capaz de promover a paz e segurança internacional, de agir com
celeridade e eficácia em situações de compito e dar resposta aos desafios
atuais e emergentes", afirmou.
Angola assume lugar
como membro não-permanente do Conselho de Segurança da organização e o vice-presidente
afirmou que esta ocasião "deveria constituir incentivo adicional para
acelerar reformas visando a revitalização do sistema das Nações Unidas",
em particular daquele órgão.
"Através do
alargamento do número dos seus membros, permanentes e não-permanentes, tornado
este órgão [Conselho de Segurança] mais representativo e melhor apetrechado
para dar resposta aos desafios e oportunidades que o mundo enfrenta",
apontou.
"Angola reitera
o direito do continente africando a estar representado entre os membros
permanentes do Conselho de Segurança", enfatizou Manuel Vicente.
ANG/Lusa
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